TCDF aponta que 81% dos usuários estão insatisfeitos com plano de saúde da PM
Relatório também mostra existência de favorecimento hierárquico nos atendimentos
A fiscalização realizada pelos auditores do TCDF (Tribunal de Contas do Distrito Federal) na Polícia Militar do DF revela que a oferta dos serviços de saúde da corporação é incompatível com a demanda e com a capacidade instalada, tanto em quantidade quanto em qualidade. Segundo o relatório prévio aprovado esta semana pelo plenário do TCDF, o índice de insatisfação para o atendimento prestado diretamente pela PMDF é elevado: 81%. Em especialidades como Neurologia e Psiquiatria, esse índice chega a 100%.
O relatório ressalta que há vínculo obrigatório entre os policiais militares e o Sistema de Saúde da PMDF, com desconto da contribuição dos usuários na folha de pagamento.
Os números apresentados pela corporação mostram que o Sistema de Saúde próprio não segue as diretrizes de atendimento fixadas pela ANS (Agência Nacional de Saúde). Além da dificuldade de marcação de procedimentos aliada à demora no prazo de atendimento, a auditoria também aponta a existência de favorecimento hierárquico nos atendimentos prestados.
O documento também mostra que há apenas 35 médicos atuando na área-fim para um universo de 71.820 usuários. Por outro lado, a PMDF adota, como alternativa e complemento ao atendimento próprio, o credenciamento de clínicas, hospitais e laboratórios.
De acordo com a auditoria, no serviço credenciado, a oferta ocorre em função da demanda, mas a Polícia Militar do DF não dispõe de dados gerenciais sobre as solicitações não atendidas, o que dificultou a fiscalização. A avaliação também foi prejudicada pelo atraso na finalização da reforma e ampliação da Policlínica da PMDF, principal estrutura de atendimento da Corporação.
A investigação ainda releva, entre outras coisas, falhas na comunicação com os usuários sobre procedimentos, coberturas e rede credenciada e resistência à adoção de plano de saúde corporativo ou à co-participação em planos escolhidos livremente pelos usuários.
A auditoria foi realizada entre 12 de abril e 4 de outubro de 2013, com o objetivo de verificar a conformidade dos contratos, a efetividade dos controles da PMDF no que se refere aos sistemas de cadastramento de dependentes e de usuários dos serviços de saúde, bem como o funcionamento e a regularidade de eventuais contratações realizadas.
FONTE: R7 DF
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