Órgãos vitais de Sharon deixam de funcionar normalmente, diz hospital
Ex-primeiro-ministro israelense está internado em coma desde 2006.
Aos 85 anos, ele se encontra em hospital de Tel-Aviv.
Vários órgãos vitais do ex-primeiro-ministro israelense Ariel Sharon deixaram de funcionar normalmente, afirmou nesta quinta-feira (2) o diretor do hospital de Tel Hashomer, perto de Tel-Aviv, onde ele está internado.
"Nos últimos dois dias, acompanhamos uma degradação de vários órgãos vitais de Ariel Sharon, que são fundamentais para sua vida", declarou Zeev Rotstein na porta do hospital, segundo a agência France Presse.
"O estado é definido como crítico, o que significa que sua vida está em perigo", completou Rotstein, que se negou a fazer uma previsão sobre o tempo de vida de Sharon, de 85 anos.
Esta é a primeira vez que o diretor do hospital, informando sobre a gravidade da condição do general Sharon, faz declarações à imprensa desde o anúncio na quarta-feira pelos meios de comunicação de um sério agravamento do estado de saúde de Arik (apelido de Ariel), vítima de um derrame cerebral em janeiro de 2006 e que nunca mais retomou à consciência.
Na quarta-feira, a imprensa informou que Ariel Sharon sofria de "graves problemas renais" após uma intervenção cirúrgica.
"Ele não passou por hemodiálise (purificação do sangue em caso de disfunção renal). Ele tem recebido o mesmo tratamento que recebe há anos", declarou o diretor do hospital, respondendo aos boatos que circulam sobre a possibilidade de uma hemodiálise, única medida que poderia prolongar a vida de Sharon.
"Se apenas um único órgão estivesse afetado seria diferente, mas Sharon sofre de problemas em vários órgãos", relatou Rotstein.
A morte do ex-premiê é uma questão de dias se o estado de saúde prosseguir em degradação, considerou o jornal "Haaretz", citando uma fonte próxima ao caso.
Questionado pelos jornalistas, Rotstein não quis fazer previsões sobre o tempo de vida que ainda resta a Sharon.
"Ele saiu de situações difíceis em várias ocasiões desde que deu entrada em nosso hospital", se limitou a dizer.
"O sentimento da equipe médica do hospital e da família de Ariel Sharon é que assistimos a uma piora de seu estado de saúde", disse o diretor.
Os familiares de Ariel Sharon, especialmente seus dois filhos, Omri e Gilad, que decidiram mantê-lo vivo com a ajuda de aparelhos, estão em consultas com a equipe médica para definir os próximos passos, segundo a imprensa.
No início do ano passado, especialistas israelenses e um neurocirurgião americano registraram "uma atividade cerebral importante" no paciente.
Chefe de guerra, Ariel Sharon ficará na História como aquele que preparou e conduziu em 1982 a invasão do Líbano quando era ministro da Defesa, mas também o grande líder da direita nacionalista que operou a surpreendente retirada unilateral israelense da Faixa de Gaza.
Uma comissão de investigação oficial concluiu que o então ministro teve responsabilidade por não prever e nem impedir os massacres nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila em Beirute, em setembro de 1982, cometidos por uma milícia cristã aliada a Israel. Por esta razão ele foi obrigado a renunciar.
Mas isso não impediu sua eleição como primeiro-ministro em 2001, e um segundo mandato em 2003.
Após se apresentar como um fervoroso partidário da colonização dos Territórios Palestinos, ele organizou em 2005 a retirada israelense da Faixa de Gaza e o desmantelamento dos assentamentos nesta região.
Em 18 de dezembro de 2005, ele foi hospitalizado após um "leve derrame cerebral", do qual se recuperou rapidamente. Mas, em 4 de janeiro de 2006, um grave derrame cerebral fez com que mergulhasse em um coma profundo, sem sinais de que poderia voltar a si.
FONTE: G1
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