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Turquia confisca 1.200 coletes salva-vidas falsificados para migrantes

Dezenas de pessoas teriam morrido vestindo material que não oferecia proteção

Coletes salva-vidas são deixados pendurados por refugiados que chegam à ilha grega de Lesbos. Ao fundo, a costa turca - ALKIS KONSTANTINIDIS / REUTERS

ISTAMBUL - A polícia turca anunciou o confisco de mais de 1.200 coletes salva-vidas falsificados. O material servia para imigrantes e refugiados que cruzam o Mar Egeu rumo à Grécia, e não tinha capacidade de evitar afogamentos — centenas morreram durante a travessia em 2015, vários com os coletes vestidos. Outras 34 foram achadas mortas num naufrágio esta semana.

Na operação, no porto de Izmir, os agentes encontraram uma fábrica improvisada onde os coletes eram preenchidos com materiais genéricos. Das quatro pessoas apreendidas no local, estavam duas jovens sírias.

Segundo relatos da BBC, um colete verdadeiro no local pode custar até US$ 150, e pode até não fazer parte dos custos abonados por traficantes de pessoas que fazem a travessia. Alguns dos mais baratos, manufaturados e vendidos a cerca de US$ 15, chegam a não oferecer proteção contra afogamentos.

Traficantes de migrantes têm sido o maior desafio das autoridades para conter o fluxo perigoso de pessoas que tentam recomeçar as vidas longe da guerra e da pobreza na Europa. Recentemente, os turcos assinaram com a União Europeia um acordo de cooperação de € 3 bilhões para ajudarem a combater a travessia ilegal. Mais de 3 mil pessoas morreram ou estão desaparecidas no Mediterrâneo ou no Egeu no último ano.

Fonte: O Globo