segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Diplomatas chineses cutucam governos mundo afora e afiam as garras

 MUNDO

A regra de Pequim sempre foi priorizar a discrição; os sinais de mudança podem ser sentidos até no Brasil

Durante a primeira cúpula entre Estados Unidos e China após a posse de Joe Biden, em março, no Alasca, o tom subiu. Diante das cobranças do secretário de Estado americano, Antony Blinken, por mais democracia em Hong Kong e Taiwan e melhor tratamento das minorias na China, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, sugeriu, sem meias-palavras, que a Casa Branca desistisse de “impor sua ideia de democracia” pelo mundo e voltasse os olhos para seus próprios “profundos problemas” em relação aos direitos humanos, entre eles o racismo. A fala de Blinken estava dentro dos padrões de assertividade e jogo duro da diplomacia americana, mas a disposição chinesa de se engajar em um bate-­boca de quase uma hora diante da imprensa causou surpresa, visto que a regra de Pequim sempre foi priorizar a discrição e preferir as insinuações sutis nos embates verbais. A troca de acusações evidenciou uma mudança na política internacional do presidente Xi Jinping: firme no propósito de fortalecer a imagem da China potência e rebater provocações estrangeiras, ele está optando por uma diplomacia belicosa, pautada por ataques principalmente via redes sociais.

A estratégia está presente nos comunicados diários emitidos pelo Ministério de Relações Exteriores e nas falas dos embaixadores que representam o país ao redor do mundo — e o Brasil já sentiu o gostinho nos seguidos choques entre o enviado chinês em Brasília, Yang Wanming, e o clã Bolsonaro. A manifestação oriental mais recente foi a indicação de um duro crítico do Ocidente, Qin Gang, para o comando da Embaixada da China em Washington. Os novos diplomatas de Pequim não deixam provocação sem resposta, no estilo “lobos guerreiros” — referência ao título de uma série de filmes sobre soldados das forças especiais que combatem mercenários estrangeiros que bateu recordes de bilheteria na China entre 2015 e 2017. “Quem ofender a nação chinesa será punido, não importa a distância do agressor”, diz um dos personagens do blockbuster patriota, verbalizando o conceito adotado pela diplomacia do Partido Comunista.

Indo além da linguagem forte e das ameaças veladas, os diplomatas chineses apostam na força das redes sociais para passar recados e, às vezes, propagar notícias falsas e teorias conspiratórias sobre países rivais. O Executivo francês já convocou duas vezes este ano o representante da China para prestar explicações sobre sua conduta na internet. Lu Shaye costuma responder em seus perfis às denúncias de abusos de direitos de Pequim contra a minoria muçulmana uigur feitas pela União Europeia e chegou a compartilhar um artigo falso que acusava o sistema de saúde do presidente Emmanuel Macron de abandonar idosos com Covid-19, além de se referir a um analista politico local como “bandido mesquinho” e “hiena enlouquecida”. No Brasil, a linguagem de Yang Wanming causa desconforto não só no governo — que já pediu duas vezes sua substituição —, mas até nas outras representações diplomáticas. Depois de trocar farpas com os filhos de Bolsonaro, Yang comemorou com ironia a prisão do ex-­deputado aliado do presidente, Roberto Jefferson: “Lindo dia para todos”, postou no Twitter. “Em nossos genes, não há traços agressivos ou hegemônicos”, afirmou a VEJA o ministro-conselheiro da embaixada em Brasília, Qu Yuhui.

LOBOS - Yang, embaixador em Brasília, e Qin Gang, em Washington: metralhadoras verbais -
LOBOS - Yang, embaixador em Brasília, e Qin Gang, em Washington: metralhadoras verbais – Romulo Serpa/Agência CNJ/CNS/AFP

Essa forma assertiva de os corteses chineses lidarem com as relações internacionais causa espanto no Ocidente, por contrastar com o tom mais moderado e construtivo instituído na era Deng Xiaoping, o líder chinês entre 1978 e 1992. “Durante a liderança Mao Tse-tung, o país nutriu relações muito ruins com seus vizinhos, mas com a abertura promovida por seu sucessor Deng Xiaoping adotou-se uma forma de diálogo moderada e construtiva”, diz Roberto Abdenur, ex-embaixador e conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). Por trás dos “lobos guerreiros” da diplomacia atual está Zhao Lijian, raivoso porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros que se tornou figura de grande influência junto a Xi. Em novembro passado, Zhao publicou a imagem — evidentemente falsa — de um soldado australiano esfaqueando uma criança afegã, em clara provocação ao primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, de relações cortadas com a China há quase um ano. Pouco tempo depois, em um sinal de aceitação das táticas de Zhao, a Academia de Ciências Sociais, um grupo de estudos semioficial, divulgou uma série de documentos estratégicos sobre a necessidade de “fortalecer a capacidade de lutar pela opinião pública internacional” e “contra-atacar” críticas nas redes.

Em Washington, prevê-se que a presença do embaixador Qin Gang, no cargo há menos de um mês, suba o tom da guerra surda entre Estados Unidos e China. “A relação entre as duas potências se tornou mais complexa porque, em vez da metralhadora indiscriminada de Donald Trump, o presidente Biden toca em temas como democracia e direitos humanos”, avalia o ex-­embaixador e conselheiro consultivo internacional do Cebri Marcos Caramuru. A primeira grande missão de Qin é preparar o terreno para o encontro cara a cara entre Biden e Xi durante a reunião do G20 na Itália, em outubro. “A agressividade dos chineses, ao mesmo tempo que expõe sua força crescente, também aliena possíveis parcerias, o que pode ser prejudicial”, lembra Robert Sutter, da Universidade George Washington. Nessas horas, o pragmatismo e a delicadeza da diplomacia tradicional deverão fazer falta.

VEJA

domingo, 29 de agosto de 2021

Novo Bolsa Família: Como confirmar inscrição? Programa começa em 2021

 BRASIL


Novo Bolsa Família: Como confirmar inscrição? Programa começa em 2021

Novo Bolsa Família: Como confirmar inscrição? Programa começa em 2021 (Foto: FDR)

O programa que vai substituir o Bolsa Família na distribuição de renda, chamado Auxílio Brasil,deve começar no mês de novembro. Saiba aqui como confirmar a sua inscrição para ingressar no programa.

O novo auxílio vai usar as inscrições do Cadastro Único para começar a realizar a seleção.

Como realizar a inscrição no Cadúnico?

Os beneficiários devem se inscrever por meio do aplicativo Meu CadÚnico ou presencialmente em um dos centros de assistência social.

O responsável pelo cadastro de sua família, deve ter mais de 18 anos e  portar os seguintes documentos:

  • Certidão de Nascimento;
  • Certidão de Casamento;
  • CPF;
  • RG;
  • Carteira de Trabalho;
  • Título de Eleitor;
  • Registro Administrativo de Nascimento Indígena (Rani).
  • A inscrição não garante a entrada imediata no programa, assim como já acontecia com o Bolsa Família.  Primeiro, será realizada uma triagem pelo governo para definir os contemplados.

    Auxílio Brasil

    O Auxílio Brasil também possui o objetivo de promover o desenvolvimento infantil e juvenil por intermédio de apoio financeiro a gestantes, nutrizes, crianças e adolescentes. 


    O presidente Jair Bolsonaro disse que teria ao menos um aumento de, no mínimo, 50% no valor médio do Bolsa Família, que atualmente possui o valor de R$189, poderia ir para R$283,50.

    Para quem será o programa Auxílio Brasil?

    O programa será destinado a:

    • Famílias em condição de extrema pobreza (renda mensal de até R$ 89 por pessoa, segundo o padrão atual do governo)
    • Famílias em condição de pobreza (renda mensal entre R$ 89 e R$ 178 por pessoa, segundo o padrão atual do governo) com gestantes ou pessoas com idade até 21 anos.
    • Como funcionará o Auxílio Brasil?

    Conforme o governo, o programa funcionará como uma extensão do Bolsa Família, que possuirá um reajuste na mensalidade mínima.


    fdr

BC estabelece limite de R$ 1 mil para transferências por PIX e cartões de débito entre 20h e 6h

BRASIL

Banco Central anunciou nesta sexta-feira (27/8) mudanças que pretendem tornar as transações via Pix mais seguras

Foto: Divulgação 


Diante do aumento dos casos de golpe, sequestros relâmpagos e outros crimes após a adoção do PIX, o Banco Central adotou medidas para aumentar a segurança desse e de outros meios de pagamento eletrônico. Entre as principais medidas anunciadas há pouco, o BC decidiu estabelecer limite de R$ 1.000,00 para operações entre pessoas físicas (incluindo MEIs) utilizando meios de pagamento no período noturno (das 20 horas às 6 horas). A restrição vale para transferências intrabancárias, Pix, cartões de débito e liquidação de TEDs. O BC também definiu prazo mínimo de 24 horas e máximo de 48 horas para que o aumento de limite de transferências solicitadas pelo cliente seja efetivado. A medida vale para TED, DOC, transferências intrabancárias, Pix, boleto, e cartão de débito. O objetivo é evitar o aumento imediato do limite em uma situação de risco do cliente, como sequestro relâmpago. Veja mais detalhes das medidas anunciadas no link abaixo. Os diretores do BC darão uma entrevista coletiva daqui a pouco, às 16h30, para comentar as medidas.


https://www.bcb.gov.br/detalhenoticia/17483/nota

terça-feira, 24 de agosto de 2021

População receberá um Taguaparque renovado

 DF

Governo promete renovar o espaço que é um dos cartões postais de Taguatinga.

Foto: Pedro Paulo/ Jornal Central Brasil

O espaço que hoje é bastante frequentado pelos moradores não só de Taguatinga, como também de Ceilândia, Águas Claras e outras regiões, o Taguaparque passará por grandes transformação.É sem dúvida considerado um dos maiores parques urbanos do Distrito Federal, pois  nos finais de semana cerca de 20 mil pessoas passam pelo local, vai ganhar uma série de novos equipamentos. Entre eles, a ‘Vila da Criança’, pista de atletismo e cooper, além de novos Pontos de Encontro Comunitários (PECs). Nas contas da Administração Regional de Taguatinga, o espaço de 90 hectares de extensão receberá investimentos de R$ 15 milhões até o próximo ano.

Em parceria com a Secretaria de Esportes e Lazer, sairá do papel a esperada pista de atletismo, a reforma da pista de cooper de 12 km, o ginásio poliesportivo e a quadra de areia. Neste conjunto esportivo, os recursos são oriundos de uma emenda da deputada federal Celina Leão de R$ 8,9 milhões.

Para as crianças, uma vila totalmente inclusiva começa a ganhar forma no ‘coração’ do parque. O espaço vai dispor de parquinhos convencionais e outros com brinquedos adaptados para aqueles com deficiência ou mobilidade reduzida, além de um cantinho onde elas possam desenvolver a psicomotricidade. Biblioteca e sala de amamentação também fazem parte da nova vila.

“São espaços como esses que permitem que as crianças se sintam pertencentes do seu território, ou seja, acolhidas”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social

“Ali está sendo criado um local onde todo o público infantil e suas famílias vão se encontrar. Uma preocupação com a acessibilidade e a inclusão social. Até o final do ano, esperamos concluí-lo”, revela o administrador Bispo Renato Andrade. A vila foi concebida dentro do projeto Criança Feliz Brasiliense, da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). O custo estimado para a reforma é de R$ 260 mil.

O programa voltado para o desenvolvimento infantil no Distrito Federal é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), com supervisão do Ministério da Cidadania. 

A secretária da área social do governo e primeira-dama do DF, Mayara Noronha Rocha, defende o projeto. “É importante ver investimentos como esses por parte da Administração Regional de Taguatinga, onde os direitos da criança são respeitados. São espaços como esses que permitem que as crianças se sintam pertencentes do seu território, ou seja, acolhidas”.

Mayara Rocha lembra que o programa Criança Feliz Brasiliense faz visitas domiciliares para acompanhar as crianças as e gestantes, identificando suas necessidades. “Estamos trabalhando para ampliar para 3.200 famílias. O objetivo é fortalecer a intersetorialidade entre as políticas públicas”, afirma.

Com informações da Agência Brasília 


sexta-feira, 20 de agosto de 2021

DF paga 1ª parcela do auxílio para motoristas de turismo

 DIREITOS E BENEFÍCIOS

Na última quarta-feira (18), os trabalhadores que atuam como motoristas de transportes de turismo começaram a receber o auxílio destinado a categoria e pago pelo Governo do Distrito Federal (GDF). O auxílio para motoristas de turismo é pago através do programa Mobilidade Cidadã.



Distrito Federal paga 1ª parcela do auxílio para motoristas de turismo (Imagem: Agência Brasília)

auxílio para motoristas de turismo é uma iniciativa do Governo do Distrito Federal (GDF). O intuito é ajudar essa categoria que vem sofrendo com os impactos da pandemia desde o ano passado. O auxílio será de três parcelas no valor de R$ 600.

A primeira parcela do auxílio para motoristas de turismo começou a ser repassada aos profissionais na última quarta-feira (18). Para receber a ajuda paga pelo GDF é necessário atender alguns requisitos. Veja abaixo cada um:

Estar cadastrado no Cadastro Permissionários/Concessionários da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), com data de 31/01/2020;

Estar registrado, na mesma data, junto ao Departamento de Trânsito (Detran/DF), na categoria de transporte turismo.

As parcelas do auxílio para motoristas de turismo serão creditadas automaticamente no cartão Mobilidade Cidadã. Esse cartão foi entregue aos contemplados e está vinculado ao Banco de Brasília (BRB). Sendo assim, em caso de perda ou extravio de cartão, o trabalhador deve solicitar uma 2ª via no BRB.

Essa não é a primeira vez que o GDF paga um auxílio à categoria. Desde o ano passado, com o início das restrições sociais devido à propagação da Covid-19, o Distrito Federal tenta ajudar esses profissionais de forma financeira.

Os motoristas de turismo são uma das categorias que ainda não conseguiram retornar as atividades por completo, mesmo com a flexibilização das restrições sociais. Por esse motivo, estão entre os trabalhadores mais afetados pela crise gerada pela doença.

Com isso, irá trazer o crescimento econômico do DF e poderá, até mesmo, ajudar na criação ou permanência de empregos. Dessa maneira, o auxílio não se trata apenas de um auxílio destinado aos motoristas do setor de turismo, mas também para as pequenas e grandes empresas.


fdr/GLAUCIA ALVEs


Talibã anuncia novo nome oficial do Afeganistão

 MUNDO

País do Oriente Médio que foi invadido pelos Estados Unidos em 2001 após atentado terrorista do 11 de setembro teve golpe de estado em agosto com a volta de extremistas ao poder

Foto: Reprodução/Pixabay


O grupo extremista Talibã declarou nesta quinta-feira (19) o novo nome oficial do Afeganistão após o golpe de estado realizado com a tomada de Cabul. [1]

Segundo o Talibã, o Afeganistão voltará a ser chamado de Emirado Islâmico do Afeganistão, mesmo título utilizado durante o primeiro regime do grupo, ainda nos anos 1990.

Anteriormente, durante seu processo democrático sob a tutela dos Estados Unidos e OTAN, o nome adotado do país era República Islâmica do Afeganistão.

Na prática, a alcunha Emirado, bastante comum no Oriente Médio, sugere um modelo pouco democrático e sob autoridade política ou militar de um emir. Em árabe, emir significa comandante.



FONTE: BOLETIM DA LIBERDADE


له انګریزي ښکیلاک نه د هیواد د خپلواکي د یوسل او دویمې کلیزې په مناسبت د افغانستان إسلامي امارت اعلامیه alemarahpashto.com/?p=235407
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O que é Sharia, a lei islâmica que o Talibã diz aplicar no Afeganistão

 MUNDO

Segundo especialista, a visão fundamentalista sobre como os princípios religiosos devem guiar o país não condiz com o Alcorão

No passado, os talibãs usaram da Sharia para justificar repressão aos direitos das mulheres

No passado, os talibãs usaram da Sharia para justificar repressão aos direitos das mulheres

MOHAMMAD JAVADZADEH / CRESCENTE VERMELHO DO IRÃ VIA EFE - EPA - 16.8.2021

Após tomar o poder no último domingo no Afeganistão, o grupo extremista Talibã chegou a esboçar tentativas de se mostrar mais moderado do que na última vez que governou o país, entre 1996 e 2001, antes da intervenção dos EUA. A despeito disso, nesta quinta (19), o comandante Waheedullah Hashimi declarou que não haverá a democracia e sim, a Sharia.

No imaginário ocidental, a Sharia é descrita como uma tradução literal da lei islâmica tal como está escrita no Alcorão, o livro sagrado da religião muçulmana, para a vida cotidiana. Foi usada, por exemplo, para justificar a proibição para meninas e mulheres estudarem ou trabalharem no passado.

Em alguns países que dizem seguir a Sharia, há punições pesadas para violações como o adultério (muitas vezes feitas com chibatadas em público) e roubo (em que a mão ou dedos do ladrão são amputados). Essa definição, no entanto, não está correta, de acordo com especialistas.

Política com preceitos religiosos

Segundo Atilla Kush, doutorando em Ciências da Religião pela PUC-SP e membro do Centro de Estudos das Religiões Alternativas e de Origem Oriental no Brasil (CERAL), a própria noção de Sharia (que em árabe antigo significava "caminho até a água", fundamental para a vida tribal no deserto) tal como é utilizada tanto pelo Talibã quanto outros regimes e grupos fundamentalistas não aparece dessa forma no Alcorão.