quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Rohani condena 'crimes nazistas contra judeus'


O presidente iraniano Hassan Rohani discursa na Assembleia Geral da ONU

O novo presidente iraniano, Hassan Rohani, condenou nesta terça-feira "os crimes dos nazistas contra os judeus", assumindo uma posição inversa a de seu predecessor, Mahmud Ahmadinejad, que nega a existência do holocausto.
"Qualquer crime contra a humanidade, incluindo os crimes cometidos pelos nazistas contra os judeus, é repreensível e condenável", declarou Rohani ao ser perguntado sobre o holocausto.
"Matar um ser humano é deplorável. Não faz diferença se é cristão, judeu ou muçulmano. Para nós é a mesma coisa".
"Isto não quer dizer que porque os nazistas cometeram crimes contra um grupo, este grupo possa confiscar o território de outro grupo e ocupá-lo. Este é também um ato que deve ser condenado", destacou Rohani sobre a ocupação dos territórios palestinos.
No início de setembro, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Zarif, já havia publicado no Facebook que o Irã condenava "o massacre dos judeus por parte dos nazistas" durante a Segunda Guerra Mundial.
O então presidente Ahmadinejad colocou em dúvida a magnitude do holocausto e defendeu, em várias ocasiões, a eliminação de Israel.
Em discurso à Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira, Rohani garantiu que "as armas nucleares e outras armas de destruição em massa não têm lugar na doutrina de segurança e defesa do Irã, e contradizem nossas convicções religiosas e éticas".
Rohani afirmou ainda que o Irã não representa "absolutamente uma ameaça para o mundo", fazendo um apelo para que o presidente americano, Barack Obama, ignore os grupos de pressão pró-guerra e privilegie a negociação.
"Se (os Estados Unidos) evitarem seguir os interesses de curto prazo dos grupos de pressão pró-guerra, poderemos encontrar um meio de resolvermos nossas divergências".
O presidente iraniano também condenou o terrorismo, que classificou de "violenta praga", assim como a "utilização de drones contra inocentes em nome do combate" ao terror.
"Defenderemos a paz baseada na democracia e na cédula de votação em todo o mundo, incluindo na Síria e no Bahrein e em outros países da região", acrescentou. "Não há soluções violentas para as crises no mundo".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, qualificou de "cínico" e "hipócrita" o discurso de Rohani na Assembleia Geral.
"Como previa, foi um discurso cínico e totalmente hipócrita. Rohani falou de direitos humanos no momento em que as forças iranianas participam do massacre de civis inocentes na Síria", destaca um comunicado do gabinete de Netanyahu publicado na madrugada desta quarta-feira, em Jerusalém.
"Ele (Rohani) condena o terrorismo enquanto o regime iraniano recorre ao terror em dezenas de países pelo mundo. Ele fala em um programa nuclear com objetivos civis enquanto o relatório da Agência Internacional de Energia Atômica revela que este programa tem característica militar".
"Qualquer pessoa razoável entende que o Irã, um país muito rico em petróleo, não deveria investir em mísseis balísticos e em instalações nucleares subterrâneas para produzir eletricidade".
Este discurso "traduz exatamente a estratégia iraniana, que consiste em falar para ganhar tempo enquanto avança com seu programa para obter armas nucleares".

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