Fidel Castro, em uma imagem de 3 de fevereiro de 2006, em Havana, Cuba.Javier Galeano AP / EL PAÍS
Fidel Castro morreu. Aos 90 anos de idade, o líder histórico da Revolução cubana faleceu na noite desta sexta-feira, 25 de novembro,e em Havana, Cuba. O presidente Raúl Castro, seu irmão, comunicou o fato em uma mensagem transmitida pela televisão.
“Com profunda dor, compareço aqui para informar ao nosso povo, aos
amigos da nossa América e do mundo que hoje, 25 de novembro de 2016, às
10h29 da noite [1h29 de sábado, pelo horário de Brasília] faleceu o comandante em chefe da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz”, declarou o mandatário, comovido. Uma
das principais figuras do século XX, Fidel Castro morre 60 anos depois
de desembarcar em Cuba no navio Granma com um grupo de rebeldes
provenientes do México, para fazer a guerrilha que viria a derrotar
Fulgencio Batista em 1959. Após 47 anos ininterruptos à frente do regime socialista que
construiu em torno da sua liderança, Castro abandonou o poder há dez
anos, em 2006, por problemas de saúde. Raúl Castro, cinco anos mais
novo, assumiu o comando, primeiro provisoriamente, e dois anos depois,
em 2008, de forma definitiva, como presidente do Conselho de Estado e do
Conselho de Ministros. Raúl Castro acrescentou em sua mensagem que nas próximas horas serão
anunciados detalhes do funeral de Fidel Castro, com quem Raúl esteve
pela última vez em 15 de novembro, quando o veterano líder recebeu em
sua casa o presidente do Vietnã, Tran Dai Quang. Na semana passada,
deveria ter recebido também o primeiro-ministro do Canadá, Justin
Trudeau, mas o encontro foi cancelado. Desde que se viu obrigado a abandonar o poder em 2006, a principal
atividade pública de Fidel Castro foi a publicação de artigos na
imprensa cubana. Sua frequência foi se espaçando gradualmente, mas se
manteve presente até os últimos tempos, como quando, em março deste ano,
dias depois da histórica visita de Barack Obama à ilha, publicou um
texto em que expressava suas reticências com a aproximação entre o presidente dos Estados Unidos e o Governo cubano.
“Não necessitamos que o império nos dê nada de presente”, foi sua frase
mais significativa, sua rejeição final, pouco antes de morrer, ao país
com o qual brigou durante décadas, seu inimigo irreconciliável.
A morte de Castro significará uma enorme sacudida emocional em Cuba,
tanto para seus partidários como para seus detratores, pelo peso
esmagador que sua figura exerceu sobre a vida cubana durante gerações e
gerações. Politicamente, é o símbolo do fim de uma era,
embora não caiba esperar mudanças substanciais imediatas no sistema
cubano. Resta agora, como o último entre os líderes históricos da
Revolução, seu irmão Raúl Castro.
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