sábado, 28 de setembro de 2013

Copa do Mundo 2014

DF aposta em arena para turbinar economia


Governo de Agnelo Queiroz (PT) investiu quase R$ 1,5 bilhão em estádio para Copa, que também recebe shows. Segundo secretário de Planejamento, contas estão equilibradas e há esforço para segurar gastos com custeio

Sérgio Lima-8.mai.13/Folhapress
Ao lado de Lula, o governador Agnelo Queiroz (PT-DF) visita obra do Estádio Nacional

Depois de investir em torno de R$ 1,5 bilhão do próprio orçamento no estádio e na infraestrutura necessária para sediar jogos da Copa de 2014, o governo do Distrito Federal aposta todas as suas fichas no sucesso do evento. ...

Além de colher possíveis dividendos políticos, o governador Agnelo Queiroz (PT) quer ver o estádio Mané Garrincha se transformar num centro de eventos permanente para movimentar a economia de Brasília.

A arena esportiva foi a única das 12 sedes da Copa que foi bancada integralmente com recursos do próprio orçamento.

O Distrito Federal --que juridicamente não é município nem Estado-- cobra impostos e ainda recebe dinheiro da União. Para 2014, o orçamento projetado é de R$ 35 bilhões (R$ 11,6 bilhões direto da União), para uma população de menos de 3 milhões.

Até o momento, o estádio inaugurado em maio deste ano para a Copa das Confederações está mantendo uma agenda com grandes shows internacionais e jogos com bom público.

O investimento só foi possível depois de o governo desafogar as contas.

Agnelo começou o governo em crise administrativo, com problemas básicos. O CNPJ usado pelo Distrito Federal, por exemplo, estava com o cadastro sujo na praça. E o setor da saúde enfrentava graves dificuldades.

Ao tomar posse, o petista prometeu revolucionar o setor e chegou a afirmar que ele mesmo seria o secretário da Saúde.

Atualmente, os problemas continuam, mas o governador argumenta que fez sua parte ao contratar mais de 2.000 servidores na área e aumentar o salário dos médicos em 66%.

Agora, a promessa é dar um choque na economia de Brasília com o movimento da arena bilionária.

Outros dois grandes projetos de infraestrutura estão em curso atualmente na capital federal e devem se estender até 2014: a reformulação do sistema de ônibus, que inclui renovação da frota, e uma linha expressa de ônibus do tipo BRT (ônibus rápido).

Segundo o secretário de Planejamento, Luiz Paulo Barreto, as contas do Distrito Federal estão "equilibradas", não há grande dívidas, e o governo se esforça para aumentar investimentos e "segurar" os gastos com custeio.

Barreto é um dos egressos do governo Lula que entrou para a equipe de Agnelo Queiroz no início do ano passado com a missão de ajudar o governador, que patinava entre inquéritos na Justiça. Também veio do governo federal o atual chefe da Casa Civil, Swedenberger Barbosa.

Agnelo Queiroz vê rivais políticos de volta à cena para 2014

Às vésperas do término do prazo para mudanças de partidos, o governador Agnelo Queiroz (PT) vê ressurgirem seus principais adversários para a disputa de 2014.

Quando foi eleito em 2010, Agnelo era o quinto governador de Brasília em dois anos (um saiu preso, outro renunciou e outros dois foram temporários) e fez uma ampla aliança para se eleger.

Distrito Federal aposta em arena para turbinar economia

Viu os ex-governadores José Roberto Arruda e Joaquim Roriz fora da disputa e, mesmo assim, acabou indo ao segundo turno contra a mulher de Roriz, Weslian.

O petista afinou o discurso com seu vice, Tadeu Filippelli (PMDB), e a chapa vitoriosa em 2010 deve ser reeditada no ano que vem.

O governador, aliás, usou a estrutura do governo ao anunciar, por meio da Secretaria de Comunicação do Distrito Federal que a aliança será mantida. A notícia foi publicada no site oficial da administração.

No auge da crise política do ano passado, quando Agnelo teve de ir à CPI que investigava as relações do empresário Carlinhos Cachoeira, um grupo de petistas chegou a apostar que o governador não teria condições de se candidatar à reeleição.

Além da possível volta de Arruda e Roriz, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB), eleito em 2010 na chapa de Agnelo, abandonou o barco petista e agora é mais pré-candidato do PSB para o governo em 2014.

Ontem, por exemplo, Rollemberg usou a tribuna do Senado para criticar uma das principais obras de Agnelo, a linha expressa de ônibus BRT.

Roriz superou os entraves da lei da Ficha Limpa, que lhe causou problemas em 2010 e só depois ganhou o aval do Supremo Tribunal Federal para se candidatar. Ele se filiou ao PRTB.

Sem partido, Arruda chegou a ser preso em 2010 e cassado por infidelidade partidária. Nesta semana, teve contas de governo em 2008 aprovadas na Câmara Legislativa.

Se fossem reprovadas, Arruda seria ficha suja e não poderia concorrer. Apenas um petista foi contra
a aprovação e outros cinco não votaram.

Por Felipe Coutinho

FONTE: Blog do Sombra

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