quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Copacabana tem lojas fechadas após tiroteio no Pavão-Pavãozinho


Lojas no entorno do Pavão-Pavãozinho fecham as portas Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

RIO — Depois de um tiroteio que terminou com um morto e um ferido no Morro do Pavão-Pavãozinho, durante a madrugada, o comércio não abriu as portas nesta quinta-feira na Rua Sá Ferreira, em Copacabana, Zona Sul da cidade. Mesmo com o policiamento reforçado, o clima ainda é tenso no entorno da comunidade, que conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Policiais reconheceram o homem morto como um dos integrantes da quadrilha que atirou contra eles, iniciando um confronto. Ele foi identificado como Thomas Rodrigues Martins, 33 anos. Segundo a polícia, ele era gerente do tráfico na comunidade, com duas passagens por tráfico de drogas e uma por roubo. Moradores dizem, no entanto, que o homem era trabalhador e não tinha envolvimento com o traficantes. O corpo de Thomas foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML).

A PM informou que, ainda durante a madrugada, foram realizadas buscas em hospitais da cidade por outras vítimas do tiroteio, mas ninguém foi encontrado. Um outro homem, que também seria traficante do Pavão-Pavãozinho, teria ficado ferido, e conseguido fugir, mas a assessoria da UPP não confirma a informação.
Segundo moradores, o homem morreu porque o socorro não subiu a favela para prestar atendimento. Carregando o baleado ainda vivo em uma maca improvisada, por volta de 4h30m, eles seguiram pela Rua Sá Ferreira até o cruzamento com a Nossa Senhora de Copacabana. Uma ambulância chegou a atender o baleado no local, mas ele não resistiu aos ferimentos e morreu na calçada.
Revoltadas, cerca de 50 pessoas desceram a comunidade e iniciaram um protesto ainda de madrugada. Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra a UPP e criticavam a atuação da Polícia Militar. O grupo tentou fechar o trânsito, mas foram impedidos por policiais do 19º BPM (Copacabana). Por causa da confusão, os funcionários do único estabelecimento comercial aberto naquele momento fecharam as portas da loja. A imprensa, que havia chegado para cobrir a confusão, também foi hostilizada.
A ambulância chegou ao cruzamento da Sá Ferreira com Nossa Senhora de Copacabana por volta das 5h. Como a vítima acabou morrendo, o corpo foi levado para Instituto Médico-Legal (IML) em seguida. Por volta das 6h30m, agentes do Batalhão de Choque chegaram ao local, mas a manifestação já havia terminado. Policiais do 19º BPM (Copacabana) reforçam a segurança no bairro.
Um dos moradores, que não se identificou, afirmou que nunca tinha ouvido um tiroteio tão intenso desde que a UPP foi instalada na comunidade, há quatro anos. Ele contou ter escutado até explosões. O policiamento nas ruas de Copacabana foi reforçado no começo da manhã, mas o comércio abriu as portas normalmente.

FONTE: O GLOBO

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