sexta-feira, 19 de março de 2021

Justiça do Trabalho destina R$ 225 milhões para combate à covid-19

 


Os valores vieram de multas aplicadas em decisões judiciais e TACs

Publicado em 19/03/2021 - 15:36 Por André Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) informou hoje (19) que foram repassados R$ 225 milhões para o combate à covid-19. O dinheiro foi utilizado para compra de unidades de tratamento intensivo (UTIs), equipamentos hospitalares, testes rápidos, máscaras de proteção e medicamentos. 

Os valores arrecadados pela Justiça do Trabalho vêm das multas aplicadas em decisões judiciais, como condenações em ações civis públicas e termos de ajustamento de conduta. Nesta sexta-feira, o tribunal completa um ano de paralisação das atividades presenciais em função da pandemia do novo coronavírus. 

Durante um ano, áreas essenciais da Justiça do Trabalho continuaram em funcionamento. Foram julgados 352 mil processos, um aumento de 5,98% em relação ao período de março de 2019 a fevereiro de 2020. 

Edição: Claudia Felczak


Por André Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Covid-19: setor funerário se prepara para caso de aumento da demanda

 


Empresas perceberam aumento de 30% nas mortes em março

Publicado em 19/03/2021 - 15:25 Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O grande número de mortes em decorrência da pandemia tem aumentado significativamente a demanda por serviços funerários. Diante dessa situação, as empresas do setor têm buscado soluções para evitar que a prestação desse serviço acabe entrando em colapso.

De acordo com a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), o aumento da demanda já era percebido em março de 2020, quando a pandemia fazia ainda as primeiras vítimas no Brasil. Na época, percebeu-se um aumento de 12% na demanda por esse tipo de serviço, comparado a março de 2019.

“Percebemos agora, na primeira quinzena de março de 2021, um aumento ainda maior, de quase 30% na comparação com março do ano passado”, disse à Agência Brasil o presidente da Abredif, Lourival Panhozzi. Segundo ele, esses números são absolutos. Portanto abrangendo todos os sepultamentos, e não apenas as mortes por covid-19.

Para evitar o colapso dos serviços, as empresas do setor têm adotado algumas medidas para se adaptar ao novo cenário. “É uma onda crescente que não para de aumentar. Ninguém sabe onde isso vai dar. As empresas do nosso setor têm, inclusive, se ajudado mutuamente, porque em situações de tamanha alta de demanda, como é o caso, não há mais concorrência. Todos têm de se juntar para dar conta”, explicou Panhozzi.

Sob controle, por enquanto

Segundo ele, até o momento a situação está “sob controle”, uma vez que as funerárias brasileiras têm capacidade para suportar uma quantidade de serviço superior a três vezes a média mensal de óbitos de suas localidades. “Desde que isso não seja por um longo período”, enfatiza o presidente da associação.

Assim sendo, a Abredif – entidade que representa mais de 13 mil empresas que empregam mais de 350 mil trabalhadores – tem elaborado um plano emergencial visando o enfrentamento da situação, de forma a evitar colapsos.

Entre as medidas que vêm sendo adotadas por suas associadas está a suspensão das férias das equipes de trabalho; o remanejamento de funcionários, para que se tenha mais gente na ponta de operação; e a adequação do estoque, para suportar a alta demanda.

“Temos de estar preparados para o pico de mortes que, segundo especialistas, é previsto para meados de abril. Mas a verdade é que o aumento [do número de mortes] está descontrolado, e não sabemos exatamente até onde isso vai”, relata o presidente da Abredif.

Expertise brasileira

Segundo ele, as fábricas de urnas funerárias, os caixões, já estão trabalhando em dois turnos. Se a tendência continuar, em breve passarão a produzir nos três turnos. “No entanto, temos percebido o risco de faltar matéria-prima para as urnas funerárias, principalmente nos locais onde as fábricas [tanto de urnas como de matérias-primas] não estão podendo produzir plenamente, já que não são consideradas atividades essenciais”, argumentou Panhozzi.

O modo de operar das empresas funerárias brasileiras, bem como a forma como são feitas as contratações, os sepultamentos e os cortejos, representa uma realidade que é própria do país, envolvendo cotidiano, costumes e cultura que são essencialmente brasileiros.

“Aí vemos políticos adotando regras e medidas baseadas no que se ouviu falar, vindo de fora do país – onde, devido à falta de estrutura, corpos ficaram acumulados por falta de capacidade para entregas maiores do que as de rotina. São países onde empresas do setor funerário ficam abertas apenas durante o horário comercial. Aqui no Brasil funcionamos 24 horas por dia, 365 dias por semana”, completa.

Edição: Aline Leal


Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Prefeito do Rio pede que população respeite medidas restritivas

 


Eduardo Paes pode anunciar dia 22 a antecipação dos feriados de abril

Publicado em 19/03/2021 - 13:27

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, fez hoje (19) um apelo à população para que respeite as medidas restritivas adotadas diante da gravidade da evolução da covid-19 na cidade. 

As ações foram ampliadas hoje em princípio até a segunda-feira (22), com a publicação de decreto de restrição ao acesso às praias, de suspensão das áreas de lazer e estacionamento na orla e da entrada de ônibus fretados na cidade. 

Acrescentou que não é negacionista, nem apavorado ou assustado e destacou que não implementou nenhum lockdown pedido por alguns setores da sociedade logo no início de seu governo, mas que fará o que for preciso no momento em que for necessário.

“Nesse momento há necessidade de aumento das restrições. Nesse momento há necessidade de mais consciência coletiva. Nesse momento há necessidade de ter o apoio da população para essa compreensão” disse durante a apresentação do 11º Boletim Epidemiológico.

Paes foi claro: “faço mais uma vez um apelo à consciência dos cariocas. É o momento de ficar em casa. Não estamos prendendo as pessoas em casa, nem impedindo de saírem às ruas, mas é o momento de se evitar o contato. É o momento de se evitar interações. Sair só se for necessário. É um momento difícil? É”, disse, acrescentando um pedido para que a população volte a articular redes de solidariedade para atender às necessidades dos mais pobres como ocorreu em 2020.

“O nosso apelo é também para que as pessoas tenham esse espírito de solidariedade que sempre foi tão marcante no Brasil e na nossa cidade. Esse espírito de solidariedade é fundamental para a gente atravessar essa fase difícil. São tempos difíceis, muito estranhos. São circunstâncias adversas e excepcionais, mas as medidas são necessárias. A gente está vendo as pessoas morrerem. Não é possível que as pessoas não se sensibilizem com o que está acontecendo”, afirmou.

Internações crescem no Rio

Pelos dados da prefeitura, o Rio registra o maior número de internações em leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) desde o início da pandemia. 

Os dados de pacientes internados por dia na evolução de leitos ocupados indicam que, no dia 17 de março, da capacidade instalada de 776 leitos, 679 estavam operacionais. Segundo o prefeito, os sinais de rede de saúde estressada, de possibilidade de falta de leitos e de aumento na fila de regulação estão se confirmando no Rio.

“Nós temos que trabalhar para preservar vidas. Estamos anunciando essas medidas hoje pedindo à população, deixando claro, fazendo um apelo de que não é alarme falso, não é brincadeira, não é exagero da mídia, não é exagero do prefeito, não é exagero das autoridades sanitárias. É um fato que está acontecendo no Rio de Janeiro”, disse Paes. “Estamos vivendo uma situação muito crítica”

O prefeito informou que, na segunda-feira, vai se reunir com o Comitê Científico para anunciar novas medidas de restrição. Entre elas, a antecipação de feriados de abril. 

Segundo Eduardo Paes, o anúncio das novas restrições não ocorreu até agora porque ele ainda está articulando com o governador em exercício, Cláudio Castro, e com outros prefeitos, medidas que seriam cumpridas no estado, ou pelo menos, em uma região ao redor da capital. 

Apesar de buscar o consenso para o conjunto de restrições, o prefeito garantiu que não deixará de adotar medidas necessárias para a capital, caso não haja acordo regional. “Se as medidas vierem isoladas serão menos eficazes, mas eu não vou aqui deixar de tomar qualquer medida porque o município B, A ou D não tomou qualquer medida. Vamos tomar, mas é importante para a implementação das medidas que haja uma organização estadual. Tenho certeza que o governador Cláudio Castro está disposto a isso”, indicou, lembrando que na fila de espera de leitos há muitas pessoas de outros municípios. 

Edição: Kleber Sampaio


Por Cristina Índio do Brasil – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Brasil receberá primeiro lote de vacinas da Covax Facility


Mais de um milhão de doses chegam no domingo

Publicado em 19/03/2021 - 15:34 Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O Brasil vai receber neste domingo (21) o primeiro lote de vacinas contra a covid-19 provenientes do consórcio Covax Facility. Serão 1.022.400 doses que chegarão ao país às 18h. A chegada das vacinas foi confirmada pela representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Galiano.

Galiano enviou hoje (19) uma carta ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. “É com satisfação que informamos que o primeiro embarque, referente a 1.022.400 doses da vacina contra COVID-19, adquiridas através do mecanismo COVAX, chegará ao Brasil no dia 21 de março de 2021”, disse na carta. 

A representante da Opas/OMS no Brasil informou que 90% das doses têm vencimento em 31 de maio de 2021 e as demais 10% em 30 de abril de 2021. A Covax Facility é uma aliança internacional da Organização Mundial da Saúde que tem como principal objetivo acelerar o desenvolvimento e a fabricação de vacinas contra a covid-19. Trata-se de um consórcio internacional com o objetivo de garantir acesso igualitário à imunização.

A Covax Facility é uma plataforma colaborativa, subsidiada pelos países-membros, que também visa possibilitar a negociação de preços dos imunizantes. De acordo com o comunicado do consórcio, a projeção é que sejam enviadas 330 milhões de doses das vacinas da Pfizer/BioNTech e Oxford/AstraZeneca na primeira metade de 2021 para 145 países integrantes da aliança, que reúne mais de 150 nações.

Edição: Fernando Fraga


Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Brasil receberá primeiro lote de vacinas da Covax Facility

 


Mais de um milhão de doses chegam no domingo

Publicado em 19/03/2021 - 15:34 Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O Brasil vai receber neste domingo (21) o primeiro lote de vacinas contra a covid-19 provenientes do consórcio Covax Facility. Serão 1.022.400 doses que chegarão ao país às 18h. A chegada das vacinas foi confirmada pela representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Galiano.

Galiano enviou hoje (19) uma carta ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. “É com satisfação que informamos que o primeiro embarque, referente a 1.022.400 doses da vacina contra COVID-19, adquiridas através do mecanismo COVAX, chegará ao Brasil no dia 21 de março de 2021”, disse na carta. 

A representante da Opas/OMS no Brasil informou que 90% das doses têm vencimento em 31 de maio de 2021 e as demais 10% em 30 de abril de 2021. A Covax Facility é uma aliança internacional da Organização Mundial da Saúde que tem como principal objetivo acelerar o desenvolvimento e a fabricação de vacinas contra a covid-19. Trata-se de um consórcio internacional com o objetivo de garantir acesso igualitário à imunização.

A Covax Facility é uma plataforma colaborativa, subsidiada pelos países-membros, que também visa possibilitar a negociação de preços dos imunizantes. De acordo com o comunicado do consórcio, a projeção é que sejam enviadas 330 milhões de doses das vacinas da Pfizer/BioNTech e Oxford/AstraZeneca na primeira metade de 2021 para 145 países integrantes da aliança, que reúne mais de 150 nações.

Edição: Fernando Fraga


Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil - Brasília

DER anuncia abertura de edital para duplicação da DF-250

 


A duplicação vai abranger 5,3 km no trecho entre a Estrada Parque Contorno e a Estrada Parque Tamanduá até o acesso a Sobradinho dos Melos

O Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) faz, no dia 22 de abril, às 10h na sede do órgão, a abertura das propostas para a duplicação da DF-250. A obra tem valor estimado em R$ 16.203.498,60.

Inicialmente marcada para o último dia 12, a nova data da Concorrência n°004/2021 foi publicada na edição Diário oficial do Distrito Federal desta sexta-feira (19).

O serviço de duplicação vai abranger os 5,3 km no trecho compreendido entre a Estrada Parque Contorno (DF-001) e a Estrada Parque Tamanduá (DF-015) até o acesso a Sobradinho dos Melos

O serviço de duplicação vai abranger os 5,3 km no trecho compreendido entre a Estrada Parque Contorno (DF-001) e a Estrada Parque Tamanduá (DF-015) até o acesso a Sobradinho dos Melos.

Quando a duplicação for concluída, a melhoria viária vai beneficiar cerca de 30 mil pessoas que trafegam pelo local diariamente.

Viaduto do Paranoá/Itapoã

Está marcada para o dia 26 de março, às 10h, na sede do Departamento, a abertura da licitação para a obra construção do viaduto do Paranoá/Itapoã.

O elevado será construído no balão Itapoã/Paranoá, que liga a Estrada Parque Contorno (DF-001) ao entroncamento da Estrada Parque Tamanduá (DF-015) com a DF- 250.

O valor estimado para a construção da obra é de R$ 41.750.697,25

O valor estimado para a construção da obra de arte especial (estruturas que têm a finalidade de transpor obstáculos, tais como avenidas, vales, rios, entre outros)  é de R$ 41.750.697,25.  O contrato para início das obras deve ocorrer 60 dias após a abertura da licitação.

Melhorias na região

Em fevereiro deste ano o DER/DF executou a construção de um aterro de um km na DF-250, na área de chácaras do Itapoã. O trabalho realizado na altura do km 8 da rodovia recompôs o acostamento do local, e agora proporciona mais segurança e conforto para cerca de 20 mil  motoristas que trafegam pelo  trecho.

Na benfeitoria, realizada por administração direta da autarquia, com maquinário do próprio órgão e mão de obra de 10 servidores, foi realizado o aterramento e compactação de duas mil toneladas de cascalho.

*Com informações do DER/DF

AGÊNCIA BRASÍLIA

Hospitais recebem doações de máscaras e álcool gel

 


Materiais foram entregues pelo Comitê Todos Contra a Covid, coordenado pelo vice-governador Paco Britto, e por empresárias do DF

Quatro hospitais da rede pública do DF recebem insumos para reforçar o combate à pandemia. A entrega das doações teve a participação do vice-governador Paco Brito (à direita) | Foto: Vinícius de Melo/ Agência Brasília

Quatro hospitais públicos do Distrito Federal receberam, na manhã desta sexta-feira (19), por meio de doações, cerca de 500 frascos de álcool em gel e 40 mil máscaras descartáveis para reforçar o enfrentamento da pandemia.

Os frascos foram entregues pelo Comitê Todos Contra a Covid, coordenado pelo vice-governador do DF, Paco Britto. Já as máscaras são resultado de ações de empresárias do DF que compõem a Liderança Empresarial Mulheres Empresárias (LIDE) encaminhadas à esposa do vice-governador, Ana Paula Hoff.

“Não sei se estaríamos vivendo um momento melhor, mas certamente, com mais consciência, estaríamos com uma perspectiva melhor, isso é fato”Paco Britto, vice-governador do Distrito Federal

Esses materiais serão usados nas unidades de saúde para atender servidores que não estão na linha de frente, funcionários terceirizados e por pacientes e familiares que chegam sem esse tipo de proteção individual. Servirá também para a troca de máscaras usadas por esses frequentadores das unidades.

Com as doações, foram atendidos: o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), o Hospital Regional de Taguatinga (HRT), o Hospital Regional do Gama (HRG) e o Hospital Regional de Samambaia (HRSan). Os representantes das quatro unidades recebram, cada um, 10 mil máscaras e 20 caixas de álcool gel.

De acordo com o vice-governador, o momento que o DF atravessa com a nova onda da Covid-19 exige consciência. “Não sei se estaríamos vivendo um momento melhor, mas certamente, com mais consciência, estaríamos com uma perspectiva melhor, isso é fato”, frisou Paco.

Empresárias do DF encaminharam as doações, com o apoio da esposa a do vice-governador, Ana Paula Hoff (segunda da esquerda para a direita) | Foto: Vinícius de Melo/ Agência Brasília

Proteção ampliada

Segundo o superintendente da Região Sudoeste de Saúde, Luciano Gomes, as unidades contam com estoque de insumos que são usados para atender os médicos e enfermeiros lotados na linha de frente de atendimento dos pacientes em estado grave da doença.

Por isso, Gomes apontou que os novos insumos chegam em boa hora, pois serão usados para atender outras pessoas que também necessitam de proteção, em razão do “gigantesco” aumento do volume de atendimentos e de pacientes graves nos hospitais do DF.

“Temos que unir esforços e conscientizar a população que o uso de máscaras é muito importante”Lívia Faria, presidente da Liderança Empresarial Mulheres Empresárias (LIDE)

“A máscara e o álcool são de extrema importância. A chance de se contaminar usando a máscara e limpando as mãos com constância com o álcool é bem menor, está comprovado”, explicou.

Ainda de acordo com gestor de Saúde, os hospitais têm que atender, muitas vezes, funcionários e até usuários. “Acredite, mas têm pessoas que chegam aos hospitais sem máscaras. Então, temos que tê-las ali para o paciente, além de garantir a segurança de funcionários que não estão na linha de frente, mas que circulam pelo hospital, como o administrativo, os profissionais da enfermaria, do atendimento, da segurança”, detalhou.

Parceria do bem

Também nesta sexta-feira, três empresárias locais marcaram encontro com a esposa do vice-governador, Ana Paula Hoff, para fazer a doação das máscaras. Aproveitaram a solenidade de doação de álcool para garantir que as unidades de saúde ganhassem também esse instrumento de proteção individual.

“A parceira, neste momento, é muito importante. A solidariedade é necessária”, afirmou Fátima Viana, proprietária de uma loja de uniformes hospitalares do DF. “Temos que unir esforços e conscientizar a população que o uso de máscaras é muito importante”, frisou a presidente da LIDE no DF, Lívia Faria.

“Agradeço bastante, em nome do Comitê, em nome do governador Ibaneis Rocha, embora a doação esteja sendo feita diretamente pela instituição para os hospitais, mas neste momento, essa ajuda é bem-vinda para que possamos vencer este desafio”, afirmou Paco Britto. “É uma guerra que estamos enfrentando e certamente as máscaras que vocês estão entregando aos hospitais do DF fará uma enorme diferença”, completou Ana Paula.


AGÊNCIA BRASÍLIA

‘Estamos preservando vidas’

 


Superintendente de Conservação e Pesquisa do Zoo de Brasília fala sobre a importância da educação ambiental de crianças e para a preservação da fauna

Atualmente, uma das poucas alternativas de lazer da criançada, em função das restrições impostas com a chegada do novo coronavírus, é o Jardim Zoológico de Brasília. O local segue funcionando de terça a domingo, das 9h às 17h, com capacidade limitada em 1,5 mil pessoas por dia. Na casa da bicharada vive um total de 168 espécies: 63 mamíferos, 73 aves e 32 répteis. Mas, além da simples oferta de diversão, o local é principalmente um ponto de educação ambiental.   

“A intenção é fazer com que as pessoas entendam que esses animais estão aqui dentro de um objetivo, não simplesmente que elas vejam e tenham um momento de lazer”, explica a superintendente de Conservação e Pesquisa do Jardim Zoológico de Brasília, Luísa Helena Rocha da Silva, em entrevista à Agência Brasília. Ela conta um pouco como é o trabalho do órgão no cuidado e preservação da fauna e alerta à população sobre a criação ilegal de animais selvagem.

Luísa também fala um pouco sobre o funcionamento do zoo durante a pandemia e aponta que protocolos de segurança estão sendo adotados para evitar a infecção dos bichos e dos servidores e visitantes.

Acompanhe, abaixo, os principais trechos da entrevista.

Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

Quantas espécies, hoje, são cuidadas no Zoológico?

Atualmente, temos um total de 168 espécies, sendo 63 de mamíferos, 73 de aves e 32 de répteis – isso se a gente contabilizar apenas as espécies do plantel, que são os animais cadastrados somente no zoológico. Com os animais que entram no zoo de resgate, que os órgãos ambientais trazem, daria um número bem maior de espécies. Mas é um número bastante flutuante. Eles entram no zoológico, nós cuidamos e depois eles são destinados pelo Ibama.

“Hoje em dia, os zoológicos modernos tentam se enquadrar e participar de programas de conservação, não simplesmente manter o animal em exibição para o público, visando ao lazer, como eram os zoológicos antigos”

Quais são os órgãos que trazem os animais feridos ou acidentados para serem tratados em Brasília?

Nossa rotina veterinária é cuidar dos animais do plantel e, também, prestar o apoio necessário aos órgãos ambientais. Durante a pandemia, desde o mês de agosto, nós temos dado um suporte maior ao Ibama, cuidando dos animais que estão feridos ou machucados e que deveriam estar sendo cuidados no Cetas [Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama]. Devido aos problemas da pandemia que estão passando, eles pediram o nosso apoio. Normalmente, os órgãos ambientais que trazem animais são o BPMA [Batalhão de Polícia Militar Ambiental] e o Ibama. Eventualmente, algum outro órgão também traz para nós algum animal encontrado ferido ou que necessita de resgate. Independentemente de quem resgata e traz para o zoo, quem define a destinação final do animal é sempre o Ibama – se o animal será reintroduzido na natureza ou se vai ficar em alguma instituição.

O que representa o nascimento de espécies dentro do Zoológico, principalmente daquelas ameaçadas de extinção?

Hoje em dia, os zoológicos modernos tentam se enquadrar e participar de programas de conservação, não simplesmente manter o animal em exibição para o público, visando ao lazer, como eram os zoológicos antigos. Nós priorizamos a participação nesses programas de conservação, tanto os nacionais quanto os internacionais. Quando nasce alguma espécie, principalmente sendo ameaçada, para nós é uma alegria misturada com esperança, porque vemos que é uma chance de ter sucesso na reprodução e uma forma de vermos que, mais adiante, se essa espécie precisar de variabilidade genética, nós vamos ter condição de ajudar no futuro daquela espécie. Com o mico-leão-dourado, houve uma movimentação mundial para poder salvar essa espécie. O próprio Zoológico de Brasília tem histórico de participação com a reprodução desse animal. Então, sempre que acontece, é muito gratificante saber que estamos contribuindo para a conservação das espécies.

“A domesticação é um processo que leva milhares de anos, mas as pessoas acham que podem pegar um animal silvestre e criá-lo dentro de casa como se fosse doméstico”

Antigamente, os zoológicos eram lugares somente para exibir os animais. Com a modernização desses espaços, o que se pode esperar nesses locais?

Hoje em dia, o que os zoológicos mais sérios têm procurado é justamente participar dos programas de conservação e de programas de educação ambiental para que as pessoas vejam a importância desse trabalho desenvolvido em cativeiro. Não temos mais a intenção de simplesmente exibir os animais. Atualmente, isso ainda é complicado, porque muitos visitantes reclamam, inclusive na Ouvidoria, a respeito da ausência de determinadas espécies, como o leão. As pessoas imaginam que podemos conseguir rapidamente um casal de tigres ou um casal de leões, mas não é bem assim. Não é tão fácil, e isso é até uma vantagem para as espécies – o fato de não se poder buscá-las com facilidade. Antes, era muito fácil, porque todos os zoológicos e muitos lugares tinham porque eles eram caçados na natureza ou resgatados de circos. Hoje, o Zoológico de Brasília não busca animais simplesmente para exibicionismo e entretenimento. O objetivo é receber animais com algum fator de conservação, dentro de programas de conservação da espécie, para poder contribuir com o cenário atual por meio da reprodução em cativeiro e da educação ambiental perante a sociedade.

O caso de uma naja que apareceu obteve repercussão em todo o país. Quais ensinamentos foram aprendidos de toda aquela situação?

Todos nós aprendemos muito. Foi uma situação que pegou todos de surpresa, afinal não esperávamos ter uma naja no Distrito Federal, nem mesmo a víbora-verde-de-vogel. Aprendemos, principalmente, que a população precisa se conscientizar mais. Também precisamos de mais educação ambiental, porque muitas pessoas não têm noção do perigo e do desequilíbrio para a fauna que é criar animais simplesmente porque gostam daquela espécie, acham bonita ou pensam que podem domesticar. A domesticação é um processo que leva milhares de anos, mas as pessoas acham que podem pegar um animal silvestre e criá-lo dentro de casa como se fosse doméstico. O que talvez a pessoa tenha é um animal “manso”, não domesticado. Além de ser uma espécie perigosa, a naja é uma espécie exótica, ou seja, não é daqui do Brasil. Isso quer dizer que ela poderia ter fugido e causado um impacto na fauna brasileira, como até já vimos ao longo dos anos. De vez em quando, vemos reportagens sobre a cobra-do-milho, encontrada em alguns edifícios – todas essas espécies que são exóticas têm um impacto na natureza muito grande, além de ser um crime ambiental criar e manter essas espécies em cativeiro sem autorização dos órgãos ambientais. Precisamos ter um pouco mais de cuidado quando buscamos animais. Existem muitos animais que já são domesticados, como o cão, o gato e até algumas aves, que já são próprios para criarmos em casa – até mesmo animais que originalmente já foram silvestres e hoje já são considerados domesticados, como a calopsita e o periquito-australiano. Tem muitas espécies que podemos criar em casa para satisfazer essa nossa necessidade de estar próximo à natureza. É uma necessidade que faz parte do ser humano, mas é importante pensarmos no impacto que isso pode causar e se temos as devidas condições de mantê-los em cativeiro. Sem falar, claro, na autorização que deve ser emitida pelo órgão ambiental para se criar determinada espécie silvestre. Para criar espécies silvestres, acredito que a responsabilidade é até maior. Precisa de cuidados específicos.

“A intenção é fazer com que as pessoas entendam que esses animais estão no zoo dentro de um objetivo, não simplesmente para que elas vejam e tenham um momento de lazer”

Quais têm sido os maiores desafios do Zoológico durante a pandemia?

Manter os cuidados com os animais ao mesmo tempo dos cuidados com as pessoas. Tentamos diminuir a quantidade de pessoas no mesmo local, fazendo escala, e reforçamos, o tempo todo, os cuidados que as pessoas devem ter, como usar a máscara e manter o distanciamento. E isso é difícil em um local de trabalho. Por mais que todos já saibam, no dia a dia, até por ser um ambiente de pessoas amigas com quem convivemos todos os dias, isso é um desafio. Estamos tomando um cuidado especial de nos manter atentos para verificar se algum animal apresenta algum sintoma que possa ser da covid. Até agora, nenhum apresentou.

Como o Zoológico pode influenciar seus visitantes para a conservação da fauna?

A coisa mais importante é a empatia. A gente não ama o que não conhece. É muito difícil alguém amar um pedaço de coral que nunca viu – nem na televisão. A pessoa nem sabe que existe. A partir do momento em que a pessoa vê um animal na TV ou mesmo ao vivo, isso toca muito, principalmente as crianças, que criam empatia por aquele ser que está na sua frente. As crianças criam empatia por aquele ser vivo, elas veem que esse ser se movimenta, que ele tem vida. A outra maneira de envolver as pessoas é relacionada à forma como apresentamos os animais no seu habitat natural, juntamente com os programas de educação ambiental. A intenção é fazer com que as pessoas entendam que esses animais estão no zoo dentro de um objetivo, não simplesmente para que elas vejam e tenham um momento de lazer. As pessoas precisam entender o porquê de esses animais estarem no zoo: estamos preservando vidas. São indivíduos que foram atropelados ou que têm algum problema e não podem mais voltar à natureza, ou ainda são espécies que precisam ser preservadas.

Qual a importância do zoo moderno na conservação de espécies ameaçadas de extinção?

Toda a concepção dos zoos modernos é diferente. Ele [o zoo moderno] não é um lugar para simplesmente exibir os animais, como se fosse um recinto quadrado para as pessoas simplesmente verem os animais. Hoje, tentamos colocar os animais em um local similar ao deles, em um ambiente que seja rico para eles manifestarem o seu comportamento natural e também onde eles estejam com mais bem-estar. Todos os recintos são ambientados de forma que os animais estejam bem.  Esperamos contribuir com os programas de preservação de espécies ameaçadas e com a reprodução dos animais. Quanto melhor o animal se sentir dentro de determinado ambiente, mais ele vai se reproduzir e ter resultados positivos. Isso não quer dizer que queremos reproduzir todas as espécies que estão no zoo. Buscamos a reprodução de espécies de acordo com o nosso Plano de Populações.

AGÊNCIA BRASÍLIA