quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

DF

Sindicato de delegados cobra exoneração do chefe da Polícia Civil do DF


Diretor-geral, Eric Seba, não representa categoria, diz entidade. Ele declarou ao G1 que reivindicação tem interesse político com foco em reajustes salariais.

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Diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba (Foto: BRASIL247
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Distrito Federal (Sindepo) divulgou nesta quinta-feira (25) uma nota cobrando a exoneração do diretor-geral da instituição, Eric Seba. Segundo o sindicato, o pedido foi aprovado em assembleia por unanimiade, na quarta-feira.
Para os delegados, o diretor não representa a categoria. “Sua subserviência ao governo é atentatória ao cargo e à instituição”, diz a nota.
Ao G1, Eric Seba disse considerar que esta é "mais uma ação de cunho político, cujo pano de fundo é a questão da paridade [dos salários entre Polícia Civil e Polícia Federal]. A atividade sindical tornou-se um instrumento de politicagem."
"Infelizmente, a categoria está sendo levada a acreditar em ações de pouca praticidade para o alcance da recomposição salarial e que possuem exclusivo apelo midiático que só busca trazer aos holofotes quem as patrocina", declarou.
Ele também frisou que "nunca deixou de lutar pela paridade". "Até construí, com minha equipe técnica e a do governo uma proposta razoável, através da qual a paridade seria paga em três parcelas a partir de primeiro de agosto de 2017, além de outras apresentadas. Todas recusadas, pois os servidores foram levados a tais decisões nas assembleias."
O governo disse que "desconsidera qualquer iniciativa de qualquer entidade sindical para o pedido de afastamento do diretor-geral da Polícia Civil". "Ele priva de toda a confiança do governador Rodrigo Rollemberg, a quem cabe, exclusivamente, a escolha de seus auxiliares."

Histórico

O chefe da instituição está no comando desde o começo da gestão Rodrigo Rollemberg (PSB). Ele tomou posse no dia 8 de janeiro de 2015. Desde então, o diretor enfrenta resistência interna. Isso porque o governo diz não ser possível dar reajuste aos servidores, alegando que isso geraria impacto aos cofres públicos de pelo menos R$ 450 milhões por ano.
Seba faz parte do quadro da Polícia Civil desde 1984. É formado em Direito e chefiou delegacias como a de Roubos e Furtos, a de Taguatinga e a Divisão de Repressão ao Sequestro. Antes de tomar posse, era coordenador da Região Metropolitana da Polícia Civil e instrutor da Academia de Polícia Militar.


Sede da Polícia Civil do Distrito Federal (Foto: TV Globo/Reprodução)Sede da Polícia Civil do Distrito Federal (Foto: TV Globo/Reprodução)
Sede da Polícia Civil do Distrito Federal (Foto: TV Globo/Reprodução)

Gravação

No começo do mês, começou a circular em redes sociais um áudio gravado mostrando Eric Seba tecendo críticas ao comportamento de delegados da corporação. Segundo o próprio diretor, isso se refere a uma conversa mantida há cerca de um ano. Para ele, o vazamento é fruto de uma "tentativa de desestabilizar o trabalho" da polícia.

Gravação de conversa de delegado da Polícia Civil repercute nas redes sociais
Na gravação, Seba diz que vinha sendo chamado de "delegado vaqueiro", e que preferia isso a ser um "delegado maconheiro", ou um "carregador de malas". Um trecho da conversa foi enviado à TV Globo pelo próprio diretor-geral (confira no vídeo acima).
"E eu falei, 'eu prefiro ser delegado vaqueiro, boiadeiro, do que ser um delegado maconheiro. E repito isso. E manda ele fazer o exame que quiser fazer", afirma ele no áudio.
"Digo que desafio, desafio. Se o exame [de drogas] der negativo, eu entrego minha chefia amanhã, a chefia que eu ocupo."
À TV Globo, Eric Seba afirmou que o desabafo aconteceu em uma conversa reservada com três ou quatro pessoas – os nomes não foram informados. Segundo ele, o termo "maconheiro" foi um trocadilho com o termo "boiadeiro", atribuído a ele de modo pejorativo. Eric Seba também diz que existem pessoas viciadas em qualquer corporação, seja pública ou privada.
Sobre a expressão "carregador de mala", o diretor-geral da Polícia Civil afirmou que não fazia referência a malas de dinheiro, ou de conteúdo ilegal. Segundo ele, o termo designa policiais que não querem ficar no trabalho da corporação, e sim, servindo a políticos.

Megadelegacia

O áudio confidencial veio a público um mês após o anúncio da intenção de criar uma "megadelegacia" voltada para o combate à corrupção na administração pública, ao crime organizado e contra a sonegação fiscal. Ela acabou finalmente criada no dia 19 de janeiro.

FONTE: G1 DF

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