Chamada de “gostosa”, deputada Shéridan vai recorrer na Câmara
Deputada do PSDB de Roraima explica a ausência na votação contra Michel Temer e diz por que se irritou ao ser chamada de “gostosa” por um colega na Câmara
Por
Bruno Meier
Na prática, sua abstenção favoreceu Temer. Sinceramente? Como parlamentar, o certo era eu estar na votação. Mas o meu voto não definiria um quadro já previsto. Os mais próximos sabem que sou a favor da continuidade de Temer. O Brasil está à beira de um colapso e sofre as consequências de treze anos de desgoverno. Acho que ele é o único nome hoje com condição de promover as reformas necessárias.
Seu partido, o PSDB, rachou na votação. Como ficará agora? Olha só, não tenho cargo no governo — nem em Brasília nem no meu estado. Sou independente. Sei que o partido ficou dividido na votação — 22 deputados votaram a favor de Temer, 21 votaram contra e quatro, incluindo eu, faltaram. Mas não defino isso como um racha. O partido tem grandes quadros e vai sobreviver.
No início da contagem de votos, a senhora foi chamada de “gostosa” por um deputado quando seu nome foi citado. O que achou disso? Foi um comportamento machista e medieval, além de constrangedor. Sou mulher e mãe de duas meninas. Foi uma delas, aliás, que me informou desse absurdo. Essa atitude resume a maior parte dos integrantes da Câmara: confundem os papéis e não estão à altura de defender o mandato. Se você desrespeita a mulher e a desqualifica, você não respeita a sociedade.
A senhora pretende reclamar? Vou tomar as devidas providências na Comissão de Ética, baseada em um artigo sobre ofensas morais nas dependências da Casa. Combater essa situação é lutar pela defesa e integridade da mulher, não só na política mas na sociedade. Não posso me calar, né?
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