sexta-feira, 4 de agosto de 2017

DF



Doença de pele se alastra e atinge presídio feminino do DF

Fachada da Penitenciária Feminina do DF, conhecida como Colmeia (Foto: TV Globo/Reprodução)

A Secretaria de Segurança Pública confirmou nesta sexta-feira (4) mais um caso de doença de pele nas penitenciárias do DF. Desta vez, uma detenta da Penitenciária Feminina, única unidade prisional que não havia registrado caso de infecção, contraiu impetigo, uma doença causada por bactéria. Ela foi isolada e está em tratamento com antibióticos, informou a SSP.

O Presídio Feminino, fica no Gama, a uma distância de 40 km do Complexo da Papuda onde mais de 2,6 mil detentos estão com doenças de pele, o que representa 17% do total de internos. Um agente de polícia de custódia também foi infectado, segundo o Sindicato de Policiais Civis do DF (Sinpol) .

De acordo com a infectologista Maria Aparecida Teixeira, o impetigo é uma infecção bacteriana que, quando penetra na camada mais superficial da pele, pode causar lesões avermelhadas e bolhas.A médica diz que a doença está muito associada a lugares pequenos, úmidos, quentes e com superpopulação.
"O impetigo não é altamente contagioso, mas em situações de confinamento com alta densidade populacional e maus cuidados de higiene aumenta a chance de transmissão."

Contaminação

As doenças surgiram na Papuda em julho. No dia 14, a Secretaria de Segurança informou que havia 692 infectados em duas unidades – Centro de Detenção Provisória e Penitenciária I. Desde então, o número ficou quase quatro vezes maior e foram detectados doentes em todos os outros presídios do complexo.
Nesta semana, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) disse, por nota, que o aumento de casos identificados "não implica em uma epidemia de doenças de pele". A nota justifica que a cada dia a Gerência de Saúde da Sesipe – composta por profissionais da Secretaria de Saúde – realizou triagens nas unidades e, por isso, os números foram atualizados a cada avaliação.

Depois de uma reunião entre deputados federais, ativistas de direitos humanos e secretarias do governo do DF, na terça-feira (1º), foi permitido que parentes de presos levassem sabonetes de enxofre para os detentos. O sabonete também passou a ser vendido nas cantinas do Complexo da Papuda, onde os presos podem comprar.
Impetigo
O impetigo havia sido identificado em detentos pela Secretaria de Saúde no dia 14 de julho. Contudo, a Secretaria de Segurança Pública do DF disse ao G1 que a doença tinha sido descartada por médicos da unidade.
Segundo a infectologista Maria Aparecida Teixeira, o impetigo é causado por duas bactérias e pode se manifestar de diferentes formas. Quando apresenta poucas lesões, pode ser tratado com antibiótico e limpeza do local. Contudo, em condições adversas, como tempo seco, pele ressecada, ambiente de superpopulação e poucos cuidados de higiene, o quadro pode se agravar.

"A lesão de pele é só o que você enxerga, mas pode alcançar a corrente saguínea e gerar uma infecção do coração ou do rim, por exemplo."
Tratamento
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, as celas estão sendo higienizadas e todos os detentos infectados estão em tratamento. A secretaria também diz que os seis presídios mantêm a rotina de duas horas de banho de sol, entrega de quatro refeições diárias e produtos de higiene.
Além disso, os familiares dos detentos infectados podem levar sabonetes de enxofre para os presos. A medida foi anunciada após uma reunião entre deputados federais, ativistas de direitos humanos e secretarias do governo do DF nesta terça (1º).
O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público do DF, que enviou recomendação à Secretaria de Segurança Pública para que ações de combate às doenças sejam cumpridas com rigor. Entre elas, banho de sol diário, estoque de medicamentos para o tratamento, lavagem diária da roupa de cama e higienização das algemas e mãos dos detentos.
G1

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