quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Rio de Janeiro

Presença das Forças Armadas nas ruas não                             reduz violência no estado

RIO - A operação integrada dos governos federal e estadual de combate ao crime não diminuiu a violência no Rio de Janeiro. Um mês após o início das ações conjuntas — que começaram em 28 de julho —, três de quatro indicadores criminais apresentaram aumento: homicídios, roubos de cargas e de veículos. Somente o número de roubos a pedestres caiu. O levantamento comparou dados de crimes registrados em delegacias de todo o estado nos 32 dias em que a operação está em vigor com o mesmo período de 2016 — mesmo critério usado pela Secretaria de Segurança na análise de estatísticas. Apenas numa comparação com o período imediatamente anterior houve melhora nos índices de roubos, mas o de homicídios também aumentou.
Roubos de carros explodiram em relação a 2016: enquanto, desde o início da operação, foram registrados 3.916 em todo o estado, no ano passado aconteceram 2.568 casos — um aumento de 52%. Na capital, o crescimento foi ainda maior, de 57% — a polícia contabilizou 1.112 casos em 2016 e 1.756 este ano.
O roubo de carga — citado como uma das prioridades pelas autoridades no início da operação — também apresentou aumento. Foram 610 casos registrados durante a atuação das Forças Armadas, contra 597 em 2016.
Uma das três operações que contaram com a participação de agentes federais e estaduais ao longo do último mês teve justamente quadrilhas de roubo de cargas como principais alvos: batizada de Onerat (“carga”, em latim), ela contou com 5 mil homens num cerco ao Complexo do Lins, na Zona Norte. Na capital, os roubos de cargas diminuíram 3%.
O roubo a pedestre foi o único indicador que apresentou melhora no estado: são 4% de casos a menos em relação ao mesmo período do ano passado. A diminuição de registros aconteceu predominantemente no interior e na região de Niterói e São Gonçalo. Na capital, o crime cresceu 4% e, na Baixada, apresentou uma pequena diminuição, de 0,1% — 40 casos a menos.
Apesar de ter à disposição 8,5 mil homens das Forças Armadas, o comando da operação só usou o efetivo disponível em três ocasiões pontuais durante o mês — naquelas chamadas pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, de “operações vagalume”, durante as quais militares entravam e saíam de favelas num mesmo dia. Nenhum fuzil foi apreendido nessas ocasiões.
MELHOR QUE NO MÊS ANTERIOR
Numa comparação com as estatísticas do período de 32 dias imediatamente anterior ao início das operações, os crimes de roubos a pedestres, cargas e veículos apresentam melhoras. O de cargas foi o que mais reduziu: caiu de 834 casos para 610 — uma diminuição de 26%. Os registros de homicídios, no entanto, aumentaram, passando de 326 para 355.
Extra

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