sábado, 1 de junho de 2013

BRASIL


Dólar lidera ranking das aplicações em 2013


Moeda dispara e lidera ranking das aplicações

Com valorização de 7%, após forte alta no fim do mês, dólar ficou bem à frente da poupança, a 2ª colocada, com 0,5%

A disparada do dólar no fim de maio colocou a moeda americana no topo do ranking de investimentos elaborado pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, tanto para o mês quanto para o acumulado dos primeiros cinco meses do ano. O dólar apresentou valorização de 7,24% em maio; desde o início de 2013, a alta acumulada é de 4,99%.
Isso deixou para trás os rendimentos de renda fixa. A poupança é a segunda colocada, com alta de 0,5% em maio e de 2,53% desde 1.º de janeiro. A BM&FBovespa e o ouro aparecem na lanterna do ranking. No mês passado, a bolsa paulista caiu 4,3%; no ano, a perda soma 12,22%. Já o ouro caiu 0,42% em maio e 13,61% desde o início de 2013.
Isso não quer dizer, porém, que a saída para o investidor seja uma "corrida" para comprar a moeda americana. Primeiro, pela própria natureza volátil do câmbio - trata-se de uma aplicação variável tão arriscada quanto a bolsa. "É um investimento para quem tem patrimônio representativo e está buscando diversificar", diz Michael Viriato, professor de Finanças da escola de negócios Insper.
Outra questão é o "timing" do investimento, segundo o administrador de investimentos Fabio Colombo. "Entrar agora no câmbio é perigoso", diz o especialista. Isso porque a regra do bom investidor é se informar o bastante para se antecipar às tendências, e não correr atrás delas logo depois de um movimento de mercado.
Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, o comportamento do câmbio nas últimas semanas não reflete um problema conjuntural, mas uma série de notícias pontuais. O dólar começou a se valorizar perante o iene, o euro e o real depois da divulgação de alguns dados positivos sobre a economia americana: "Houve até aumento do preço de imóveis em algumas cidades, mas isso não quer dizer que os EUA estejam na situação ideal".
Logo, assim que a poeira assentar, pode ser que o real volte a ganhar terreno, na opinião do economista. A Austin Rating, apesar da recente volatilidade da moeda, ainda aposta em um a taxa de câmbio de R$ 2 para o fim do ano. "Acho que o movimento do dólar será transitório, até porque, após subir o juro, o Banco Central terá de conter o câmbio para impedir uma alta exagerada da inflação."
Momento difícil. O discurso dos especialistas mostra que, no momento, está difícil escolher um investimento, pois o rendimento dos fundos de renda fixa, de maneira geral, perde para a mais conservadora das opções - a poupança -, enquanto a renda variável sofre com a forte queda na bolsa.
"Este é um momento de estudar e explorar opções. Vale a pena marcar uma hora com o consultor do banco para saber mais sobre fundos multimercado, por exemplo", aponta Alexandre Lignos, consultor financeiro da IGF. "É uma opção disponível para quem tem conta no Itaú Personnalité ou no Bradesco Prime, por exemplo."
Quem pretende ficar estritamente na renda fixa precisa pôr na ponta do lápis a taxa de administração cobrada pelos bancos e o Imposto de Renda. "Quem investe valores baixos costuma pagar taxas mais altas", ressalta Colombo. Os economistas lembram que, se o investimento for de curto prazo, a alíquota de IR é pesada: para aplicação de até seis meses, fica em 22,5%.

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