quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Modelo brasileiro de transporte público

Modelo brasileiro de transporte público é criticado em audiência

Especialistas em mobilidade urbana criticaram o modelo “segregador” do transporte público nas cidades brasileiras. O tema foi discutido na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (19), em audiência da Comissão de Legislação Participativa.
Lúcio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre o transporte como Direito Social. Dep. Luiza Erundina (PSOL - SP)
Erundina: sistema de mobilidade ainda é muito centrado no automóvel
A urbanista Erminia Maricato salientou a exclusão social e racial do espaço urbano. “A população pobre, especialmente negra, mora compulsoriamente em áreas ilegais, de difícil acesso”, disse.
Leticia Bortolon, representante do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento, acrescentou outro tipo de segregação promovido pelo sistema atual de locomoção: a discriminação de gênero. Segundo ela, 86% das mulheres relatam já terem sido assediadas no transporte público. O medo maior desse segmento da população é o estupro. “As paradas de ônibus, em geral, ficam em locais ermos, o que as torna lugares de muita vulnerabilidade para as mulheres”, explicou.
A deputada Luiza Erundina (Psol-SP) lembrou que a discussão também passa pela mudança do sistema de mobilidade brasileiro, que ainda é centrado no automóvel. “Trata-se de uma mentalidade e uma visão política distorcidas.”
No final do debate, Erundina propôs duas estratégias para acelerar a regulamentação da Emenda Constitucional 90, que inclui o transporte como direito social: formar uma frente parlamentar com participação popular para tratar do assunto; e fazer uma articulação com a Frente Nacional de Prefeitos.
Reportagem – Cláudio Ferreira
Edição – Marcelo Oliveira

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