segunda-feira, 14 de agosto de 2017

BRASIL

Álvaro de Moya, jornalista pioneiro da divulgação dos quadrinhos no Brasil, morre aos 87 anos

Álvaro de Moya, jornalista pioneiro da divulgação dos quadrinhos no Brasil, morre aos 87 anos Museu da Pessoa/Reprodução
O jornalista e pesquisador Álvaro de MoyaFoto: Museu da Pessoa / Reprodução

O jornalista, escritor, ilustrador e especialista em quadrinhos, Álvaro de Moya, morreu no fim da tarde desta segunda-feira, 14, em São Paulo, aos 87 anos. Ele estava internado desde o último dia 5 de agosto no Hospital São Paulo, quando sofreu, em casa, um Acidente Vascular Cerebral.
Moya também foi uma figura reconhecida pelo seu trabalho de pesquisa e divulgação dos quadrinhos no Brasil. De Moya foi um desbravador nas pesquisas e na criação de um circuito de atividades de discussão sobre quadrinhos no país: participou da organização da Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, em 1951, em São Paulo.  Ele também desempenhou um papel pioneiro na televisão nacional. Foi produtor da TV Excelsior e teve passagens também pelas emissoras Tupi, Bandeirantes e Cultura. 
Nascido em São Paulo em 1930, Moya teve uma carreira própria como ilustrador, e foi, por anos, capista de publicações da Disney no Brasil, então editada pela Abril. Em paralelo, desenvolveu uma carreira acadêmica pioneira com os quadrinhos como tema. Organizou e escreveu vários livros – o mais famoso deles foi Shazam!, coletânea de ensaios organizada por ele com a participação de Jô Soares e Umberto Eco, entre outros, como colaboradores. Publicado em 1977 na coleção de ensaios acadêmicos da Editora Perspectiva, Shazam! até hoje é considerado referência no estudo acadêmico das obras em quadrinhos.
Moya também é o autor do ambicioso História da História em Quadrinhos, publicado originalmente pela L&PM nos anos 1980 e continuamente reeditado. O livro apresenta um painel abrangente do gênero desde sua criação nas tiras do Yellow Kid, de Richard Felton Outcast, no fim do século 19 – passando pelo papel de publicações como Tico-Tico na popularização dos quadrinho no Brasil e pela biografia de grandes criadores e seus personagens, como Alex Raymond (criador do Flash Gordon), Winsor McCay (de Little Nemo in the Slumberland), Hal Foster  (Principe Valente), Lee Falk (Fantasma), Walt Disney e exemplares nacionais como Angelo Agostini (Nhô Quim), Ziraldo, Daniel Azulay e Maurício de Sousa
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Fonte: ZH Livros


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