Tesouro
fixa teto de R$3,65 tri para dívida pública em 2017, alta de até
17,3% sobre 2016
Imagem Reprodução Pobre Poupador
A dívida pública federal do Brasil
deverá fechar o ano de 2017 entre 3,45 trilhões e 3,65 trilhões de
reais, estabeleceu o Tesouro Nacional no Plano Anual de Financiamento
(PAF), abrindo espaço para um avanço de até 17,3 por cento sobre o
estoque de 3,113 trilhões de reais de 2016.
No ano passado, o crescimento da dívida foi de 11,5 por cento,
ficando dentro do limite de até 3,3 trilhões de reais definido para o
período.
No PAF de 2017 divulgado nesta quarta-feira, o governo federal
indicou que os títulos atrelados à taxa flutuante, como a Selic, deverão
representar de 29 a 33 por cento da dívida pública federal, contra 28,2
por cento em 2016.
Esses papéis pós-fixados são mais demandados por investidores
quando há percepção de aumento do risco. Como tiram previsibilidade para
a dívida, já que flutuam com os juros, o governo busca reduzir a fatia
desses papéis no longo prazo a 20 por cento.
Antes, o governo via o patamar de 15 por cento como um nível
apropriado para esses papéis, cujos maiores representantes são as LFTs.
"A despeito das medidas que estão sendo tomadas para melhora
dos resultados fiscais e estabilização da dívida pública, pode-se
considerar que houve uma alteração estrutural nas projeções do nível em
que se verificaria estabilidade no endividamento público, em relação ao
que se prospectava em momentos anteriores", disse o governo no documento
do PAF.
"Com isso, a composição ótima vigente até então passa a não
constar mais no rol de portfólios eficientes e factíveis para o longo
prazo sem o risco de gerar pressões no mercado de títulos públicos",
acrescentou.
A secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, admitiu que seria
preferível aumentar a participação dos títulos prefixados em detrimento
das LFTs. Mas apontou que isso teria custo alto neste momento, em razão
da perda do grau de investimento pelo país em 2015 e do cenário
macroeconômico ainda desafiador.
Mas isso deve mudar a partir dos próximos dois anos, afirmou
Ana Paula, que considera viável o Brasil recuperar o selo de bom pagador
em 2018. Para 2017, ela ressaltou que o aumento do peso das LFTs se
dará também pelo baixo vencimento dos títulos no ano.
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