Pai e filho são acusados de vender imóveis no RJ e não entregar

Fernando Trabach e Fernando Trabach Filho teriam ficado com as economias de todos que adquiriam os espaços, mesmo sem a entrega da obra.

Pai e filho são acusados de vender unidades de empreendimento em Resende, no interior do RJ. (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Pai e filho são acusados de vender salas e quartos de um hotel para cerca de 600 pessoas em Resende, no sul do Estado do Rio de Janeiro. Fernando Trabach e Fernando Trabach Filho teriam ficado com as economias de todos que adquiriam os espaços, mesmo sem a entrega da obra. Eles foram presos na manhã desta sexta-feira (24).

Cinquenta agentes do Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/ MP-RJ) saíram ainda de madrugada em direção à Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, onde moram os alvos da operação.

A esposa de Fernando Trabach, Mônica Lima Barbosa, também era procurada pelos promotores, mas não foi encontrada. Ela é considerada foragida. As duas torres de hotéis deveriam ter ficado prontas entre abril do ano passado e abril deste ano. No local, há apenas um terreno abandonado.

“Os compradores acabaram sendo iludidos porque o imóvel tinha uma bandeira bastante famosa, de uma rede hoteleira francesa bem conhecida e com uma presença bem efetiva no Brasil. Os investidores procuraram uma oportunidade de investimento, acreditavam naquela bandeira e eram enganados pelas pessoas que estavam por trás do imóvel”, destacou Michel Queiroz Zoucas, promotor do Ministério Público.

O Ministério Público calculou que a fraude arrecadou cerca de R$ 17 milhões para os bolsos dos envolvidos. Os promotores os prenderam no apartamento onde vivem.

Pai e filho venderam unidades de hotel no RJ. (Foto: Reprodução/ TV Globo)

De acordo com o Gaeco, depois que os donos do empreendimento recebiam o dinheiro da venda dos imóveis, eles lavavam os valores repassando para contas bancárias de outras empresas.

Os promotores encontraram o registro de uma transferência bancária para a conta da escola de samba Acadêmicos da Grande Rio, no dia 11 de outubro de 2013, no valor de R$ 400 mil. A escola de samba afirmou ter recebido o dinheiro como doação, sem nunca ter prestado nenhum serviço a qualquer empresa. Porém, o Ministério Público considera que a doação é fraudulenta.

Fernando Trabach já havia sido preso em agosto, dentro de um avião, quando estava prestes a decolar para Manaus. Ele foi acusado de usar um nome falso para criar empresas de fachada e fazer contratos com prefeituras. Entre elas está a de Campos dos Goytacazes, no valor de R$ 17 milhões. Na época, a então prefeita, Rosinha Garotinho, disse que rescindiu um contrato fraudulento.

Depois das denúncias, Fernando Trabach Filho foi visto retirando provas do apartamento da família. Alvos de outra acusação, pai e filho foram levados para a Cidade da Polícia e não quiseram falar sobre o assunto. Eles vão responder por lavagem de dinheiro, estelionato e por fazer parte de uma organização criminosa.

A direção da Grande Rio afirmou ao RJTV que recebeu o dinheiro legalmente e que Fernando Trabach patrocinou a escola com R$ 400 mil para divulgar a empresa dele. A Grande Rio afirmou também que já prestou esclarecimentos ao Ministério Público e que está isenta de qualquer investigação.

A equipe do RJTV não conseguiu contato com os outros citados na reportagem.

G1