No país do futebol, 1ª fase da Copa tem chuva de gols e zebras
Até agora, a média de gols do torneio é de 2,81 por jogo, a maior desde o Mundial de 70
EFE
Presidente da Fifa, Joseph Blatter, comemora sucesso da Copa
Rio de Janeiro, 26 jun (EFE).- A Copa do Mundo foi cercada por incertezas sobre sua organização desde o anúncio do Brasil como sede, em 2007, mas após a bola rolar, os gols em profusão e a festa das torcidas passaram a dar o tom em um torneio que teve a confirmação do favoritismo de Brasil, Alemanha e Argentina, mas também surpresas, como a ascensão da Costa Rica e as quedas de Espanha, Itália e Inglaterra.
Com o fim da primeira fase, a média de gols do torneio é de 2,81, a maior desde o Mundial de 1970, que foi de 2,96. Desde os primeiros dias ficou claro que a rede balançaria como não acontecia havia muitos anos. Na abertura, o Brasil bateu a Croácia por 3 a 1, em São Paulo. No dia seguinte, três jogos e 11 gols, com destaque para a goleada holandesa sobre os atuais campeões por 5 a 1.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, que ganhou a antipatia dos brasileiros durante o período de organização do torneio, dias atrás não se conteve ao exaltar a média de gols dos primeiros 32 jogos, que era de 2,94.
'É maravilhoso', escreveu o dirigente no Twitter. Com tantos gols, tanta comemoração no gramado, o clima nas arquibancadas dos 12 estádios da Copa não poderia ter sido melhor. E quem ditou o ritmo foram as torcidas de países das Américas.
Argentinos, chilenos, uruguaios, colombianos, equatorianos, mexicanos e americanos, principalmente, tomaram de assalto a Copa do Mundo no Brasil. Nas arquibancadas, é comum ouvir o grito forte e uníssono em apoio a cada uma dessas seleções.
Europeus, africanos e asiáticos também têm brilhado, apesar da menor intensidade. Já a torcida brasileira está tentando fazer sua parte, que tem como ápice o canto à capela durante a execução do hino nacional, antes de a bola rolar.
Estes motivos fizeram o termo 'Melhor Copa de Todos os Tempos' ser intensamente explorado pela imprensa internacional. O site britânico 'Eurosport', no quarto dia de competição, publicou matéria exaltando o Mundial.
'O torneio deste ano no Brasil tem potencial para eclipsar vários outros. Precoce? Sem dúvida. Injusto? De forma alguma', escreveu o veículo britânico.
De certa forma, a Copa do Mundo realizada na casa dos pentacampeões mundiais tem cenas inusitadas para a dimensão do torneio. Afinal, alguém já tinha imaginado os alemães Manuel Neuer e o meia Bastian Schweinsteiger cantando o hino do Bahia, ou Andrea Pirlo servindo de fotógrafo para um torcedor, que posava ao lado de Gianluigi Buffon? E a possibilidade de cruzar com jogadores da Holanda à noite no boêmio bairro do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro?
Além disso, o torneio teve chilenos driblando a rígida segurança da Fifa e estourando rojões dentro da Arena Pantanal em jogo contra a Austrália, dando à Copa do Mundo um clima de Taça Libertadores. E mais marcante ainda foi a invasão de torcedores à sala de imprensa do Maracanã, no dia da partida contra a Espanha, em busca de um acesso às arquibancadas.
Em termos de resultados, houve de tudo. A goleada da Holanda sobre a Espanha foi surpresa, assim como o massacre da Alemanha para cima de Portugal por 4 a 0. Apesar dos resultados inesperados, o título de zebra, contudo, ficou com sobras para Costa Rica.
A seleção de Keylor Navas, Joel Campbell e Bryan Ruíz deu vida ao 'grupo da morte'. Na chave com três campeões mundiais, 'Los Ticos' superaram Uruguai e Itália, empataram com a Inglaterra e avançaram em histórico primeiro lugar. Pelo caminho, os costarriquenhos terão a Grécia.
Aliás, os campeões europeus de 2004 protagonizaram a classificação mais dramática desta fase de grupos. Os gregos empatavam com a Costa do Marfim em 1 a 1 e estavam sendo eliminados no grupo C, até que, aos 48 minutos do segundo tempo, Georgios Samaras converteu um polêmico pênalti que ele mesmo sofreu e garantiu sua seleção nas oitavas.
Entre os favoritos que fizeram sua parte e se garantiram na próxima fase, estão Brasil, Argentina e Alemanha. França e Holanda também avançaram, como era esperado. Colômbia, Uruguai e Bélgica são outros com passaporte carimbado, assim como Chile, México, Nigéria, Suíça, Estados Unidos e Argélia.
A maior de todas as decepções acabou sendo a seleção espanhola. Campeã do mundo, bicampeã europeia e vice da última edição da Copa das Confederações, 'La Roja' tentava 'encerrar o ciclo', como tanto gostam de dizer os jornalistas do país ibérico, ganhando a competição no país do futebol.
Goleada na estreia, a Espanha perdeu na segunda rodada para o Chile por 2 a 0, ficando sem chances de classificação para as oitavas de final. Na despedida, os campeões do mundo venceram a Austrália por 3 a 0, o que não impediu a quinta eliminação de um detentor de título na primeira fase da Copa seguinte.
O primeiro 'vexame' aconteceu justamente no Brasil, em 1950, quando a Itália ficou atrás da Suécia e não avançou para o quadrangular final. Em 1966, foi a vez de o Brasil ser eliminado ao ficar em terceiro no grupo C, atrás de Portugal e Hungria.
A eliminação seguinte aconteceu 36 anos depois, quando a França foi a primeira campeã a sair sem vencer, ao perder para Senegal e Dinamarca, e empatar com o Uruguai. Na última Copa, em 2010, a Itália repetiu o vexame, ao ficar na igualdade com Paraguai e Nova Zelândia, e perder para a Eslováquia.
A 'Squadra Azzurra', aliás, foi outra decepção, já que voltou a fazer apenas três jogos na competição e voltou para casa. O Mundial até começou bom para a seleção comandada por Cesare Prandelli, com a convincente vitória sobre a Inglaterra por 2 a 1.
Depois, vieram derrotas para Costa Rica e Uruguai, esta última por 1 a 0, com gol sofrido nos minutos finais do segundo tempo, anotado pelo zagueiro Diego Godín. O golpe foi duro, afinal, o empate dava a vaga para os italianos.
A queda dos tetracampeões, ao menos, fez a seleção brasileira ganhar um torcedor, o atacante Mario Balotelli, autor de um gol na Copa, que mandou um recado para os anfitriões por meio de sua conta no Instagram.
'Valeu Brasil! A Copa não foi ótima para mim, mas estar com vocês foi nota 10! Os brasileiros estão no meu coração e deixam saudades. Agora, mostrem que são o país do futebol e sejam os reis dessa festa. Vai seleção!', publicou.
A última das grandes decepções acabou sendo o desempenho de Cristiano Ronaldo pela seleção portuguesa. O atacante chegou com problemas físicos e não conseguiu brilhar. Os lampejos foram o cruzamento para gol de Silvestre Varela no empate em 2 a 2 pela segunda rodada, e a boa atuação - apesar dos gols perdidos -, na vitória sobre Gana por 2 a 1, na despedida lusa.
A eliminação portuguesa confirma a 'maldição dos melhores do mundo'. Seja na premiação da Fifa ou da revista 'France Football', unificadas em 2010, nunca um jogador eleito em ano de véspera de Copa conseguiu o título do torneio no ano seguinte.
Faltando 16 jogos, todos eliminatórios, a expectativa é de que a competição fique ainda mais acirrada. Os gols podem até diminuir, devido à tensão pela busca por vaga na fase seguinte. No entanto, é esperada uma festa ainda maior a partir das oitavas de final, para confirmar que esta é, de fato, a 'Melhor Copa de Todos os Tempos'.
Fonte: MSN Esportes
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