quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

União

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Paciente oncológico se casa no Hospital Ophir Loyola

14/12/2017 16:53h
O Hospital Ophir Loyola, em Belém, foi cenário de um casamento civil, nesta quinta-feira (14). Tudo foi planejado em menos de 24 horas, após a noiva procurar o Serviço Social, ontem, com o intuito de conseguir a autorização para que um Juiz de Paz entrasse no hospital e formalizasse a união com um paciente em cuidados paliativos oncológicos.
Cleriston Souza foi diagnosticado com osteosssarcoma (câncer nos ossos) em 2014, depois que ele se contundiu durante uma partida de futebol com os amigos. A notícia só fez fortalecer ainda mais o relacionamento entre ele e Cristina Ferreira. O casal está junto há 17 anos.
Com o início do tratamento, ele já não era aquele jovem saudável e cheio de vida que Cristina, de 37 anos, conhecera há alguns anos. As sessões de radioterapia e quimioterapia não surtiram o efeito esperado, o câncer sofreu metástase e atingiu os pulmões. “Hoje ele está frágil, preso a uma cadeira de rodas, mas continua sendo o homem que amo e que significa muito para mim”, disse a noiva.
O casal iria formalizar a união no cartório em 20 de janeiro do ano que vem, mas com a piora do quadro de Cleriston, de 35 anos, a data foi antecipada.
O matrimônio - No hospital, uma sala de hemotransfusão recebeu a decoração, o bolo e o coquetel. Os noivos também estavam vestidos a caráter. As vozes de um coral entoaram canções românticas.
O noivo de cadeira de rodas foi direcionado para uma parede, onde recebeu a máscara de gás oxigênio, utilizada dia e noite para permitir a respiração. O cansaço pela falta de ar era perceptível, porém a alegria estava estampada no rosto de Cleriston.
Em seguida, entrou a noiva bastante emocionada para o tão esperado sim. Um local simples, um casamento rápido, mas um amor imensurável preencheu o ambiente hospitalar e comoveu a todos.
“Ele sempre quis casar com a Cristina. Graças ao acolhimento da equipe assistencial meu filho conseguiu realizar o sonho e oficializar a união. Apesar de toda a dificuldade imposta pelo estágio avançado do câncer, consigo enxergar a felicidade no rosto dele e isso não tem preço", disse Carlos Souza, pai do noivo.
“Tenho uma visão humanizada do processo de adoecimento, por isso enxergo o enfermo como alguém que tem sonhos, vontades e sentimentos para serem vivenciados. Hoje me sinto realizada enquanto profissional por participar de algo tão importante na história de um paciente”, disse a assistente social Mônica Vilhena.
Por Leila Cruz

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