Após 1 ano e 5 meses, juiz encerrará fase de acusação do processo da Kiss
Vítimas da tragédia da boate Kiss serrão homenageadas em Santa Maria.
Em Alegrete, na Fronteira Oeste, engenheiro civil será ouvido pela Justiça.
Homenagens estão programadas nesta sexta-feira (27) em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, para marcar um ano e cinco meses da tragédia da boate Kiss. Também durante a tarde será encerrada a fase de acusação no processo criminal que investiga o incêndio na casa noturna. 242 pessoas morreram em 27 de janeiro de 2013, como mostra reportagem do Bom Dia Rio Grande, programa da RBS TV (veja no vídeo).
A audiência para ouvir a última testemunha de acusação no processo criminal vai ser realizada às 14h em Alegrete, na Fronteira Oeste do estado. O juiz Ulysses Louzada, responsável pelo caso, vai ouvir o depoimento do engenheiro civil Miguel Ângelo Pedroso. O profissional fez o projeto e acompanhou as obras de isolamento acústico da boate. Segundo as investigações, a maioria das mortes foi causadas por um gás liberado na queima da espuma utilizada para o revestimento acústico.
Para homenagear as vítimas, às 17h será realizado um minuto de barulho em frente à tenda da vigília na Praça Saldanha Marinho no Centro da cidade. Logo depois, às 19h, será realizado um culto ecumênico aqui na Igreja Luterana.
Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. A tragédia matou 242 pessoas, sendo a maioria por asfixia, e deixou mais de 630 feridos.
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. A tragédia matou 242 pessoas, sendo a maioria por asfixia, e deixou mais de 630 feridos.
O fogo teve início durante uma apresentação da banda Gurizada Fandangueira e se espalhou rapidamente pela casa noturna, localizada na Rua dos Andradas, 1.925.
O local tinha capacidade para 691 pessoas, mas a suspeita é que mais de 800 estivessem no interior do estabelecimento. Os principais fatores que contribuíram para a tragédia, segundo a polícia, são: o material empregado para isolamento acústico (espuma irregular), uso de sinalizador em ambiente fechado, saída única, indício de superlotação, falhas no extintor e exaustão de ar inadequada.
Ainda estão em andamento dois processos criminais contra oito réus, sendo quatro por homicídio doloso (quando há intenção de matar) e tentativa de homicídio, e os outros quatro por falso testemunho e fraude processual. Os trabalhos estão sendo conduzidos pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada. Sete bombeiros também estão respondendo pelo incêndio na Justiça Militar. O número inicial era oito, mas um deles fez acordo e deixou de ser réu.
Entre as pessoas que respondem por homicídio doloso (com intenção), na modalidade de "dolo eventual", estão os sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr (Kiko) e Mauro Hoffmann, além de dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o funcionário Luciano Bonilha Leão. Os quatro chegaram a ser presos nos dias seguintes ao incêndio, mas a Justiça concedeu liberdade provisória aos quatro em maio do ano passado. Entre os bombeiros investigados, está Moisés da Silva Fuchs, que exerceu a função de comandante do 4° Comando Regional de Bombeiros (CRB) de Santa Maria.
Atualmente, a Justiça está em fase de recolher depoimentos dos sobreviventes da tragédia. O próximo passo será ouvir testemunhas. Os réus serão os últimos a falar sobre o incêndio ao juiz. Quando essa fase for finalizada, Louzada deverá fazer a pronúncia, que é considerada uma etapa intermediária do processo.
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