Julgamento do caso Villela expõe a filha do casal, AdrianaA filha do casal assassinado, apesar de ainda aguardar recurso em liberdade, ficou no foco do julgamento de dois dos quatro réus no processo. O ex-porteiro do Bloco C e o comparsa dele foram condenados a 60 e a 55 anos de prisão, respectivamente
A arquiteta Adriana Villela é escoltada por policiais civis ao deixar o presídio feminino em 2011: segundo o inquérito policial, ela é suspeita de ser a mandante do assassinato dos pais
Após quase 45 horas de julgamento e penas que, somadas, chegam a 115 anos, o triplo assassinato da 113 Sul pesa ainda mais sob a responsabilidade de uma pessoa que nem sequer sentou no banco dos réus. Adriana Villela, 49 anos, filha do casal morto em 28 de agosto de 2009, e acusada de participação no crime, foi uma das principais personagens citadas por réus e testemunhas ao longo dos quatro dias do primeiro julgamento do Caso Villela. Depoimentos e teses levantadas pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) evidenciaram que não houve um latrocínio (roubo com morte). Na verdade, ocorreu um minucioso planejamento de pelo menos seis meses. Para os promotores e delegados à frente da investigação, não há dúvida de que se trata de homicídios com mandante.
Entre os indícios que ligam Adriana aos criminosos condenados ontem, está a carta escrita por um ex-cunhado de Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do Bloco C, em 2009 — o réu foi condenado a 60 anos de prisão. Francisco Mairlon, por sua vez, pegou 55 anos de detenção.No documento, Neilor Teixeira relata que foi convidado por Leonardo para matar “um casal de velhos, a mando da filha, em Brasília”. Se aceitasse, teria muito dinheiro, a ponto de ele não precisar trabalhar nunca mais. O homem teria negado por se tratar “de pessoas muito poderosas”. Os quatro delegados ouvidos no julgamento, entre eles um de Minas Gerais, têm certeza de que o ex-funcionário do prédio dos Villelas fez o convite ao ex-cunhado a pedido de Adriana.
Mabel de Faria, ex-Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida), lembrou que a proposta foi feita em fevereiro de 2009 — 180 dias antes de o ex-ministro do TSE, José Guilherme Villela; a mulher dele, Maria; e a empregada da família, Francisca Nascimento serem assassinados com 73 facadas, no apartamento do casal. “No mesmo mês, Adriana e a mãe (Maria) tiveram uma briga, com agressão física, porque Adriana queria dinheiro. A discussão foi registrada em uma carta escrita por Maria”, lembrou Mabel. O tempo entre o convite a Neilor e o triplo assassinato fizeram a polícia concluir pela premeditação do crime. A delegada ressaltou que a influência da arquiteta era tão grande a ponto de os primeiros investigadores do caso cometerem irregularidades para não envolvê-la no crime.
O delegado Julião Ribeiro, também da equipe da Corvida à época, colheu depoimentos dos três réus. Ribeiro, hoje aposentado, fez questão de expor aos jurados a participação da arquiteta no assassinato dos próprios pais. “O Paulo (Santana, um dos réus) contou, com detalhes, que ela estava na cena do crime. Foi vista pelo pai, que se espantou com a presença da filha. Mesmo assim, ela disse que queria que ele morresse e fosse para o inferno”, contou o investigador.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
Após quase 45 horas de julgamento e penas que, somadas, chegam a 115 anos, o triplo assassinato da 113 Sul pesa ainda mais sob a responsabilidade de uma pessoa que nem sequer sentou no banco dos réus. Adriana Villela, 49 anos, filha do casal morto em 28 de agosto de 2009, e acusada de participação no crime, foi uma das principais personagens citadas por réus e testemunhas ao longo dos quatro dias do primeiro julgamento do Caso Villela. Depoimentos e teses levantadas pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) evidenciaram que não houve um latrocínio (roubo com morte). Na verdade, ocorreu um minucioso planejamento de pelo menos seis meses. Para os promotores e delegados à frente da investigação, não há dúvida de que se trata de homicídios com mandante.
Entre os indícios que ligam Adriana aos criminosos condenados ontem, está a carta escrita por um ex-cunhado de Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do Bloco C, em 2009 — o réu foi condenado a 60 anos de prisão. Francisco Mairlon, por sua vez, pegou 55 anos de detenção.No documento, Neilor Teixeira relata que foi convidado por Leonardo para matar “um casal de velhos, a mando da filha, em Brasília”. Se aceitasse, teria muito dinheiro, a ponto de ele não precisar trabalhar nunca mais. O homem teria negado por se tratar “de pessoas muito poderosas”. Os quatro delegados ouvidos no julgamento, entre eles um de Minas Gerais, têm certeza de que o ex-funcionário do prédio dos Villelas fez o convite ao ex-cunhado a pedido de Adriana.
Mabel de Faria, ex-Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida), lembrou que a proposta foi feita em fevereiro de 2009 — 180 dias antes de o ex-ministro do TSE, José Guilherme Villela; a mulher dele, Maria; e a empregada da família, Francisca Nascimento serem assassinados com 73 facadas, no apartamento do casal. “No mesmo mês, Adriana e a mãe (Maria) tiveram uma briga, com agressão física, porque Adriana queria dinheiro. A discussão foi registrada em uma carta escrita por Maria”, lembrou Mabel. O tempo entre o convite a Neilor e o triplo assassinato fizeram a polícia concluir pela premeditação do crime. A delegada ressaltou que a influência da arquiteta era tão grande a ponto de os primeiros investigadores do caso cometerem irregularidades para não envolvê-la no crime.
O delegado Julião Ribeiro, também da equipe da Corvida à época, colheu depoimentos dos três réus. Ribeiro, hoje aposentado, fez questão de expor aos jurados a participação da arquiteta no assassinato dos próprios pais. “O Paulo (Santana, um dos réus) contou, com detalhes, que ela estava na cena do crime. Foi vista pelo pai, que se espantou com a presença da filha. Mesmo assim, ela disse que queria que ele morresse e fosse para o inferno”, contou o investigador.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
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