Em carta a Trump, Obama reforça importância da democracia
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| Obama no primeiro evento público após deixar a presidência (Foto: Charles Rex Arbogast / AP Photo) |
A tradição é antiga e elegante: o presidente de saída deixa ao seu
sucessor uma carta que este último encontra na sua chegada ao Salão Oval
da Casa Branca.
A de Barack Obama para Donald Trump, revelada sete meses depois de sua
partida, tem um conselho central. Para além das asperezas do combate
político e da brutalidade das lutas de poder, nunca se deve perder de
vista a importância das instituições democráticas.
A missiva, com pouco menos de 300 palavras, assume contornos especiais
após semanas de caos do governo de Trump, criticado até pelo seu próprio
partido por sua falta de firmeza após os episódios violentos e racistas
de Charlottesville.
A emissora CNN teve acesso a uma cópia da mensagem, que começa com
"Caro presidente", e as parabenizações costumeiras às vésperas da
"grande aventura" que é a presidência.
"Milhões de pessoas colocaram suas esperanças em você, e todos nós, independentemente de partido, devemos torcer por mais prosperidade e segurança durante seu mandato."
Apesar das fortes críticas a Trump durante a campanha, no dia das
eleições de 8 de novembro, Obama insistiu na importância de uma
transição tranquila e construtiva com o extravagante empresário.
Insistindo na importância da liderança americana no mundo, Obama
destaca a relevância dos Estados Unidos. "Cabe a nós, com ações e
exemplo, sustentar a ordem internacional que vem se expandindo desde a
Guerra Fria e da qual dependem nossa riqueza e segurança", afirma.
O predecessor de Trump também fala da democracia, do fato de "sermos
apenas ocupantes temporários deste cargo". Isso, diz ele, "nos torna
guardiões das tradições e instituições democráticas, como o estado de
direito, a separação de poderes e a proteção dos direitos civis pelos
quais nossos ancestrais lutaram".
"Independentemente das confusões da política diária, cabe a nós deixar
esses instrumentos da nossa democracia pelo menos tão fortes quanto os
encontramos".
"Boa sorte", conclui Obama.
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| O presidente dos EUA, Donald Trump, durante entrevista coletiva em Bedminster, Nova Jersey, em 10 de Agosto (Foto: Reuters/Jonathan Ernst) |
AFP


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