Veja como a janela de transferências pode ter impacto na seleção brasileira de Tite
Novos posicionamentos, frustrações, brigas por posição e adaptações a funções diferentes: jogadores convocados pelo técnico mudam de status a menos de um ano da Copa do Mundo
Por Alexandre Lozetti, Porto Alegre
A janela de transferências movimentou mais de R$ 1 bilhão entre jogadores da seleção brasileira. O impacto financeiro da equipe que conquistou nove vitórias consecutivas nas eliminatórias já foi bastante abordado, mas, tecnicamente, como as mudanças podem interferir nas ideias e no trabalho de Tite a menos de um ano da Copa do Mundo?
Quatro titulares e um reserva foram envolvidos em longas negociações. A mais famosa delas foi bem-sucedida, a ida de Neymar para o PSG por € 222 milhões (cerca de R$ 850 milhões). Mas outra não teve o final que o jogador esperava. O Liverpool bateu o pé e impediu que Philippe Coutinho fosse para o Barcelona.
Veja abaixo os selecionáveis que mudaram de equipe, e que efeitos as transferências podem surtir no trabalho de Tite:
- NEYMAR
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Neymar foi para o PSG em busca do desafio de ser protagonista absoluto (Foto: Pedro Martins / MoWA Press)
O atacante trocou o Barcelona pelo PSG em busca do desafio de conquistar o mundo sendo protagonista absoluto de seu clube. Seu jogo é um pouco diferente. Na Espanha, ele preenchia muito mais o lado esquerdo do ataque, em funções mais bem definidas entre ele e as outras pontas do tridente, Lionel Messi e Luis Suárez.
Em seu novo time, Neymar tem ampliado sua área de atuação, o que não necessariamente seja um ganho. Na vitória sobre o Equador, por exemplo, ele não jogou tão bem como nas outras partidas da Seleção sob comando de Tite. O trabalho do técnico será encontra o equilíbrio entre dar liberdade de flutuação ao atacante, mas sem individualismos.
- COUTINHO
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“Vá para um lugar onde você seja feliz”. Esse foi o conselho de Tite a todos os jogadores cobiçados na janela. E essa, provavelmente, é a grande incógnita da carreira do meia no momento. A recusa do Liverpool às propostas do Barcelona o manteve na Inglaterra, e ninguém sabe como a torcida irá recebê-lo, já que era notório seu desejo de sair.
No Liverpool, assim como na Seleção, Coutinho tem atuado tanto pelo lado do campo como centralizado. Sua posição mais habitual no time do alemão Jürgen Klopp é o lado esquerdo do ataque. Com Tite, ele atua pela direita, mas agora o técnico brasileiro tem ensaiado seu deslocamento para a parte central.
Para que as coisas continuem fluindo na Seleção, Tite precisa que ele esteja bem no Liverpool.
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Paulinho também marcou na última quinta-feira (Foto: Reprodução)
Ele deixou de ser titular absoluto numa equipe sem repercussão mundial, o Guangzhou Evergrande, da China, para disputar posição num dos mais famosos clubes do planeta, o Barcelona, que pagou € 40 milhões (cerca de R$ 150 milhões). Sua contratação foi criticada por imprensa e torcida locais. Paralelamente a isso, na Seleção, o volante segue voando. Fez mais um gol contra o Equador e foi um dos destaques.
É claro que, para Tite, quanto mais Paulinho jogar, melhor. Seu estilo de jogo é um pouco diferente, mais vertical, em relação à escola de futebol do Barcelona. Desbancar Iniesta ou Rakitic, mais do que uma substituição normal, representará uma nova forma de atuar.
No Brasil, o posicionamento de Paulinho depende do que Tite optar no resto do meio-campo. Ao lado de Renato Augusto, eles atuam alinhados, num 4-1-4-1, com sincronia de movimentos: quando um apoia o ataque, o outro fica mais. Mas se ele tiver Coutinho, Willian, Neymar e Gabriel Jesus à frente, terá que ficar mais recuado, ao lado de Casemiro, num 4-2-3-1.
- DANIEL ALVES
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Daniel Alves está em legião brasileira do PSG (Foto: Pedro Martins/MoWASports)
O lateral-direito joga agora no PSG, numa linha defensiva com Marquinhos e Thiago Silva, seus companheiros de Seleção. O entrosamento com Marquinhos em sistemas de coberturas pelo lado direito da zaga tende a melhorar. Na Juventus, ele chegou a atuar numa linha mais adiantada pela direita, à frente de três zagueiros, diferente do que Tite faz na Seleção.
- GIULIANO
Reserva de Paulinho, ele deixou o Zenit, onde recebeu a sinalização de que não jogaria, rumo ao Fenerbahçe, por € 7 milhões (R$ 25,8 milhões, aproximadamente). Ele entrou na lista de Tite porque, além da admiração antiga do técnico brasileiro, desde que trabalharam juntos no Internacional, em 2009, seu início no futebol russo foi arrebatador. Para se manter, ele terá de manter o alto nível na Turquia.
- TITE
- globo esporte
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