Top 5: vacas, aéreo louco, tubos nota 10, volta de Kelly e adeus de Taj em Fiji
No caminho rumo bi, Medina foi à perfeição com "tubo-duplo". Na final, dominou líder sem fôlego e arrebentou cordinha com força do mar em dia de pranchas quebradas
As Ilhas Fiji são uma das razões pelas quais o Tour foi batizado de "Circuito dos Sonhos". Entre mais de 330 ilhas e 500 atóis no Oceano Pacífico, está a pequena Tavarua, uma ilhota em formato de coração. A 3,2 quilômetros dali, no meio do mar, quebram sobre uma rasa bancada de corais as esquerdas de Cloudbreak, palco da quinta de 11 etapas da temporada de 2016 e de disputas épicas, como a de John John Florence e Taj Burrow, que se aposentou depois de 18 anos na elite. Gabriel Medina e Kelly Slater encontraram a perfeição nos tubos e ganharam duas notas 10 unânimes em tubaços. No último e maior dia da janela, em condições extremas e ondas superiores a 3m, houve um festival de vacas e pranchas quebradas - Gabriel, Slater e John John Florence que o digam. Medina dominou na final um líder do ranking sem fôlego, o australiano Matt Wilkinson, com direito a tubos e um aéreo alley oop insano, provando ser rei no local. Ele quase caiu ao tocar as costas no mar ao aterrissar, mas se reergueu e completou a onda com estilo.
Com o título, Medina ganhou 10.000 pontos e subiu da nona posição para a vice-liderança do ranking, com 24.000 pontos. Wilkinson levou 8.000 pelo vice-campeonato e se manteve no topo, com 32.500. Eliminado por Wilko nas semifinais, o havaiano John John Florence (23.900). ocupa a terceira posição. Italo Ferreira caiu na terceira fase em Fiji e é o segundo melhor brasileiro na tabela, em quanto lugar, com 20.500. O atual campeão mundial Adriano de Souza, que perdeu nas quartas para Medina, é o quinto e soma 20.400 pontos. Wilko irá vestir a lycra amarela na sexta etapa da temporada, em Jeffreys Bay, na África do Sul, de 6 a 17 de julho.
TUBOS NOTA 10
Gabriel Medina e Kelly Slater mostraram ser os grandes craques em ondas tubulares. Os surfistas de duas gerações, o jovem de 22 anos e o veterano de 44 foram os autores do primeiro 10 e o segundo da etapa de Fiji desta temporada, ambos alcançados de forma unânime (os cinco juízes concordaram). Com uma leitura perfeita em Cloudbreak, eles emplacaram dois tubos em uma mesma onda em suas baterias para vencerem seus rivais pelo round 4.
RETORNO DE SLATER
Desde o Pipeline Masters de 2013, Slater não vence uma etapa pela elite. Irreconhecível nas primeiras etapas deste ano, o americano só havia somado uma vitória até Fiji, sobre o surfista de Guadalupe Timothee Bisso, na segunda fase em Bells Beach, onde caiu no round 3. Ficou em 25º lugar na Gold Coast e em Margaret River, na Austrália, abdicou de competir na etapa do Rio de Janeiro e ressurgiu das cinzas nos tubos perfeitos de Cloudbreak. Só parou diante de Medina nas semifinais, mas deu um espetáculo à parte, com uma chuva de notas acima dos 9.00 pontos. Veja outras notas altas de Slater:
DESPEDIDA DE TAJ
Duas vezes vice-campeão mundial, em 1999 e 2007, oito vezes top 5 e outras três top 10 do ranking, Taj Burrow se aposentou em Fiji, depois de 18 anos na elite do surfe. Quem olhou a bateria do adeus contra John John Florence, pela terceira fase, mal podia acreditar que o australiano não iria mais surfar profissionalmente. Em um mar épico, o havaiano acabou levando a melhor por 18.76 a 18.60 no duelo mais emocionante da temporada até o momento. Taj tirou 9.40 e 9.20 e dispensou as notas 8.60 e 8.00, enquanto Florence ganhou 9.43 e 9.33, se dando ao luxo de abrir mão de um 8.17 e um 8.13. Mais um duelo de titãs, de duas gerações.
PRANCHAS QUEBRADAS
Ao mesmo tempo que formaram-se cavernas no mar grande, para a alegra dos tops da elite, a força do mar provocou estragos e vacas poderosas. Kelly Slater teve duas pranchas quebradas no último dia, enquanto Mineirinho, John John Florence e Medina quebraram uma cada um e tiveram de trocar o equipamento em plena bateria. Gabriel, aliás, acabou arrebentando em outro momento o leash (cordinha da prancha), depois de surfar um cilindro em uma onda pesadíssima, que lhe rendeu 8.27. Wilko não encontrou nenhum tubo na final e sofreu sucessivos "caldos".
AÉREO INSANO
Poucos surfistas no mundo fazem malabarismos como Gabriel Medina. Na final contra Wilko, o paulista emendou um tubo com um aéreo alley oop, se desequilibrou e chegou a tocar as costas na água, mas se reergueu de forma impressionante e completou a onda com estilo: 7.33. Ele deixou o australiano em combinação (15.60 a 6.34), assumiu a vice-liderança do ranking e poderá atpe se tornar o número um do mundo do mundo na próxima etapa do Tour, dependendo dos resultados. A sexta de 11 paradas do CT será em J-Bay, na África do Sul, de 6 a 17 de julho.
QUARTAS SE FINAL EM FIJI
1. Gabriel Medina (BRA) 10.86 x Adriano de Souza (BRA) 8.33
2. Kelly Slater (EUA) 18.70 x Wiggolly Dantas (BRA) 9.40
3. Mick Fanning (AUS) 13.40 x Adrian Buchan (AUS) 14.60
4. Matt Wilikinson (AUS) 14.63 x John John Florence (HAV) 10.93
2. Kelly Slater (EUA) 18.70 x Wiggolly Dantas (BRA) 9.40
3. Mick Fanning (AUS) 13.40 x Adrian Buchan (AUS) 14.60
4. Matt Wilikinson (AUS) 14.63 x John John Florence (HAV) 10.93
SEMIFINAIS
1: Gabriel Medina (BRA) 14.67 x Kelly Slater (EUA) 12.03
2: Adrian Buchan (AUS) 12.00 x Matt Wilkinson (AUS) 13.33
2: Adrian Buchan (AUS) 12.00 x Matt Wilkinson (AUS) 13.33
FINAL
1: Gabriel Medina (BRA) 15.60 x Matt Wilkinson (AUS) 6.34
Fonte: GE
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