terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Papa imprime marcas no Vaticano com medidas contra pedofilia e corrupçãoO papa jesuíta se baseia em uma gestão mais social e próxima dos pobres, cativa os católicos e conquista prestígio


O pontífice argentino é aclamado e fotografado por fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano: desde que assumiu, em 13 de março passado, elegeu a reforma da Cúria Romana como uma das prioridades (Vincenzo Pinto/AFP - 6/11/13)
O pontífice argentino é aclamado e fotografado por fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano: desde que assumiu, em 13 de março passado, elegeu a reforma da Cúria Romana como uma das prioridades


“Prefiro uma Igreja rota, esfarrapada e suja por estar nas ruas atuando a uma Igreja enferma por estar confinada e se agarrando à própria (sensação ilusória de) segurança.” Em 26 de novembro, o papa Francisco utilizou a exortação apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho) para profetizar uma Igreja mais pobre, menos opulenta e mais preocupada com o social. Não por acaso, o jesuíta Jorge Mario Bergoglio buscou inspiração em São Francisco de Assis quando ascendeu ao Trono de São Pedro, em 13 de março passado. Em nove meses, o argentino começou a gestar uma nova Igreja, enquanto tomava uma série de medidas para estancar as denúncias de corrupção e pedofilia que maculavam a instituição. Nos gestos, na retórica e, principalmente, em sua simplicidade, Francisco tem devolvido a aura e o prestígio do pontificado, além de ensaiar profundas mudanças na Cúria Romana.

O padre jesuíta Thomas Reese, autor de Inside the Vatican: the politics and organization of the Catholic Church (“O Vaticano por dentro: a política e a organização da Igreja Católica”), acredita que o papa Francisco tem feito um “extraordinário trabalho” de remarcar o catolicismo. “Ele destacou, do Evangelho, a mensagem da compaixão e do amor de Deus. Mudou a Igreja de uma mãe irritante para uma mãe amorosa. O pontífice tem sido uma surpresa”, admite ao Correio, em entrevista por e-mail. De acordo com Reese, o compromisso de Francisco em reformar a Cúria vai demandar uma mudança de paradigmas. “Para converter a Cúria de uma corte papal em um serviço civil, ele terá de interromper a produção de bispos e cardeais burocratas.” Também sacerdote jesuíta, o vaticanista Joseph Fessio elogia o estilo de Francisco. Segundo ele, o papa tem ensinado por entrevistas e nas homilias, mas também por meio de seu exemplo. No dia de seu aniversário, recebeu moradores de rua para um lanche farto. Em uma de suas audiências, abraçou um homem com o rosto deformado por uma grave doença. 
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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