Álvaro de Moya, jornalista pioneiro da divulgação dos quadrinhos no Brasil, morre aos 87 anos
O jornalista e pesquisador Álvaro de MoyaFoto: Museu da Pessoa / Reprodução |
Moya também foi uma figura reconhecida pelo seu trabalho de pesquisa e divulgação dos quadrinhos no Brasil. De Moya foi um desbravador nas pesquisas e na criação de um circuito de atividades de discussão sobre quadrinhos no país: participou da organização da Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, em 1951, em São Paulo. Ele também desempenhou um papel pioneiro na televisão nacional. Foi produtor da TV Excelsior e teve passagens também pelas emissoras Tupi, Bandeirantes e Cultura.
Nascido em São Paulo em 1930, Moya teve uma carreira própria como ilustrador, e foi, por anos, capista de publicações da Disney no Brasil, então editada pela Abril. Em paralelo, desenvolveu uma carreira acadêmica pioneira com os quadrinhos como tema. Organizou e escreveu vários livros – o mais famoso deles foi Shazam!, coletânea de ensaios organizada por ele com a participação de Jô Soares e Umberto Eco, entre outros, como colaboradores. Publicado em 1977 na coleção de ensaios acadêmicos da Editora Perspectiva, Shazam! até hoje é considerado referência no estudo acadêmico das obras em quadrinhos.
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Moya também é o autor do ambicioso História da História em Quadrinhos, publicado originalmente pela L&PM nos anos 1980 e continuamente reeditado. O livro apresenta um painel abrangente do gênero desde sua criação nas tiras do Yellow Kid, de Richard Felton Outcast, no fim do século 19 – passando pelo papel de publicações como Tico-Tico na popularização dos quadrinho no Brasil e pela biografia de grandes criadores e seus personagens, como Alex Raymond (criador do Flash Gordon), Winsor McCay (de Little Nemo in the Slumberland), Hal Foster (Principe Valente), Lee Falk (Fantasma), Walt Disney e exemplares nacionais como Angelo Agostini (Nhô Quim), Ziraldo, Daniel Azulay e Maurício de Sousa.
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Fonte: ZH Livros
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