PC Oliveira diz que não foi avisado sobre demissão da seleção e promete ir à Justiça
Treinador acusa Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) de não cumprir contrato firmado no início do ano. Técnico dirigiu o time verde-amarelo nos meses em que houve apoio logístico da CBF
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Por Flávio Dilascio e Marcelo Rodrigues, Rio de Janeiro
No dia 12 de abril, o Brasil vencia a Argentina por 4 a 2 em San Juan, Argentina, e
conquistava o seu 10º título da Copa América. A competição foi o último
ato de PC Oliveira à frente da seleção brasileira de futsal, então
gerida por uma tripartite entre Confederação Brasileira de Futebol
(CBF), Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) e o Grupo Águia, empresa
de marketing indicada pela CBF. A parceria entre as três frentes se
encerrou em abril, e, na última semana, Marquinhos Xavier foi apresentado como novo técnico da equipe verde-amarela,
na sede da CBFS, em São Paulo. Segundo PC, ele jamais foi procurado
pela entidade para ser destituído do cargo. Pior, o treinador revelou
que tinha compromisso firmado até 2020 e que pretente ir à Justiça
contra a CBFS, que afirma desconhecer a existência de qualquer contrato
com o profissional.
- Como técnico da seleção brasileira, não poderia ter acordo com uma
empresa que não fosse a CBFS. O acordo foi rompido em abril e desde
então estou sem receber. Como o contrato ia até 2020, isso vai ser
cobrado na esfera legal. Em nenhum momento, o presidente da CBFS falou
comigo, aliás, ele não fala comigo desde janeiro quando esteve na nossa
intertemporada em Barcelona. Ele não comunicou a mim, não comunicou aos
meus profissionais e nós ficamos sabendo da saída pela imprensa. Essa
falta de respeito e esse dano moral causado à minha pessoa são
irreparáveis e isso também será cobrado na esfera legal - disse PC
PC Oliveira fala sobre a saída da seleção e diz que vai acionar a CBFS na Justiça
A aproximação entre CBF e CBFS se deu no fim do ano passado. Por conta
da crise na Confederação de Futsal, a entidade máxima do futebol
brasileiro ofereceu ajuda logística e administrativa à modalidade, o que
aconteceu entre janeiro e abril, período em que PC Oliveira esteve à
frente da seleção. O Brasil é o único país do mundo que possui
confederação própria de futsal. Nas demais nações, a modalidade é gerida
junto ao futebol. A CBFS foi fundada em 1979 mediante um acordo de
cavalheiros com a CBF, que tem o direito de retomar o controle do futsal
a qualquer momento.
- Temos só que agradecer à CBF pelo apoio logístico e administrativo
que ela nos deu. Pela primeira vez, vimos o futsal ser tratado com
dignidade, obtivemos deles todo o apoio para marcar as diretrizes
esportivas e conquistar a Copa América dentro da Argentina. O desacordo
aconteceu num momento de insegurança jurídica entre a CBFS e o contrato
com essa empresa. O contrato poderia fazer essa empresa (Grupo Águia),
que é familiar, carregar as dívidas da CBFS e da sua gestão
irresponsável. Houve sim esse desacordo com a empresa, e a CBFS tem que
caminhar com as suas próprias pernas a partir de agora - destacou PC.
A declaração do treinador vai de encontro à posição da CBFS sobre o
caso. Segundo Paulo Ladeia, superintendente da entidade, PC Oliveira
jamais firmou contrato com a Confederação. Apesar do mal estar, o
dirigente fez questão de elogiar o desempenho do treinador à frente da
seleção.
Superintendente da CBFS contesta treinador e explica fim da parceria com a CBF
- Posso te falar que, com a CBFS, o PC não tinha nenhum contrato. Com a
CBF acredito que também não tenha e com o grupo gestor não posso te
falar se tem ou não. A rescisão nossa foi feita apenas com o grupo
gestor de marketing e não com o Paulo César de Oliveira. Aliás, só tenho
a elogiar o trabalho dele. A parte técnica foi espetacular. Somos muito
gratos ao PC e à comissão técnica por termos ganho a Copa América,
vencendo os campeões do mundo na casa deles. A parte do desacordo não
foi bem um desacordo. Todo contrato tem uma cláusula rescisória. Nós
fomos procurados pela empresa, que falou que não seria mais interessante
permanecer com o contrato. De antemão aceitamos a rescisão e já está
tudo certo da parte burocrática - disse Ladeia.
A seleção brasileira está sem jogar desde o fim da parceria com a CBF e
com o Grupo Águia, em abril. Com a volta do controle total da modalidade
à CBFS, o planejamento para o ciclo do Mundial 2020 voltou ao início.
Apesar de ter apresentado Marquinhos Xavier, a seleção ainda não tem uma
data definida para voltar a jogar. Além do novo treinador, a entidade
trouxe de volta o craque Falcão, afim de atrair novos parceiros e
investidores.
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Marquinhos Xavier é o novo técnico da seleção brasileira de futsal (Foto: Ulisses Castro/ACBF)
- A nova comissão técnica é formada por pessoas de alto renome.
Marquinhos Xavier é uma unanimidade e o Ferretti (coordenador-técnico) o
nome fala por si só. Trouxemos pessoas que já trabalharam com a gente e
que são referência no mercado. Da parte comercial, fechamos algumas
parcerias para esse ciclo que nós chamamos de período de sobrevivência,
quando criamos novas cotas para trazer subsídios para patrocínios
maiores. Durante a gestão antiga, tivemos vários problemas trabalhistas.
Da administração do Madeira não temos nenhuma, e estamos honrando
pagamentos de dívidas da antiga gestão para não deixar nenhuma pendência
com todos os profissionais que trabalharam pela seleção - finalizou
Ladeia.
globo esporte
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