'Prédio balançava como um navio', diz brasileira sobre terremoto no México
Testemunha diz que tremor durou cerca de um minuto, mas 'parecia uma eternidade'. Ao menos 15 pessoas morreram no país após o desastre.
Pessoas se reúnem em uma rua no centro da Cidade do México após terremoto (Foto: Pedro Pardo / AFP Photo)
A brasileira Sandra Regina Lima, que mora com o marido e o filho de
quatro anos na Cidade do México, estava indo dormir quando ouviu o
alerta do terremoto desta quinta-feira (7) nas ruas da capital mexicana,
repetido várias vezes.
"Foram segundos de muito medo e sentimento de impotência. Os vidros
começaram a fazer ruído como se estivessem trincando. Depois veio a pior
parte, o prédio balançando, parecia um navio", disse.
O terremoto ocorreu às 23h49 (hora local, 04h49 GMT), 87 quilômetros a
sudoeste da cidade de Pijijiapan, no estado de Chiapas, a cerca de mil
quilômetros de distância da capital. No entanto, o tremor foi tão forte
que fez prédios balançarem violentamente também na Cidade do México. Chegam a 15 o número de mortes confirmadas nos estados de Chiapas e Tabasco.
Lima disse que ficou desorientada, torcendo para o alarme ser falso, e
não teve tempo de sair do prédio onde mora no 6° andar, no bairro de
Polanco. Muitos dos vizinhos desceram do edifício e ficaram na rua por
algum tempo antes de voltarem para suas casas.
"Creio que durou cerca de um minuto, mas parecia uma eternidade. Moro
aqui há apenas cinco meses, mas pessoas que estão aqui faz mais tempo
disseram que nunca haviam sentido algo assim”, afirmou a dona de casa,
de 39 anos. O apartamento dela não sofreu danos.
De magnitude entre 8,1 e 8,2, o terremoto foi o mais forte no México em
100 anos. Ele foi mais intenso que um grande tremor ainda bem presente
na memória dos mexicanos, ocorrido em 1985, quando milhares de pessoas
morreram na capital do país.
Pior que furacão
Para Lima, a experiência foi pior que a de outro desastre natural que
vivenciou, o furacão Wilma, de categoria 4, que atingiu México, Haiti,
Cuba e Flórida em 2005.
"Nada se compara a isso. No caso do furacão, não fiquei nervosa, com a
sensação de que o prédio iria cair na minha cabeça. Quando o furacão
vem, você tem uma semana para sair de casa e se preparar. Já o terremoto
acontece de repente", disse a dona de casa
Apesar do desastre, a brasileira disse se sentir mais segura no México do que no Brasil, de modo geral.
Segundo o presidente mexicano, 62 réplicas se seguiram ao terremoto.
Cerca de 1 milhão de pessoas ficaram inicialmente sem luz, mas o serviço
já foi restabelecido para a maioria.
Deutsche Welle
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