sexta-feira, 2 de setembro de 2016

GOIÁS

Afrêni Gonçalves se licencia da presidência do PSDB-GO

Ele é investigado em ação da PF por desvio de R$ 4,5 milhões da Saneago.
Partido diz que quer 'diminuir dúvidas quanto à 'lisura' de suas gestões.


Afrêni Gonçalves é investigado no desvio de R$ 4,5 milhões da Saneago, em Goiás (Foto: Reprodução/Facebook)Afrêni Gonçalves é investigado no desvio de R$ 4,5 milhões da Saneago (Foto: Reprodução/Facebook)
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em Goiás informou, nesta sexta-feira (2) por meio de nota, que Afrêni Gonçalves, investigado na operação que apura desvio de R$ 4,5 milhões da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) para , licenciou-se da presidência do partido no estado. No lugar dele assume o deputado estadual José Vitti.
De acordo com a assessoria de comunicação do PSDB-GO, o objetivo da licença foi “diminuir eventuais dúvidas quanto à lisura” das gestões, tanto no partido quanto na estatal. A Saneago comunicou que Afrêni também foi afastado do cargo de diretor de Expansão da empresa, sendo substituído pela engenheira civil Juliana Matos de Souza, funcionária de carreira da estatal.
O anúncio foi feito pelo partido no início desta tarde. Segundo a assessoria tucana, o pedido de licenciamento foi protocolado na segunda-feira (29).
Afrêni foi um dos 14 presos na Operação Decantação, deflagrada pela Polícia Federal no último dia 24. O ex-presidente da Saneago, José Taveira, também foi preso. Os dois foram soltos na última segunda-feira, quando venceu o pedido de prisão temporária de 5 dias.
O diretor de Gestão Corporativa da Saneago, Robson Salazar, e a empresária Nilvane Tomas de Sousa Costa, que foram presos na operação, também já estão em liberdade. 
A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSP-GO) informou que 10 pessoas presas na operação seguem no Núcleo de Custódia.
Operação Decantação
A Operação Decantação foi deflagrada no dia 24 de agosto deste ano para apurar a suspeita de corrupção por parte de alguns diretores da Saneago. Segundo as investigações, verbas federais desviadas da estatal foram usadas para pagar campanhas políticas, propinas a servidores do órgão e até uma Organização Social (OS) na área da saúde. A fraude chegou R$ 4,5 milhões.
Segundo as investigações, a Saneago contratou uma empresa de assessoria, que fazia licitações de forma a direcionar o resultado da seleção para que as vencedoras fossem as empresas participantes da fraude.
Imagem mostra esquema investigado pela PF na Saneago, em Goiás (Foto: Divulgação/PF)Imagem mostra esquema investigado pela PF na Saneago, em Goiás (Foto: Divulgação/PF)
Em troca, as companhias repassavam dinheiro em forma de propina, pagamento de dívidas de campanhas, repasse para OS e até coquetéis feitos dentro do palácio do governo em nome do órgão.
Ao todo, foram cumpridos 120 mandados judiciais em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Formosa e Itumbiara, em Goiás, além de São Paulo e Florianópolis (SC). Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na sede do diretório estadual do PSDB.
“A busca foi para ter provas que liguem o partido ao recebimento de dinheiro da Saneago para o pagamento de dívidas de campanhas políticas em 2014. O diretor regional do partido está vinculado à Saneago, é diretor de expansão do órgão”, disse o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Teixeira.
Escutas telefônicas
Interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça durante a Operação Decantação, obtidas pela TV Anhanguera, mostram que dívidas de campanhas eleitorais foram pagas com verba da Saneago. O governador Marconi Perillo (PSDB) é citado em alguns diálogos.
Na sexta-feira (26), o governador afirmou que não está sendo acusado de nada e que não há "um centavo" que possa estabelecer "qualquer nexo" entre o Governo de Goiás, a campanha do PSDB e recursos Saneago.
Fonte: G1 

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