quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Polícia culpa programa de venda de ingressos do Flamengo pela violência

Polícia culpa programa de venda de ingressos do Flamengo pela violência

Centenas de flamenguistas sem ingresso forçaram roletas no Maracanã.
Conmebol vai abrir processo disciplinar e time pode ser punido.


O Comando de Policiamento de Estádios culpou o programa de venda de ingressos do Flamengo pela pancadaria na noite desta quarta-feira (13), antes e depois da final da Copa Sul-Americana.
A barbárie começou antes mesmo do jogo e tinha sido combinada, até com hora certa, nas redes sociais. Torcedores do Flamengo trocaram mensagens marcando a invasão do Maracanãe assim aconteceu. Centenas de flamenguistas, sem ingresso, forçaram portões, pularam grades e forçaram roletas. A Polícia Militar montada reagiu.
 

Na saída, um torcedor foi atropelado numa rua no entorno do Maracanã. O homem ficou caído no asfalto. O motorista saiu do carro para tentar conversar, pediu calma. Mas o grupo em volta começou a chutar o veículo. Criminosos abriram a porta do carona e roubaram objetos que estavam dentro do carro. O motorista foi agredido.
Enquanto isso, do lado de fora, correria e pânico. Flamenguistas agrediram a socos um argentino e jogaram objetos no ônibus que trouxe a equipe do Independiente. Um grupo arremessou uma lata de lixo e garrafas de vidro contra policiais que isolavam um dos acessos ao estádio. Os PMs reagiram com sprays de pimenta, balas de borracha e bombas de efeito moral. Depois da partida, e do título do Independiente, houve novas e lamentáveis cenas de selvageria marcando o vice- campeonato do Flamengo.

A Polícia Militar apareceu pouco depois. Os policiais usaram bombas de efeito moral e balas de borracha. Em cima de uma rampa, mulheres e crianças tentavam se proteger. Famílias inteiras ficaram acuadas e uma delas teve que se esconder atrás de uma placa.
O repórter cinematográfico da TV Globo, Sérgio Leite, foi agredido. Policiais usaram jatos d'água para dispersar a multidão. Meia hora depois, o tumulto foi controlado.
O Jornal Hoje questionou a Polícia Militar por que não foi possível impedir as cenas de selvageria. Em nota, a Polícia Militar disse atuou com 650 policiais dentro e fora do estádio. Por telefone, o comandante do grupo do Grupamento de Policiamento em Estádios (GEPE) disse que o esquema de venda de ingressos do Flamengo dificultou o policiamento.
“O Flamengo hoje utiliza o cartão do sócio torcedor. Basicamente 90% dos seus torcedores. São criadas barreiras para conferência de ingressos, só passar quem tem ingresso no cartão. Mas a pessoa que tem o cartão, ela passa e não consegue fazer uma checagem, se esse cartão está carregado com ingresso ou não. Então, essa checagem só é feita no momento que ele está na catraca e todos os torcedores que possuem o cartão de sócio e não carregaram o cartão, conseguem chegar até catraca. O que começa a gerar um número muito grande de torcedores, que não têm direito de acesso ao estádio e aí as confusões se iniciam vão ficando mais difíceis de controlar”, fala o comandante do GEPE, major Silvio Luiz.
Nesta quinta-feira (14), as consequências da violência da torcida rubro-negra podiam ser vistas em seis trens depredados. Em um deles, 20 janelas foram quebradas. Em um vagão, não sobrou nenhuma janela inteira.
O Flamengo informou que vai se posicionar ao longo do dia. Segundo a PM do Rio, 16 pessoas foram detidas em diferentes situações, incluindo um homem com dez explosivos. A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) vai abrir um processo disciplinar e é possível que o Flamengo seja punido.

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