Posto de saúde está fechado há três meses por falta de água
Abastecimento no local era feito por um caminhão pipa carregado com água potável
O atendimento no único posto de saúde do Morro da Cruz, área rural de São Sebastião (DF), está suspenso há três meses por falta de água. O abastecimento no local era feito por um caminhão pipa carregado com água potável, mas o serviço está temporariamente suspenso.
A unidade de saúde funcionava com apenas um médico e há três meses os moradores da região não conseguem marcar nenhum tipo de consulta. Uma paciente disse que a alegação dos servidores é a ausência de água, o que impossibilita o atendimento.
Por conta da falta de água, nem os medicamentos podem ser entregues. A dona de casa Fátima Guedes está grávida de três meses e disse que é impossível fazer o exame pré-natal no posto.
— Queria fazer aqui, que é do lado da minha casa, cheguei e recebi um não porque não tem condição de atendimento. O governo tem que tomar providências, não pode ficar assim.
No portão do posto, que está trancado, há um cartaz dizendo que o local está fechado por tempo indeterminado, justamente por falta de água. Os funcionários também afirmam que os pacientes que tentarem marcar alguma consulta só conseguirão horário a partir de janeiro do ano que vem.
A cozinheira Clelia Vieira Cruz disse estar revoltada com a situação.
— Se a gente vai no posto do centro da cidade eles dizem que aqui tem um posto só para atender a gente e não nos recebem. Chegamos aqui, não tem atendimento e eles empurram para o centro. Voltando lá, eles exigem um documento emitido pelo outro posto explicando porque não podem atender e a gente fica nessa.
Apesar de os problemas atingirem diretamente o posto, a população garante que a questão é generalizada. A monitora escolar Valéria de Cássia disse que a falta de água está presente em todo o bairro.
— A gente tem que esperar água cair do céu. Quando não chove, a gente junta com os vizinhos e aluga um caminhão pipa.
A reportagem da TV Record Brasília esteve na casa da estudante Samira Cristina para mostrar a situação. Das torneiras não sai nenhuma gota d´água, mas mesmo assim a Caesb (Companhia de Saneamento Básico do DF) envia faturas para pagamento.
— Moro aqui há quatro anos e nunca vem água normal. Eles mandam a cobrança e quando a gente não paga ainda ameaçam cortar o fornecimento. Cortar o quê? O vento?
A Caesb informou que o abastecimento da região é prejudicado pelo excesso de invasões e ligações clandestinas e confirmou que o posto de saúde era abestecido com um caminhão pipa com água potável, mas o serviço foi suspenso por conta de ações dos moradores que usavam, inclusive, de força física para impedir o trânsito do veículo. Com isso, a companhia só podera retomar este serviço quando houver garantia de segurança para os empregados.
A Secretaria de Saúde do DF garantiu que a população não deixa de receber atendimento e que podem procurar qualquer posto de saúde, inclusive o do centro da cidade, para que os médicos da equipe de estratégia familiar façam os tratamentos.
FONTE: R7 DF
Nenhum comentário:
Postar um comentário