Saiba quais são os alvos da Operação Custo Brasil
Ex-ministro Paulo Bernardo foi preso em desdobramento da Lava Jato.
PF cumpriu mandado de busca na casa dele e da mulher, Gleisi Hoffmann.
O ex-ministro do Planejamento do governo Lula e das Comunicações no primeiro governo Dilma, Paulo Bernardo, foi preso nesta quinta-feira (23) em um desdobramento da 18ª fase da Operação Lava Jato, em Brasília. Ele é marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência do governo Dilma, também foi alvo.
A PF diz que o objetivo da operação, batizada de Custo Brasil, é apurar o pagamento de propina referente a contratos de prestação de serviços de informática no valor de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários e agentes públicos ligados ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Além das prisões relacionadas ao PT, policiais federais foram à sede do partido no centro de São Paulo. Os presos e o material apreendido serão encaminhados à sede da Polícia Federal, na capital paulista.
Ao todo, são 11 mandados de prisão preventiva, 14 mandados de condução coercitiva e 40 mandados de busca e apreensão nas empresas e residências dos investigados.
Participam da operação 26 auditores-fiscais e analistas tributários da Receita Federal e cerca de 150 policiais federais.
Veja abaixo quais são os alvos da operação:
Alvos:
- Paulo Bernardo - preso
Preso na operação, o ex-deputado federal pelo Paraná Paulo Bernardo comandou o Ministério do Planejamento na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2011, quando Dilma sucedeu Lula no Palácio do Planalto, Paulo Bernardo permaneceu no governo, mas trocou de pasta, transferindo-se para o Ministério das Comunicações. Ele deixou a Esplanada dos Ministérios no final do primeiro mandato de Dilma.
A defesa de Paulo Bernardo afirmou que não teve acesso à decisão da sua prisão ainda, mas disse que ela é ilegal e não preenche os requisitos autorizadores. "Assim que conhecermos os fundamentos do decreto prisional tomaremos as medidas cabíveis", informaram seus advogados, em nota.
A defesa ainda afirmou que "o Ministério do Planejamento se limitou a fazer um acordo de cooperação técnica com associações de entidades bancárias, notadamente a ABBC e SINAPP, não havendo qualquer tipo de contrato público, tampouco dispêndios por parte do órgão público federal".
"Ainda assim, dentro do Ministério do Planejamento, a responsabilidade pelo acordo de cooperação técnica era da Secretaria de Recursos Humanos e, por não envolver gastos, a questão sequer passou pelo aval do ministro. Não bastasse isso, o inquérito instaurado para apurar a questão há quase um ano não contou com qualquer diligência, mesmo tendo o Ministro se colocado à disposição por diversas vezes tanto em juízo como no Ministério Público e Polícia Federal", informou a defesa do ex-ministro.
- Carlos Gabas - busca e apreensão
Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência do governo Dilma, teve a casa alvo de busca e apreensão.
Inicialmente, a PF informou que Gabas havia sido alvo de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada a depor. No entanto, o juiz que autorizou o mandado disse que Gabas devia ser informado pelos policiais que tinha o direito de ficar em silêncio e, nesse caso, não era obrigado a ir para a delegacia prestar depoimento. Como Gabas disse que não falaria com as autoridades, pôde ficar em casa.
Contatado, o ex-ministro confirmou que houve busca e apreensão na sua casa e afirmou que está à disposição para esclarecimentos. Gabas disse ainda que quer que tudo seja esclarecido, que os culpados sejam responsabilizados e que os inocentes sejam absolvidos e liberados.
Gabas foi anunciado como ministro da Previdência em 2014. Servidor de carreira do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foi o primeiro servidor do órgão a se tornar ministro da Previdência Social. Na reforma ministerial de 2015, quando a pasta virou secretaria, Gabas passou a ter o cargo de secretário.
Já em abril deste ano, após a saída de Mauro Lopes, do PMDB, da Aviação Civil após o rompimento do partido com o governo de Dilma, Gabas foi nomeado pela petista como o novo ministro da pasta.
- João Vaccari Neto - prisão preventiva (preso desde 2015)
Houve um mandado de prisão preventiva para o ex-tesoureiro do PT, mas ele já está preso desde 2015.
Vaccaci já foi condenado na Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em dois processos.
No primeiro deles, referente a uma ação penal originada na 10ª fase da Lava Jato, ele foi condenado a 15 anos e 4 meses de reclusão.
No segundo, o mesmo em que o ex-ministro José Dirceu foi condenado, Vaccari Neto recebeu a setença de nove anos de prisão.
A defesa dele não quis se manifestar.
- Leonardo Attuch - condução coercitiva
Alvo de condução coercitiva, o jornalista administra o blog 'Brasil 247' e já havia aparecido nas investigação da Lava Jato como suspeito de ter recebido dinheiro por serviços não executados.
A Editora 247 disse que considera a operação uma boa oportunidade para esclarecer quaisquer dúvidas relacionadas à atividade empresarial e jornalística dela.
- Paulo Ferreira - mandado de prisão
Houve um mandado de prisão contra ele na operação. Ex-tesoureiro do PT, Ferreira é marido da ex-ministra do Desenvolvimento Social no governo Dilma, Tereza Campelo, e próximo ao ex-ministro José Dirceu, já condenado na Operação Lava Jato.
- Valter Correia da Silva - preso
Preso na operação, é secretário de Gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), desde março de 2015.
Antes, foi chefe da Assessoria Especial para Modernização da Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Foi ainda secretário de Administração e Modernização Administrativa em São Bernardo do Campo (SP), de 2009 a 2011, e secretário de Administração e Modernização Administrativa de Guarulhos (SP), de 2001 a 2004.
Ele solicitou, através de seu advogado, exoneração do cargo atual para poder se defender das acusações.
- Daisson Silva Portanova - preso
Preso na operação, é advogado no Rio Grande do Sul.
O escritório de advocacia dele já havia sido alvo de buscas da Lava Jato no ano passado.
O advogado Paulo Fayet, que o representa, afirmou que tem plena consciência da inocência de seu cliente e que vai entrar com um pedido de habeas corpus.
- Nelson Luiz Oliveira Freitas - preso
Preso na operação, é ex-servidor do Ministério do Planejamento.
- Guilherme de Salles Gonçalves - mandado de prisão (está no exterior)
Houve um mandado de prisão preventiva contra Gonçalves, mas ele não foi preso porque está no exterior, segundo a Polícia Federal. Advogado, ele participou da campanha da senadora Gleisi Hoffmann para o governo do Paraná, em 2010, e à Prefeitura de Curitiba, em 2008.
- Emanuel Dantas do Nascimento - preso
Preso na operação, no Recife (PE), é sócio da empresa Concrused.
- Joaquim José Maranhão - preso
Preso na operação, no Recife (PE), é sócio da empresa Concrused.
Mandados de busca:
- Apartamento de Paulo Bernado e Gleisi Hoffmann em Curitiba
- Sede do Partido dos Trabalhadores em SP
Em nota, o PT diz que "condena a desnecessária, midiática, busca e apreensão realizada na sede nacional de São Paulo". "Em meio à sucessão de fatos e denúncias envolvendo políticos e empresários acusados de corrupção, monta-se uma operação diversionista na tentativa renovada de criminalizar o PT. A respeito das acusações assacadas contra filiados do partido, é preciso que lhes sejam assegurados o amplo direito de defesa e o princípio da presunção de inocência. O PT, que nada tem a esconder, sempre esteve e está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos."
Fonte: G1
O ex-ministro do Planejamento do governo Lula e das Comunicações no primeiro governo Dilma, Paulo Bernardo, foi preso nesta quinta-feira (23) em um desdobramento da 18ª fase da Operação Lava Jato, em Brasília. Ele é marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência do governo Dilma, também foi alvo.
A PF diz que o objetivo da operação, batizada de Custo Brasil, é apurar o pagamento de propina referente a contratos de prestação de serviços de informática no valor de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários e agentes públicos ligados ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Além das prisões relacionadas ao PT, policiais federais foram à sede do partido no centro de São Paulo. Os presos e o material apreendido serão encaminhados à sede da Polícia Federal, na capital paulista.
Ao todo, são 11 mandados de prisão preventiva, 14 mandados de condução coercitiva e 40 mandados de busca e apreensão nas empresas e residências dos investigados.
Participam da operação 26 auditores-fiscais e analistas tributários da Receita Federal e cerca de 150 policiais federais.
Veja abaixo quais são os alvos da operação:
Alvos:
- Paulo Bernardo - preso
Preso na operação, o ex-deputado federal pelo Paraná Paulo Bernardo comandou o Ministério do Planejamento na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2011, quando Dilma sucedeu Lula no Palácio do Planalto, Paulo Bernardo permaneceu no governo, mas trocou de pasta, transferindo-se para o Ministério das Comunicações. Ele deixou a Esplanada dos Ministérios no final do primeiro mandato de Dilma.
Preso na operação, o ex-deputado federal pelo Paraná Paulo Bernardo comandou o Ministério do Planejamento na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2011, quando Dilma sucedeu Lula no Palácio do Planalto, Paulo Bernardo permaneceu no governo, mas trocou de pasta, transferindo-se para o Ministério das Comunicações. Ele deixou a Esplanada dos Ministérios no final do primeiro mandato de Dilma.
A defesa de Paulo Bernardo afirmou que não teve acesso à decisão da sua prisão ainda, mas disse que ela é ilegal e não preenche os requisitos autorizadores. "Assim que conhecermos os fundamentos do decreto prisional tomaremos as medidas cabíveis", informaram seus advogados, em nota.
A defesa ainda afirmou que "o Ministério do Planejamento se limitou a fazer um acordo de cooperação técnica com associações de entidades bancárias, notadamente a ABBC e SINAPP, não havendo qualquer tipo de contrato público, tampouco dispêndios por parte do órgão público federal".
"Ainda assim, dentro do Ministério do Planejamento, a responsabilidade pelo acordo de cooperação técnica era da Secretaria de Recursos Humanos e, por não envolver gastos, a questão sequer passou pelo aval do ministro. Não bastasse isso, o inquérito instaurado para apurar a questão há quase um ano não contou com qualquer diligência, mesmo tendo o Ministro se colocado à disposição por diversas vezes tanto em juízo como no Ministério Público e Polícia Federal", informou a defesa do ex-ministro.
- Carlos Gabas - busca e apreensão
Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência do governo Dilma, teve a casa alvo de busca e apreensão.
Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência do governo Dilma, teve a casa alvo de busca e apreensão.
Inicialmente, a PF informou que Gabas havia sido alvo de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada a depor. No entanto, o juiz que autorizou o mandado disse que Gabas devia ser informado pelos policiais que tinha o direito de ficar em silêncio e, nesse caso, não era obrigado a ir para a delegacia prestar depoimento. Como Gabas disse que não falaria com as autoridades, pôde ficar em casa.
Contatado, o ex-ministro confirmou que houve busca e apreensão na sua casa e afirmou que está à disposição para esclarecimentos. Gabas disse ainda que quer que tudo seja esclarecido, que os culpados sejam responsabilizados e que os inocentes sejam absolvidos e liberados.
Gabas foi anunciado como ministro da Previdência em 2014. Servidor de carreira do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foi o primeiro servidor do órgão a se tornar ministro da Previdência Social. Na reforma ministerial de 2015, quando a pasta virou secretaria, Gabas passou a ter o cargo de secretário.
Já em abril deste ano, após a saída de Mauro Lopes, do PMDB, da Aviação Civil após o rompimento do partido com o governo de Dilma, Gabas foi nomeado pela petista como o novo ministro da pasta.
- João Vaccari Neto - prisão preventiva (preso desde 2015)
Houve um mandado de prisão preventiva para o ex-tesoureiro do PT, mas ele já está preso desde 2015.
Houve um mandado de prisão preventiva para o ex-tesoureiro do PT, mas ele já está preso desde 2015.
Vaccaci já foi condenado na Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em dois processos.
No primeiro deles, referente a uma ação penal originada na 10ª fase da Lava Jato, ele foi condenado a 15 anos e 4 meses de reclusão.
No segundo, o mesmo em que o ex-ministro José Dirceu foi condenado, Vaccari Neto recebeu a setença de nove anos de prisão.
A defesa dele não quis se manifestar.
- Leonardo Attuch - condução coercitiva
Alvo de condução coercitiva, o jornalista administra o blog 'Brasil 247' e já havia aparecido nas investigação da Lava Jato como suspeito de ter recebido dinheiro por serviços não executados.
Alvo de condução coercitiva, o jornalista administra o blog 'Brasil 247' e já havia aparecido nas investigação da Lava Jato como suspeito de ter recebido dinheiro por serviços não executados.
A Editora 247 disse que considera a operação uma boa oportunidade para esclarecer quaisquer dúvidas relacionadas à atividade empresarial e jornalística dela.
- Paulo Ferreira - mandado de prisão
Houve um mandado de prisão contra ele na operação. Ex-tesoureiro do PT, Ferreira é marido da ex-ministra do Desenvolvimento Social no governo Dilma, Tereza Campelo, e próximo ao ex-ministro José Dirceu, já condenado na Operação Lava Jato.
Houve um mandado de prisão contra ele na operação. Ex-tesoureiro do PT, Ferreira é marido da ex-ministra do Desenvolvimento Social no governo Dilma, Tereza Campelo, e próximo ao ex-ministro José Dirceu, já condenado na Operação Lava Jato.
- Valter Correia da Silva - preso
Preso na operação, é secretário de Gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), desde março de 2015.
Preso na operação, é secretário de Gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), desde março de 2015.
Antes, foi chefe da Assessoria Especial para Modernização da Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Foi ainda secretário de Administração e Modernização Administrativa em São Bernardo do Campo (SP), de 2009 a 2011, e secretário de Administração e Modernização Administrativa de Guarulhos (SP), de 2001 a 2004.
Ele solicitou, através de seu advogado, exoneração do cargo atual para poder se defender das acusações.
- Daisson Silva Portanova - preso
Preso na operação, é advogado no Rio Grande do Sul.
Preso na operação, é advogado no Rio Grande do Sul.
O escritório de advocacia dele já havia sido alvo de buscas da Lava Jato no ano passado.
O advogado Paulo Fayet, que o representa, afirmou que tem plena consciência da inocência de seu cliente e que vai entrar com um pedido de habeas corpus.
- Nelson Luiz Oliveira Freitas - preso
Preso na operação, é ex-servidor do Ministério do Planejamento.
- Guilherme de Salles Gonçalves - mandado de prisão (está no exterior)
Houve um mandado de prisão preventiva contra Gonçalves, mas ele não foi preso porque está no exterior, segundo a Polícia Federal. Advogado, ele participou da campanha da senadora Gleisi Hoffmann para o governo do Paraná, em 2010, e à Prefeitura de Curitiba, em 2008.
Houve um mandado de prisão preventiva contra Gonçalves, mas ele não foi preso porque está no exterior, segundo a Polícia Federal. Advogado, ele participou da campanha da senadora Gleisi Hoffmann para o governo do Paraná, em 2010, e à Prefeitura de Curitiba, em 2008.
- Emanuel Dantas do Nascimento - preso
Preso na operação, no Recife (PE), é sócio da empresa Concrused.
Preso na operação, no Recife (PE), é sócio da empresa Concrused.
- Joaquim José Maranhão - preso
Preso na operação, no Recife (PE), é sócio da empresa Concrused.
Preso na operação, no Recife (PE), é sócio da empresa Concrused.
Mandados de busca:
- Apartamento de Paulo Bernado e Gleisi Hoffmann em Curitiba
- Sede do Partido dos Trabalhadores em SP
- Apartamento de Paulo Bernado e Gleisi Hoffmann em Curitiba
- Sede do Partido dos Trabalhadores em SP
Em nota, o PT diz que "condena a desnecessária, midiática, busca e apreensão realizada na sede nacional de São Paulo". "Em meio à sucessão de fatos e denúncias envolvendo políticos e empresários acusados de corrupção, monta-se uma operação diversionista na tentativa renovada de criminalizar o PT. A respeito das acusações assacadas contra filiados do partido, é preciso que lhes sejam assegurados o amplo direito de defesa e o princípio da presunção de inocência. O PT, que nada tem a esconder, sempre esteve e está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos."
Fonte: G1
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