quinta-feira, 18 de maio de 2017

POLÍTICA


O que revelaram os donos da JBS na delação que implodiu Brasília

Empresários entregaram à Justiça gravações nas quais registram pedidos de propina de Temer e Aécio Neves, além da compra do silêncio de Cunha




O que revelaram os donos da JBS na delação que implodiu Brasília Carlos Macedo/Agência RBS

Foto: Carlos Macedo / Agência RBS

Um dos donos da maior empresa de proteína animal do mundo e campeão de doações eleitorais nas eleições de 2014, o empresário Joesley Batista implodiu o meio político.
O controlador do frigorífico JBS entregou ao Ministério Público Federal (MPF) gravações nas quais registra pedidos de propina do presidente Michel Temer (PMDB), e do presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG).
Em ações controladas pela Polícia Federal, o repasse de dinheiro a emissários de Temer e Aécio foi filmado. As cédulas tiveram os números de série previamente registrados e estavam acomodadas em malas e mochilas equipadas com chips. Todo o caminho do dinheiro foi monitorado pelos investigadores. As informações foram reveladas na noite desta quarta-feira pelo jornal O Globo.
Joesley e seu irmão, Wesley Batista, fecharam acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República em razão de suspeitas sobre contratos realizados pelas empresas do grupo com o BNDES. Por conta do alto poder das revelações, o acerto com o procurador-geral, Rodrigo Janot, foi fechado em tempo recorde e teve autorização do relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin.
Em Brasília, sessões no Congresso são encerradasTão logo as reportagens de O Globo foram publicadas, o Congresso se esvaziou. As sessões da Câmara e do Senado foram encerradas. Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) correu ao Palácio do Planalto para reunião de emergência com Temer. Além do presidente e de Aécio, Joesley citou pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao ex-ministro da Fazenda nos governos Lula e Dilma, Guido Mantega. Somente Aécio teria recebido R$ 2 milhões.
O encontro com Temer ocorreu por volta das 22h30min de 7 de março. Era um período em que a Lava-Jato estava no auge e Brasília vivia sob tensão, às vésperas da entrega da chamada segunda lista de Janot ao STF, o que ocorreria uma semana depois. Conforme o relato de Joesley, ele chegou sozinho e dirigindo o próprio carro ao Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer. No bolso do paletó, Joesley portava um gravador. Após troca de amenidades, eles conversaram por 40 minutos, registrado em pequeno gravador portátil.
No começo do bate-papo, Joesley comunica a Temer que está enviando dinheiro a Cunha para que o ex-deputado mantivesse o silêncio na cadeia. Além de Cunha, havia repasses ao doleiro Lúcio Funaro, parceiro de Cunha em operações criminosas. O presidente demonstra alegria com a informação e dá seu aval:

Fonte: G1

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