quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Fla




Intensivão Rueda 72h: técnico muda hábitos e ataca problemas na defesa do Fla


Treinador privilegia cuidados defensivos e sai de campo sem sofrer gol pela segunda vez nos últimos 11 jogos. Colombiano faz reunião no dia de empate com o Botafogo e banca mudanças na equipe


Por Raphael Zarko, Rio de Janeiro



Reinaldo Rueda: técnico voltou ao Engenhão, agora com o Flamengo. Em abril, Nacional de Medellín perdeu para o Alvinegro por 1 a 0 (Foto: André Durão)













Reinaldo Rueda: técnico voltou ao Engenhão, agora com o Flamengo. Em abril, Nacional de Medellín perdeu para o Alvinegro por 1 a 0 (Foto: André Durão)



A calça, a camisa social e o blazer davam o tom da estreia da noite. O colombiano Reinaldo Rivera Rueva, de terno escuro e camisa clara, atraiu olhares na chegada e saída do Nilton Santos, no empate do Flamengo com o Botafogo – 0 a 0 que leva a decisão da vaga para a final da Copa do Brasil para a próxima quarta-feira no Maracanã.

Com jogo decisivo batendo à porta, as primeiras 72 horas do treinador foram mais agitadas e dinâmicas do que o mundo do futebol se acostuma a ditar. O treinador imprimiu plano emergencial para estudar seus jogadores, o rival e atacou o que viu como principal problema no seu início no Flamengo: o setor defensivo.
Depois de sofrer 17 gols nos últimos 10 jogos, o Fla saiu de campo sem sofrer gol, o que só havia acontecido nesta sequência contra o Palestino - 5 a 0 na Ilha do Urubu.
Nos primeiros dias, o treinador mudou um pouco os hábitos no clube e ainda movimentou o noticiário. Confira algumas curiosidades dos primeiros dias do treinador do Flamengo.

Segunda-feira
Depois de quase um dia inteiro viajando para chegar em Belo Horizonte e assistir à derrota para o Atlético-MG (2 a 0), Rueda assinou contrato logo cedo na Gávea. Curiosamente, o colombiano saiu da sede pouco antes de Zé Ricardo, demitido pelo Flamengo, ter reunião com o departamento jurídico para dar entrada na rescisão de contrato.
No primeiro treino, acompanhou de perto as atividades e incentivou os atletas, que fizeram treino puxado. “Pegado”, como relataram alguns jogadores. Além da mudança de motivação nítida que gera num grupo, havia um incentivo a mais. Rueda pediu que todos viessem com roupa e acessórios para concentrar no treino de terça.
Horas depois da coletiva de imprensa no Ninho, o rival Jair Ventura, que o venceu duas vezes no confronto Botafogo x Nacional, lançou a polêmica da semana ao fazer ressalvas à contratação de técnicos estrangeiros no país. Rueda não se pronunciou sobre o caso, mas o cumprimento antes e depois do jogo pareceu frio, embora cordial.
Em mais um dia de treino forte no Ninho, Rueda pediu que o grupo treinasse bastante saída de bola e mostrou preocupação especial com a defesa. Depois de sofrer gols em nove das 10 últimas partidas – só não foi vazado contra o Palestino, na goleada de 5 a 0 no Ninho -, a repetição das atividades contribuiria com um desempenho seguro no dia seguinte.
No fim do dia, cortes esperados. Conca, que ainda parece fora dos planos, e Guerrero, lesionado e em recuperação de estiramento na coxa direita, foram para a casa. Dentro de campo, o técnico preparava a principal novidade: Gustavo Cuéllar. Que para ele era um antigo conhecido.

No Nacional, o treinador chegou a indicar o ex-jogador do Deportivo Cali e do Junior de Barranquilla. Este ano, o time de Medellín voltou à carga pelo volante, que ficou no Fla. O técnico indicou que Cuéllar e Renê jogariam – Márcio Araújo e Trauco, que não fizeram boa partida contra o Galo, ficariam no banco.
Quarta-feira
Logo pela manhã, no Ninho, Rueda e sua comissão chamaram o grupo para reunião. Queria passar instruções da estratégia que levaria a campo. Também falaria do time do Botafogo, que conhecia bem dos dois confrontos deste ano na Libertadores. Em campo, viu um time mais seguro que, desta vez, não se preocupava tanto com a posse de bola, mas fechava espaços do Alvinegro.
Antes do início da partida, trocou abraços com sua equipe e com funcionários do Flamengo. Em pé na área técnica, ele teve contato direto com o auxiliar Bernardo Redin. Com a barreira da língua, eles tentavam se comunicar com mais com gestos do que com instruções.
Das mudanças no time, Renê serviu para combate mais firme contra Bruno Silva. A rigor, o meia alvinegro conseguiu levar vantagem em um lance - quando Muralha se saiu bem. Na saída de bola e até no auxílio ao ataque, Cuéllar também foi bem - fazendo bons desarmes e antecipações na marcação. Com Pimpão pelo seu setor, Rodinei atacou menos, mas controlou o adversário.
Mancuello e Pará serviram de intérpretes em alguns momentos. Rueda não se movimentava tanto – ainda tem certas limitações de movimento pela cirurgia recente no quadril –, mas chegou a se curvar para torcer por um lance e bateu palmas para incentivar Muralha, quando o goleiro recebeu recuo forçado de Réver.
globo esporte

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