Palavras que ferem
Estudos psicológicos mostram que as agressões verbais são tão prejudiciais quanto às físicas e que crianças submetidas a insultos têm mais chance de desenvolver depressão.
A Bruna veio outro dia me dizer que aprendeu na escola que existe uma lei contra pai bater em filho. Dei corda no assunto, porque queria entender onde e como o papo tinha surgido. Descobri que tinha sido um garoto da sala a levantar a conversa na hora do recreio e que, professora atenta, aproveitou a oportunidade para discutir com as crianças a realidade do país. Sabe uma discussão que seria oportuna também? A daviolência psicológica contra as crianças. Não acho que a conversa possa ser levada pra sala de aula, calma. Mas entre professores, pais, educadores, enfim. Os especialistas em psicologia sabem bem que as agressões verbais são igualmente desaconselháveis às físicas. Quer dizer, devia existir a Lei do Insulto, assim como a da Palmada...
Não vou me melindrar e criar a expectativa que uma professora nunca extrapole vez ou outra na bagunça da sala de aula. Do mesmo modo, não vou dizer que sempre consigo ser a mãe equilibrada, ponderada, e que não dou meus chiliques de vez quando. Mas há uma diferença essencial entre administrar conflitos eextrapolar autoridade. Quando os filhos exageram na bagunça, na malcriação e na falta de limite é preciso educá-los. Seja em casa ou na escola. Espera-se que pais e professores possam, enfim, conter as crianças com equilíbrio, mas sempre lembrando que uma bronca exagerada ou um desabafo fora de hora podem causar um estrago inestimável na criança.
O conflito na educação dos nossos filhos é um processo que envolve limite e autocrítica dos dois lados. Se o professor se exalta, se os pais gritam, é preciso parar nesse ponto, reconhecer o erro e definir o que mudar dali pra frente pra aquilo não ocorrer novamente. Quando essa situação não é diagnosticada e nem remediada, vira a bola de neve que ninguém mais sabe dizer onde começou, nem como parar... mas que todo mundo sabe onde e como vai terminar: destruindo a confiança e a autoestima de uma criança.
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