sábado, 30 de agosto de 2025

Entenda o esquema bilionário do PCC, alvo de megaoperação da PF

 BRASIL

Crime organizado se infiltrou no setor de combustíveis, assumindo fazendas de cana, adulterando produtos e ocultando recursos por meio de fintechs. Força-tarefa é considerada a maior deste tipo da história.

A força-tarefa cumpriu mais de 400 mandados de buscas e apreensões, e agregou três operações: Quasar e Tank, da PF, e Carbono Oculto, do MPSP.  Foto: O Tempo


A megaoperação deflagrada pela Polícia Federal (PF), pela Receita Federal e pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) nesta quinta-feira (29/08), considerada pelos órgãos como a maior investida contra o crime organizado da história, mobilizou 1,4 mil agentes contra 350 alvos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

A investigação aponta que a organização criminosa movimentou R$ 140 bilhões em um complexo esquema de adulteração de combustíveis e ocultação de patrimônio que se irrigava por oito estados, centenas de postos de gasolina e tinha seu bastião econômico no coração financeiro do país. O dinheiro era aplicado principalmente em fundos de investimento via fintechs sediadas na Faria Lima, em São Paulo, endereço onde 42 mandados foram cumpridos.

"Percebemos [...] uma invasão do crime organizado na economia real e no mercado financeiro. Isso é de extrema relevância porque, além da questão concorrencial, existe uma questão de você não separar o que é legítimo e o que é legítimo", disse Andrea Chaves, subsecretária de fiscalização da Receita Federal.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, considera que os achados da investigação até o momento são apenas "a ponta do iceberg", já que os materiais apreendidos podem revelar novos grupos envolvidos no esquema.

A força-tarefa cumpriu mais de 400 mandados de buscas e apreensões, e agregou três operações: Quasar e Tank, da PF, e Carbono Oculto, do MPSP.


As medidas judiciais levaram ao bloqueio e sequestro de mais de R$ 3,2 bilhões em bens e valores. Ao todo, 141 veículos, 192 imóveis e duas embarcações foram apreendidos. Já 41 pessoas físicas e 255 empresas tiveram os recursos bloqueados, incluindo a suspensão imediata de 21 fundos de investimento.


Dos 14 alvos de prisão preventiva, porém, apenas seis foram encontrados. A PF agora apura se houve vazamento de informações da operação aos investigados. Eles são suspeitos de crimes contra a ordem econômica, adulteração de combustíveis, lavagem de dinheiro, fraude fiscal, estelionato e crimes ambientais.


Fonte: DW


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