domingo, 23 de abril de 2017

MUNDO

França trava a batalha eleitoral que decidirá o rumo da Europa


Eleições na França: homem segura cédula eleitoral para votar no primeiro turno
Eleições na França: homem segura cédula eleitoral para votar no primeiro turno (REUTERS/Christian Hartmann/Reuters)
 



A terceira rodada na batalha mundial entre o populismo e o status quo, entre os nacionalistas e os internacionalistas, entre as forças do retrocesso e as da abertura, é travada na França. Após o referendo britânico sobre a União Europeia e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, as eleições presidenciais francesas expõem novamente as fraturas do mundo desenvolvido. Milhões de pessoas irão votar no domingo no primeiro turno das eleições para a escolha do sucessor de François Hollande. As eleições – na prática, um referendo sobre o futuro da Europa e sobre a ordem ocidental na qual a França é peça fundamental – repercutirão além das fronteiras do país.

As eleições francesas podem ser vistas como um novo capítulo na sequência da megaeleição global que começou em junho de 2016 com o Brexit – o voto favorável à saída do Reino Unido da UE –, continuou com a vitória de Trump em novembro do mesmo ano e prossegue na França.
Onze candidatos concorrem no primeiro turno neste 23 de abril. Desses, e a menos que alguém supere os 50% dos votos, coisa muito improvável, os dois mais votados passarão ao segundo turno, em 7 de maio. Daí sairá o homem ou mulher que comandará a França nos próximos cinco anos.
A ida ao segundo turno é disputada entre quatro candidatos, de acordo com as pesquisas. Dois deles propõem reformas mais ou menos intensas no chamado modelo francês, mas não questionam o sistema econômico vigente, a posição internacional da França e seu pertencimento à União Europeia. São o centrista Emmanuel Macron – ex-banqueiro e ex-ministro da Economia, e candidato do Em Marcha!, um partido novo criado sob medida para ele – e François Fillon, ex-primeiro-ministro e candidato do partido Os Republicanos, o grande partido da direita tradicional.
Os outros dois candidatos em disputa querem preservar o modelo social francês e recuperar a soberania perdida, mas seus programas, de ideologias diametralmente opostas, causariam uma ruptura sistêmica em níveis diferentes. Marine Le Pen, herdeira da ultradireita da Frente Nacional, ameaça retirar a França do euro e da União Europeia. Jean-Luc Mélenchon, representante da nova esquerda do partido A França Insubmissa, aliada do espanhol Podemos, entre outros movimentos, inclui em seu programa a ameaça de retirar a França da UE se esta não mudar ao seu gosto. Promete também sair da OTAN.

Fonte: EL País


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