Começa Conferência de Munique marcada pelo acordo sobre a Síria
A Conferência de Segurança de Munique (MSC) iniciou nesta sexta-feira o primeiro dos seus três dias de reuniões e conversas marcadas pelo acordo alcançado nesta madrugada entre Rússia e Estados Unidos para conseguir em uma semana o fim das hostilidades na Síria.
O compromisso firmado pelo Grupo Internacional de Apoio à Síria reforça a certeza de que esta reunião-chave nas relações internacionais estará dominada pela crise síria.
"É um sinal promissor. Precisamos de mais decisões como essas. E depois implantá-las", afirmou o presidente da MSC, Wolfgang Ischinger.
Apesar do otimismo, os analistas concordaram que o acordo para deter a violência na Síria será difícil de implementar.
"Estou contente (pelo acordo), mas sou cauteloso. O problema agora é a implementação. Anunciar é fácil, a implementação, difícil", explicou em declarações ao canal público "ARD" Ischinger.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, comemorou o acordo, mas afirmou que "o importante agora é a implementação".
"Todos temos que apoiar agora e fazer todo o possível para que o acordo se torne realidade", afirmou.
EUA e Rússia acertaram nesta madrugada o fim da violência na Síria no prazo de uma semana, intensificação da ajuda humanitária de forma imediata, e coordenação no âmbito militar. O compromisso foi possível após mais de seis horas de negociações do Grupo Internacional de Apoio à Síria, no qual participam EUA, Rússia, Turquia, Irã, Arábia Saudita, Catar, Egito, França, Alemanha e Reino Unido.
O secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou em entrevista coletiva conjunta com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, que eles também tinham se comprometido ao "ambicioso" objetivo de deter a violência no país árabe em uma semana. Além disso, disse que foi fechado um acordo para "acelerar e ampliar" de maneira imediata a entrega de ajuda humanitária à população civil na Síria, começando pelas zonas rurais, remotas e sitiadas, entre elas a cidade de Madaya.
Lavrov, por sua vez, destacou a "mudança qualitativa" que representa a intenção da Rússia e da coalizão liderada pelos EUA de coordenar na "dimensão militar" as intervenções estrangeiras na Síria.
As diferenças persistem, no entanto, em torno de questões essenciais como o futuro do presidente sírio, Bashar al Assad, e os alvos dos bombardeios das forças estrangeiras.
Na MSC também serão discutidas outras questões, como a falta de avanços no conflito ucraniano, a instabilidade econômica na China e sua crescente influência internacional, as tensões entre Arábia Saudita e Irã, e o aumento das diferenças entre a Otan e Rússia.
Além de Kerry e Lavrov, estarão presentes na reunião de Munique outras figuras importantes da diplomacia internacional. Entre outros estarão o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, o primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, o rei Abdullah II da Jordânia, o presidente iraquiano, Fouad Massoum, e o ministro das Relações Exteriores saudita, Adel al Jubeir.
Também estão previstas as participações da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, o ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e o presidente do parlamento Europeu, Martin Schulz.
Fonte: EFE
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