quinta-feira, 10 de agosto de 2017

esporte



PC Oliveira diz que não foi avisado sobre demissão da seleção e promete ir à Justiça

Treinador acusa Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) de não cumprir contrato firmado no início do ano. Técnico dirigiu o time verde-amarelo nos meses em que houve apoio logístico da CBF

 
PC Oliveira diz que não foi avisado sobre demissão da seleção e promete ir à Justiça 
 
Por Flávio Dilascio e Marcelo Rodrigues, Rio de Janeiro  


No dia 12 de abril, o Brasil vencia a Argentina por 4 a 2 em San Juan, Argentina, e conquistava o seu 10º título da Copa América. A competição foi o último ato de PC Oliveira à frente da seleção brasileira de futsal, então gerida por uma tripartite entre Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) e o Grupo Águia, empresa de marketing indicada pela CBF. A parceria entre as três frentes se encerrou em abril, e, na última semana, Marquinhos Xavier foi apresentado como novo técnico da equipe verde-amarela, na sede da CBFS, em São Paulo. Segundo PC, ele jamais foi procurado pela entidade para ser destituído do cargo. Pior, o treinador revelou que tinha compromisso firmado até 2020 e que pretente ir à Justiça contra a CBFS, que afirma desconhecer a existência de qualquer contrato com o profissional.
 
 
- Como técnico da seleção brasileira, não poderia ter acordo com uma empresa que não fosse a CBFS. O acordo foi rompido em abril e desde então estou sem receber. Como o contrato ia até 2020, isso vai ser cobrado na esfera legal. Em nenhum momento, o presidente da CBFS falou comigo, aliás, ele não fala comigo desde janeiro quando esteve na nossa intertemporada em Barcelona. Ele não comunicou a mim, não comunicou aos meus profissionais e nós ficamos sabendo da saída pela imprensa. Essa falta de respeito e esse dano moral causado à minha pessoa são irreparáveis e isso também será cobrado na esfera legal - disse PC
 
 
PC Oliveira fala sobre a saída da seleção e diz que vai acionar a CBFS na Justiça
A aproximação entre CBF e CBFS se deu no fim do ano passado. Por conta da crise na Confederação de Futsal, a entidade máxima do futebol brasileiro ofereceu ajuda logística e administrativa à modalidade, o que aconteceu entre janeiro e abril, período em que PC Oliveira esteve à frente da seleção. O Brasil é o único país do mundo que possui confederação própria de futsal. Nas demais nações, a modalidade é gerida junto ao futebol. A CBFS foi fundada em 1979 mediante um acordo de cavalheiros com a CBF, que tem o direito de retomar o controle do futsal a qualquer momento.
 
 
- Temos só que agradecer à CBF pelo apoio logístico e administrativo que ela nos deu. Pela primeira vez, vimos o futsal ser tratado com dignidade, obtivemos deles todo o apoio para marcar as diretrizes esportivas e conquistar a Copa América dentro da Argentina. O desacordo aconteceu num momento de insegurança jurídica entre a CBFS e o contrato com essa empresa. O contrato poderia fazer essa empresa (Grupo Águia), que é familiar, carregar as dívidas da CBFS e da sua gestão irresponsável. Houve sim esse desacordo com a empresa, e a CBFS tem que caminhar com as suas próprias pernas a partir de agora - destacou PC.
A declaração do treinador vai de encontro à posição da CBFS sobre o caso. Segundo Paulo Ladeia, superintendente da entidade, PC Oliveira jamais firmou contrato com a Confederação. Apesar do mal estar, o dirigente fez questão de elogiar o desempenho do treinador à frente da seleção.
 
 
Superintendente da CBFS contesta treinador e explica fim da parceria com a CBF
- Posso te falar que, com a CBFS, o PC não tinha nenhum contrato. Com a CBF acredito que também não tenha e com o grupo gestor não posso te falar se tem ou não. A rescisão nossa foi feita apenas com o grupo gestor de marketing e não com o Paulo César de Oliveira. Aliás, só tenho a elogiar o trabalho dele. A parte técnica foi espetacular. Somos muito gratos ao PC e à comissão técnica por termos ganho a Copa América, vencendo os campeões do mundo na casa deles. A parte do desacordo não foi bem um desacordo. Todo contrato tem uma cláusula rescisória. Nós fomos procurados pela empresa, que falou que não seria mais interessante permanecer com o contrato. De antemão aceitamos a rescisão e já está tudo certo da parte burocrática - disse Ladeia.
 
 
A seleção brasileira está sem jogar desde o fim da parceria com a CBF e com o Grupo Águia, em abril. Com a volta do controle total da modalidade à CBFS, o planejamento para o ciclo do Mundial 2020 voltou ao início. Apesar de ter apresentado Marquinhos Xavier, a seleção ainda não tem uma data definida para voltar a jogar. Além do novo treinador, a entidade trouxe de volta o craque Falcão, afim de atrair novos parceiros e investidores.  


Marquinhos Xavier é o novo técnico da seleção brasileira de futsal (Foto: Ulisses Castro/ACBF) 
 
 
 
Marquinhos Xavier é o novo técnico da seleção brasileira de futsal (Foto: Ulisses Castro/ACBF)
- A nova comissão técnica é formada por pessoas de alto renome. Marquinhos Xavier é uma unanimidade e o Ferretti (coordenador-técnico) o nome fala por si só. Trouxemos pessoas que já trabalharam com a gente e que são referência no mercado. Da parte comercial, fechamos algumas parcerias para esse ciclo que nós chamamos de período de sobrevivência, quando criamos novas cotas para trazer subsídios para patrocínios maiores. Durante a gestão antiga, tivemos vários problemas trabalhistas. Da administração do Madeira não temos nenhuma, e estamos honrando pagamentos de dívidas da antiga gestão para não deixar nenhuma pendência com todos os profissionais que trabalharam pela seleção - finalizou Ladeia.
 
 
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