Após protestos, Rui Falcão defende candidatos de oposição no Congresso
O presidente do PT, Rui Falcão, e o ex-presidente Lula Foto: Reprodução Jornal GGN
Uma
semana depois de recomendar a celebração de um acordo com partidos
da base do governo Temer, o presidente nacional do PT, Rui Falcão,
defendeu, neste domingo (29), o lançamento de candidatos da oposição
para a presidência da Câmara e do Senado.Seguida sua orientação,
o PT ficará fora dos postos-chave da Mesa Diretora da Câmara e do
Senado, mesmo que detenha a segunda maior bancada das duas Casas. O
partido deverá lançar o nome do deputado Paulo Teixeira (SP) para a
presidência da Câmara.
"Minha
opinião pessoal é que nos unamos aos parlamentares da oposição
(PDT, PC do B, Rede e PSol) num bloco a ser encabeçado(a) por alguém
deste campo", afirma.Na sexta-feira (20), o Diretório Nacional
do PT aprovou, por 45 a 30 votos, texto apresentado por Falcão. O
documento autorizava o"prosseguimento das conversações que
vinham se realizando pelas bancadas, com todos os postulantes à
direção das Casas" do Parlamento.Após derrota dentro do
partido, militantes de uma ala partidária chamada "Muda PT"
lançaram-se numa campanha nas redes sociais. Em artigo publicado
neste domingo, na página do PT, Falcão afirma que o partido "está
vivendo um clima de congresso (interno)".
"Minha
opinião pessoal é que nos unamos aos parlamentares da oposição
(PDT, PC do B, Rede e PSol) num bloco a ser encabeçado(a) por alguém
deste campo", afirma.Na sexta-feira (20), o Diretório Nacional
do PT aprovou, por 45 a 30 votos, texto apresentado por Falcão. O
documento autorizava o"prosseguimento das conversações que
vinham se realizando pelas bancadas, com todos os postulantes à
direção das Casas" do Parlamento.Após derrota dentro do
partido, militantes de uma ala partidária chamada "Muda PT"
lançaram-se numa campanha nas redes sociais. Em artigo publicado
neste domingo, na página do PT, Falcão afirma que o partido "está
vivendo um clima de congresso (interno)".
O
texto de Falcão conta ainda que a tática de aliança com partidos
governistas foi submetida ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva."Quando da eleição do novo líder do PT na Câmara –os
deputados Carlos Zarattini, para este ano, e Paulo Pimenta, para
2018– a Bancada acordou que o grupo Muda PT indicaria o cargo na
Mesa que coubesse ao PT.Foi então constituída uma comissão de 12
parlamentares, coordenada pelo líder, incumbida de dialogar com os
pretendentes à Presidência, apresentar nossos pleitos legítimos e
buscar assegurar, na condição de segunda maior Bancada, a
proporcionalidade na Mesa e a participação em comissões
importantes", relata Falcão.No artigo, Falcão afirma que não
houve uma consulta formal a todos os filiados do partido. Mas, após
as manifestações nas redes sociais, passou a defender candidatura
de oposição.
Inconformados
com a atitude dos parlamentares do "Muda PT", os
integrantes da CNB (Construindo Novo Brasil) vão delegar aos
opositores do acordo a tarefa de escolher um candidato para a
presidência das duas Casas.A ideia é lançar o nome de Paulo
Teixeira (SP) na Câmara e Lindbergh Farias, no Senado.ÍNTEGRA DO
ARTIGOO PT está vivendo um clima de Congresso. O 6o Congresso abriu
as comportas para o debate de ideias, para a livre expressão das
bases, para o florescimento de novas propostas, para o livre curso da
luta política, a qual, quando fraterna e leal, vivifica e nos
fortalece para militar, na melhor tradição que vimos cultivando
nestes 37 anos.E este clima de Congresso estende-se com maior
intensidade e amplitude nas incontáveis manifestações de
militantes a respeito da tática que nossas bancadas devem seguir na
eleição das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Elas
percorreram as redes na Internet –uma comunicação livre que é "a
prática mais subversiva de todas" e que empodera seus
mensageiros–, mobilizaram presidentes de diretórios,
parlamentares, tendências organizadas... Enfim, uma mobilização
cujo objetivo é questionar a resolução do Diretório Nacional,
aprovada no dia 20 de janeiro último, e que orienta nossas
deputadas, deputados, senadoras e senadores a se posicionarem na
sucessão da direção das duas Casas.É verdade que a divergência
em torno da melhor tática parlamentar vinha de antes, motivada pela
conjuntura inaugurada pelo golpe, razão pela qual a Comissão
Executiva e o Diretório Nacional decidiram pautar o tema que, antes
do impeachment, era tratado predominantemente no âmbito das
Bancadas.
Quando
da eleição do novo líder do PT na Câmara –os deputados Carlos
Zarattini, para este ano, e Paulo Pimenta, para 2018– a Bancada
acordou que o grupo Muda PT indicaria o cargo na Mesa que coubesse ao
PT. Foi então constituída uma comissão de 12 parlamentares,
coordenada pelo líder, incumbida de dialogar com os pretendentes à
Presidência, apresentar nossos pleitos legítimos e buscar
assegurar, na condição de segunda maior Bancada, a
proporcionalidade na Mesa e a participação em comissões
importantes.Antes de chegar à reunião do DN, os membros da comissão
dialogaram com o presidente Lula, informaram e posicionaram-se
perante a CEN e, finalmente, no DN.A Resolução do DN, vale lembrar,
afirma claramente: "as Bancadas do PT, que não aceitam, não
transigem e não reconhecem o governo golpista nem qualquer outro que
não seja legitimado pelo voto popular, continuarão atuando, em
conjunto com outros partidos e parlamentares, em oposição a todas
as propostas regressivas do Executivo e seus aliados".Além
disso, reitera nossa disposição de nos opormos ao governo usurpador
e a todos os projetos antipopulares, antinacionais e de supressão de
direitos, dentro e fora do Congresso Nacional.
Entretanto,
é verdade que não há vetos, no documento aprovado, ao
prosseguimento das conversações que vinham se realizando pelas
Bancadas, com todos os postulantes à direção das Casas
congressuais. Eis aí o foco principal da divergência que, a nosso
ver, provocou o movimento de contestação e de pressão sobre as
Bancadas, a quem competirá a decisão final, por consenso ou
maioria.Não há tempo de promover, agora, uma consulta a toda a
militância petista e a nossos milhares de simpatizantes para aferir
maiorias ou minorias, tal como ocorreu nos episódios do Colégio
Eleitoral e do plebiscito de 1993.O fato é que o protesto tem
audiência, repercussão e deve ser ouvido pelos parlamentares.Por
isso, e por entender que a resolução do DN também prevê esta
alternativa, minha opinião pessoal é que nos unamos aos
parlamentares da oposição (PDT, PC do B, Rede e PSol) num bloco a
ser encabeçado (a) por alguém deste campo.
E
que o voto das nossas Bancadas se paute pelos compromissos enunciados
pelo PT, expressando publicamente, de forma unitária e transparente,
a razão da escolha.Tenho convicção de que, desse modo, o
entusiasmo da militância se propagará em todas as frentes de luta:
na defesa do companheiro Lula e de sua futura candidatura a
presidente; no enfrentamento da malsinada reforma da Previdência; no
combate à regressiva reforma trabalhista; na luta pela antecipação
das eleições diretas; e, não menos importante, na sua inestimável
contribuição ao sucesso do 6o Congresso do PT.
Fonte:
Folha de S. Paulo
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