Ninguém sabe efeitos da saída do Reino Unido da UE, diz diretor da OMC
| Salvatore Di Nolfi - 30.mai.2016/Associated Press | ||
| O diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo |
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, disse nesta quinta-feira (16) que ainda não é possível dimensionar os impactos na economia global de uma eventual saída do Reino Unido da União Europeia. Ele alertou, porém, que o governo britânico terá que renegociar todos os seus acordos comerciais, caso decida sair.
"Ninguém sabe o que pode acontecer. É uma situação sem precedentes", afirmou, em palestra para executivos no Rio. Em seguida, ele lembrou que a Groenlândia já deixou a União Europeia, mas que esta não faz parte da OMC.
Segundo ele, o Reino Unido segue hoje a lista de compromissos comerciais negociada pela União Europeia e, se sair, terá que iniciar negociações isoladas com os outros membros da OMC. A lista de compromissos inclui tarifas e cotas de comércio exterior.
Para Azevêdo, o Reino Unido terá desvantagem em novas negociações, uma vez em que será o único interessado nos acordos.
Enquanto isso, terá que começar a pagar tarifas comerciais em negociações com países que têm acordos de livre comércio com a União Europeia. "Hoje, o Reino Unido não paga tarifas. Com a saída, a relação com esses países ficará em um vácuo", comentou.
Apelidado de Brexit, o debate sobre a saída do Reino Unido da União Europeia vem provocando grande tensão nos mercados financeiros.
Em sua palestra, Azevêdo voltou a elogiar a mudança de postura da diplomacia brasileira em busca de novos acordos comerciais para fomentar as exportações do país.
"Exportação não pode ser apenas o plano C ou D. Tem que estar na estratégia", disse ele.
Fonte: Folha de S.Paulo
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