quinta-feira, 7 de setembro de 2017

POLÍTICA

A estratégia de Joesley Batista para o depoimento à PGR

O empresário Joesley Batista deve afirmar que não recebeu orientações do ex-procurador Marcello Miller para negociar um acordo de delação, nem gravar Michel Temer no encontro no Palácio do Jaburu, em março.


Delação de Joesley é um dos pontos que embasam a ação
Delação de Joesley é um dos pontos que embasam a açãoFoto: Vanessa carvalho/brazil photo pen/afp
O empresário Joesley Batista, sócio da JBS e delator, traçou uma estratégia para o seu depoimento sobre o polêmico áudio que entregou na semana passada aos procuradores. Ele definiu com os advogados a estratégia de afirmar no depoimento que não recebeu orientações do ex-procurador Marcello Miller para negociar um acordo de delação premiada com a PGR, nem gravar o presidente Michel Temer no encontro no Palácio do Jaburu, em 7 de março.

Joesley deve dizer aos procuradores que foi apresentado a Miller pela advogada Fernanda Tórtima, que atua para a JBS, porque estava à procura de alguém para a área de anticorrupção da empresa.



No áudio, Joesley conversa com o diretor e lobista do grupo, Ricardo Saud, sobre suposta atuação de Miller na delação deles. A gravação foi feita no dia 17 de março, quando Miller, do grupo do procurador-geral, Rodrigo Janot, ainda era procurador da República.

Ricardo Saud também deve ser ouvido nesta quinta (7) na PGR, assim como o advogado da empresa Francisco de Assis e Silva, outro delator.

Eles pretendem argumentar que apenas consultaram Miller em linhas gerais sobre o processo de delação e que acreditavam que ele já havia saído da PGR.

Segundo Janot, o material, que traz uma conversa de mais de quatro horas gravadas entre Joesley e Saud, indica graves omissões nas delações. Janot disse ainda que os benefícios dados aos delatores, que ganharam imunidade com o acordo, podem ser suspensos e o acordo cancelado.

FOLHA PE

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