Especialistas defendem mudanças no tratamento a jovens que cometem delitosNa última reportagem da série Jovens sem lei, o Correio reúne as sugestões de autoridades e especialistas para diminuir a violência praticada por meninos e meninas
Em 2013, as polícias Civil e Militar apreenderam o maior número de adolescentes infratores da história do Distrito Federal. Foram mais de 8 mil jovens encaminhados para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) acusados de homicídios, latrocínios, roubos, estupros, furtos, entre outros delitos. Mas a alta produtividade policial não significou tranquilidade nas ruas. Os menores de 18 anos cometeram 30% dos assassinatos registrados nos primeiros nove meses do ano passado.
Na última reportagem da série Jovens sem lei, o Correio reúne as sugestões de autoridades e especialistas para diminuir a violência praticada por meninos e meninas. Na opinião do secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, a situação só vai melhorar a partir de uma mudança severa na legislação. “Temos um Código Penal da década de 1970, e a nossa realidade, hoje, é totalmente outra. Defendo o endurecimento das leis, como a redução da maioridade penal, mas essa mudança deve vir acompanhada de políticas públicas que envolvam a escola, oportunidades de trabalho e outros aspectos”, afirmou.
Segundo Avelar, a sensação de impunidade que o jovem tem ao cometer um delito e ser apreendido dificulta até mesmo o planejamento para a área da segurança pública. “É complicado por dois fatores: um passa pelo desestímulo do policial, que apreende o mesmo adolescente diversas vezes; e outro, pelas definições das estratégias de combate ao crime, pois, se hoje nós apreendemos uma quadrilha de jovens, sabemos que em pouco tempo eles poderão a voltar a praticar delitos”, destacou. O DF terá sete centros de internação para jovens infratores até o fim do ano. Três estão em funcionamento.
Preconceito
Para a coordenadora do Centro de Referência para Estudos e Ações para Crianças e Adolescentes (Cria), Karina Figueiredo, o Estado falha ao não criar mecanismos para evitar que os jovens sejam atraídos pelo crime. Ela reforça a opinião criticando a ausência de clínicas de tratamento públicas para a internação e tratamento de garotos e garotas em conflito com a lei. “Cerca de 90% dos adolescentes infratores são dependentes químicos e deveriam começar a ser tratados antes de se perderem de vez. Mas, hoje, só existem dois centros, e o atendimento é ambulatorial. Eles não ficam internados”, criticou.
Para a coordenadora do Centro de Referência para Estudos e Ações para Crianças e Adolescentes (Cria), Karina Figueiredo, o Estado falha ao não criar mecanismos para evitar que os jovens sejam atraídos pelo crime. Ela reforça a opinião criticando a ausência de clínicas de tratamento públicas para a internação e tratamento de garotos e garotas em conflito com a lei. “Cerca de 90% dos adolescentes infratores são dependentes químicos e deveriam começar a ser tratados antes de se perderem de vez. Mas, hoje, só existem dois centros, e o atendimento é ambulatorial. Eles não ficam internados”, criticou.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
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