A equipe feminina unificada de hóquei no gelo da Coreia disputou um amistoso preparatório contra a Suécia (Kim Hong-Ji/Reuters)
Assim que a delegação da Coreia do Norte entrou na Vila Olímpica de Gangneung na última sexta-feira e pendurou uma bandeira de três andares de altura na varanda de um dos quartos, estava assegurado o sucesso de uma complicada negociação que permitiu a participação dos atletas norte-coreanos na Olimpíada de Inverno de PyongChang, na vizinha Coreia do Sul, a partir desta sexta-feira. Mas a confirmação da presença de 22 atletas, feita após a reunião de políticos dos dois países no último dia 9 de janeiro, não mudou uma característica sempre presente das delegações esportivas da Coreia do Norte: o silêncio.
Como tecnicamente os dois países ainda estão em guerra – foi assinado um armistício em 1953, mas que nunca evoluiu para um efetivo acordo de paz -, qualquer declaração desastrada de algum membro da delegação norte-coreana poderia decretar o fim da participação da equipe nos Jogos de Inverno.
Para o COI (Comitê Olímpico Internacional), a presença dos dos países no evento é um sucesso em termos de marketing. Ainda mais quando se recorda do boicote promovido pela Coreia do Norte em 1988, quando foi realizada a Olimpíada de Seul. Até mesmo um desfile em conjunto dos dos países foi acertado para a cerimônia de abertura dos Jogos.
Ainda existe muito mistério cercando o grupo de 22 atletas norte-coreanos que estarão em ação a partir desta sexta-feira. E eles não fazem questão de muita conversa para mudar este quadro.
Patinação ao som dos Beatles

A dupla de patinadores norte-coreanos, Ryom Tae Ok e Kim Ju Sik, em treino em Gangneung (Kim Hong-Ji/Reuters)
Esportivamente, a relevância da Coreia do Norte na Olimpíada de PyeongChang é limitada. Tanto que antes da confirmação da presença do país nos Jogos, apenas dois atletas tinham vaga assegurada: a dupla da patinação artística Ryom Tae Ok e Kim Ju Sik. Eles já tinham se classificado após o 15º lugar no Campeonato Mundial, no ano passado em Helsinque, na Finlândia. Ainda em 2017, eles conseguiram seu melhor desempenho, a medalha de bronze nos Jogos de Inverno da Ásia, em Sapporo (Japão).

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