domingo, 23 de agosto de 2020

OMS: crianças com 12 anos ou mais devem usar máscaras como adultos

 

Volta às aulas durante a pandemia em uma escola particular do Distrito Federal. Crianças com máscaras estão sentadas em cadeiras próximas de professoes em uma sala de aula


                           Andressa Anholete/Getty Images Direitos reservados 

Alerta foi feito em documento divulgado no site da organização


Publicado em 23/08/2020 - 09:00 Por Silke Koltrowit - Repórter da Reuters - Zurique


A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que crianças com 12 anos ou mais devem usar máscaras para ajudar a combater a pandemia de covid-19 nas mesmas condições que os adultos, enquanto crianças entre seis e 11 anos devem usá-las sob abordagem baseada em risco.

Crianças com 12 anos ou mais devem usar máscara, especialmente quando a distância de um metro de outras não pode ser garantida e há transmissão generalizada na área, afirmaram a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef),em documento no site da OMS. 

O uso de máscaras por crianças entre seis e 11 anos depende de uma série de fatores, incluindo a intensidade de transmissão na área, a habilidade da criança em usar a máscara, o acesso a máscaras e a supervisão adequada de um adulto, disseram as duas organizações.

O impacto potencial na aprendizagem e no desenvolvimento psicossocial e as interações que a criança mantém com pessoas com alto risco de desenvolver doenças graves também devem desempenhar um papel na avaliação dos riscos.

Crianças de cinco anos ou menos não devem ser obrigadas a usar máscaras com base na segurança e no interesse geral da criança, acrescentaram a OMS e o Unicef.

Agência Brasil 

Máquinas ofensivas, Bayern e PSG lutam por glória na Liga dos Campeões

 Reuters/Direitos Reservados 

troféu liga dos campeões

Alemães querem sexto título e franceses buscam primeira conquista


Publicado em 23/08/2020 - 08:00 Por Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional - São Paulo


Poucas coisas são tão prováveis na imprevisível decisão da Liga dos Campeões da Europa, entre Bayern de Munique e Paris Saint-Germain, quanto gols. Sim, muitos gols. Afinal, não será justamente no espetáculo principal do maior torneio de clubes do mundo que dois dos três melhores ataques da temporada no Velho Continente passarão em branco, não é?

Quando a bola rolar no Estádio da Luz, em Lisboa (Portugal), a partir das 16h (de Brasília) deste domingo (23), de um lado estará um Bayern que balançou as redes 158 vezes em 51 partidas. A média de 3,1 gols por jogo leva em conta Campeonato Alemão, Copa da Alemanha e a própria Champions, onde a estatística é ainda mais impressionante: 42 gols em 10 jogos. Uma média de 4,2 tentos por rodada.

A equipe de Munique foi mais letal no mata-mata que na fase de grupos da Liga. Na primeira fase, foram 24 gols em seis partidas (quatro por jogo, na média). Já nas quatro vezes em que atuou entre as oitavas de final e a semifinal, o Bayern atingiu uma média de 4,5 gols por duelo, com mais 18 tentos. Oito deles só no histórico 8 a 2 aplicado no Barcelona, da Espanha, pelas quartas de final.

Não à toa, o Bayern é também o time que mais arremata na Liga dos Campeões (230, média de 23 vezes por jogo). A média de chutes em direção ao gol também é elevada, beirando os 10 por partida. A máquina alemã é liderada por Robert Lewandowski, que não só é o artilheiro da competição, com 15 gols, como divide o posto de maior assistente com Ángel Di Maria, do PSG. Ambos somam seis passes para gol.

Só que o polonês não joga sozinho. Companheiro de ataque de Lewa, Serge Gnabry balançou as redes nove vezes e figura em terceiro na tabela de goleadores, atrás do polonês e do centroavante norueguês Erling Haaland, do rival Borussia Dortmund. Prova do poder decisivo do atacante alemão é que cinco desse gols saíram no mata-mata, sendo dois na vitória por 3 a 0 sobre o Lyon, da França, na quarta-feira passada (19), que classificou o Bayern à final.

Para combater a armada bávara, o Paris Saint-Germain tem, por um lado, a melhor defesa da Champions, tendo sofrido só cinco gols em 10 partidas. Por outro, também conta com um ataque poderoso, que foi às redes 136 vezes nos 48 duelos que fez no ano (2,83 gols por partida, na média). Na Liga dos Campeões, foram 25 tentos. É o segundo time com mais gols, além de o terceiro com a melhor média.

O detalhe é que o PSG é apenas a sétima equipe que mais finalizou na competição: 123. Os franceses superam, por um só chute, o Atlético de Madrid, da Espanha, time com perfil mais defensivo e que fez uma partida a menos. Ao mesmo tempo, os parisienses são mais precisos que o próprio Bayern na Liga dos Campeões, com 47,5% dos arremates em direção ao gol, contra 43% dos alemães.

Artilheiro do Paris na temporada, com 30 gols em 36 jogos, Kylian Mbappé é também o jogador que mais produz bolas na rede pela equipe na Champions. Ele tem os mesmos cinco gols do também atacante Mauro Icardi, mas ainda deu cinco assistências. Há um mês, o jovem sofreu uma lesão no tornozelo na final da Copa da França, contra o Saint-Etienne, e teve que começar no banco o duelo contra a Atalanta, da Itália, pelas quartas de final. A entrada dele na etapa final, quando o PSG perdia por 1 a 0, foi fundamental para a virada para 2 a 1.

Porém, não se pode esquecer de Neymar. O brasileiro perdeu boa parte da primeira fase, primeiro por causa de uma punição disciplinar e, depois, por uma lesão na coxa. Nas seis vezes em que atuou na atual Liga dos Campeões, porém, o astro teve participação marcante, com três gols e quatro assistências. Significa dizer que ele levou o PSG a marcar pelo menos um gol por partida nesta Champions, da mesma forma que fizeram Mbappé e Di Maria.

Currículo distinto

A missão do PSG pode ser inglória, mas concluí-la seria fazer muita história. É a primeira vez que o time da capital francesa chega à final da Champions, em 50 anos recém-celebrados. Alcançar a semifinal, contra o RB Leipzig (Alemanha), já tinha sido repetir o maior feito anterior na competição, de 1995, quando a equipe dos brasileiros Ricardo Gomes, Raí e Valdo caiu para o Milan (Itália). Se levar a taça orelhuda para casa, o Paris será somente o segundo clube da França a conquistar a Europa, repetindo o Olympique de Marselha de 1992.

Os parisienses passaram a sonhar com a Liga dos Campeões a partir de 2011, quando a equipe foi comprada pela Qatar Sports Investments (QSI), fundo de investimentos ligado ao governo da nação asiática, que passou a despejar dinheiro e trazer reforços de peso ao clube. Os 10 jogadores mais caros da história do PSG chegaram durante o período, com Neymar encabeçando a lista, tendo custado R$ 824 milhões (pela cotação da época).

Apesar de assumir o domínio do futebol francês com sete títulos nacionais, cinco Copas da França e seis Copas da Liga desde 2011, o PSG se acostumou a sucumbir em solo europeu. Foram quatro eliminações seguidas nas quartas de final e mais três nas oitavas, sendo a mais traumática em 2017, quando venceu o Barcelona por 4 a 0 em casa e foi goleado por 6 a 1 na Espanha, no jogo de volta, sofrendo três gols nos oito minutos finais da partida.

O Bayern, por sua vez, é veterano de finais de Champions: esta é a 11ª da história do clube. Só o Real Madrid (Espanha), com 16 finais, esteve mais vezes em uma decisão. Os bávaros perseguem o sexto título, que tornaria a equipe a terceira maior campeã do torneio, junto do Liverpool (Inglaterra). A última conquista foi em 2013, com nomes que ainda fazem parte do grupo, como o goleiro Manuel Neuer, os zagueiros Jérôme Boateng e David Alaba e o meia-atacante Thomas Müller.

De lá para cá, assim como o PSG, o Bayern foi amplamente dominante na Alemanha, com a diferença que é assim desde a década de 1960. Os bávaros têm 30 títulos nacionais. Para se ter ideia, o Nuremberg, segundo com mais taças, tem nove. Em 2020, o time de Munique levantou a Salva de Prata, que é o troféu do campeonato local, pela oitava vez seguida.

Brasil na decisão

Os holofotes estão em Neymar, que, em caso de conquista francesa, credencia-se ao posto de melhor jogador do mundo pela Fifa. Mas não é só o camisa 10 que representa o Brasil pelos lados do PSG. Os zagueiros Marquinhos e Thiago Silva podem ser campeões europeus pela primeira vez nas respectivas carreiras. Além disso, o diretor de futebol é Leonardo, ex-meia e ídolo do clube, que assumiu o cargo em junho do ano passado.

Marquinhos, que balançou as redes duas vezes, nas partidas contra Atalanta e RB Leipzig, e que tem atuado como volante, pode entrar para o seleto grupo (do qual Neymar já faz parte) de jogadores que venceram a Champions e a Libertadores. Em 2012, ele integrou o elenco do Corinthians que foi campeão sul-americano invicto. Já Thiago Silva está de saída do Paris, após oito temporadas, sendo um dos 10 atletas que mais vezes defenderam o time francês (313) e o que ostentou a braçadeira de capitão em mais partidas (228).

Pelo lado alemão, a decisão em Lisboa marca a despedida de Phillipe Coutinho do Bayern, para onde foi emprestado pelo Barcelona. Um eventual título no domingo seria inédito para o meia, que deixou o time titular após a primeira fase. Mesmo assim, no mata-mata, ele marcou dois gols e deu uma assistência. Por ironia, ambos contra o Barça, que quer negociá-lo na próxima temporada.

Já Thiago Alcântara, vencedor da Liga dos Campeões em 2011, quando atuava pelo Barcelona, foi para Munique em 2013, mas não chegou a integrar o elenco campeão da Champions pelos bávaros. Filho do ex-volante tetracampeão mundial Mazinho, nascido na Itália e atleta da seleção da Espanha, ele vem sendo titular, mas com o lateral Benjamin Pavard recuperado de lesão deve brigar por vaga no time com o volante Leon Goretzka, já que Joshua Kimmich (que estava improvisado na ala) deve recuperar o lugar no meio.

Veja a tabela atualizada da Liga dos Campeões.

Edição: Fábio Lisboa

esportes futebol Liga dos Campeões PSG  Agência Brasil

Drone e barco não tripulado vão identificar vazamento de óleo no mar

 


Sistema Ariel é desenvolvido por pesquisadores da UFRJ

Coppe/UFRJ – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.


Publicado em 23/08/2020 - 12:37 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro


Pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), se preparam para realizar teste preliminar, no início de dezembro deste ano, do sistema Ariel (do nome em inglês Autonomous Robot for Identification of Emulsified Liquids), capaz de identificar vazamento de óleo no mar.

O teste deverá ser feito em uma lagoa, na qual os pesquisadores jogarão óleo de peixe, que é um produto biodegradável e não polui o meio ambiente. Somente depois de autorização do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o teste poderá ser realizado no oceano. A informação foi dada à Agência Brasil pelo professor do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe, Alessandro Jacoud.

O sistema é resultado de uma parceria da Coppe com as empresas TideWise, formada por ex-alunos da Coppe/UFRJ e voltada para o uso da robótica, e Farol Serviços, que contribui com estudos na área de logística. O projeto foi contratado pela Repsol Sinopec Brasil, com recursos da cláusula de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Veículos não tripulados

O Ariel utiliza uma embarcação autônoma não tripulada e um veículo aéreo não tripulado, ou drone, cujo sistema de pouso se encontra em desenvolvimento no momento. Estão sendo feitos testes em piscina, no grêmio da Coppe, para desenvolver o controle do pouso autônomo. A expectativa de Alessandro Jacoud é que essa etapa seja concluída até novembro. O barco autônomo da TideWise vai se comunicar com o drone, que decolará de uma plataforma instalada na embarcação.

“A ideia mais geral é assim: o barco anda pelo mar e o drone levanta voo e faz trajetórias no ar até achar alguma coisa, um derramento de óleo. Com a câmera térmica que tem, ele sinaliza para o barco que vai até o local para colocar um sensor pesado na água e constatar que há uma mancha de óleo ali”. O drone pousa sozinho na plataforma. Ele é equipado com câmeras visuais, para localização de vazamentos, e câmeras visual e térmica, para detecção de óleo.

Alessandro Jacoud afirmou que, dessa forma, é dado para a empresa um sinal de emergência mais rápido. A companhia saberá ainda para onde a mancha está se dirigindo. Além de representar economia de custos, o sistema Ariel dará à empresa maior certeza em relação ao derramamento de óleo. “É mais confiável, porque junta essa coisa de sensores locais com sensores remotos”. Atualmente, o método mais adotado pela indústria do petróleo usa imagens de satélite para monitoramento offshore (no mar), que tem alcance de varredura menor, explicou o professor.

Sistema duplo

Posteriormente, a meta dos pesquisadores é desenvolver um sistema de detecção que una os dois modelos. “Juntar informações remotas, que vêm dos satélites, com as informações nossas, que são dadas pelo drone e pela embarcação. Mas isso é futuro”, disse Jacoud. Outra vantagem do sistema Ariel é que ele diminui a chance de alarmes falsos de vazamento de óleo. Segundo o acordo firmado, a propriedade intelectual é dividida entre a Coppe e as três empresas que participam do projeto.

A transformação do protótipo em um produto operacional vai depender de mais pesquisas referentes à qualidade do sensor e do desenvolvimento de um invólucro que proteja o drone de chuva, por exemplo, e permita que ele possa funcionar em qualquer clima, dependendo da situação e do contexto. O investimento no projeto chega a R$ 7,2 milhões. “O protótipo é bem funcional”, destacou o professor da Coppe.

Edição: Graça Adjuto

Agência Brasil

INSS passa a usar serviços de conferência junto à base de dados biométricos do TSE para prova de vida

 


Serviço digital busca garantir que o cidadão possa realizar esse procedimento sem sair de casa

Fotografia de uma digital branca em fundo azul ampliada sob um dedo indicador.

Nesta quinta-feira (20), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passou a usar serviços de conferência junto ao banco de dados biométricos gerido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que permitirá aos beneficiários fazer a prova de vida por meio digital, sem a necessidade de se deslocar para o comparecimento presencial.

Suspensa desde março, devido às recomendações de isolamento social adotadas em razão da pandemia de Covid-19, a prova de vida é obrigatória para os segurados do INSS que recebem seu benefício por meio de conta corrente, conta poupança ou cartão magnético. Anualmente, os segurados devem comprovar que estão vivos, como forma de dar mais segurança ao próprio cidadão e ao Estado brasileiro, evitando fraudes e pagamentos indevidos de benefícios.

Desta primeira etapa, participarão cerca de 500 mil beneficiários de todo o país. Os primeiros contatos com os segurados começam a ser realizados nos próximos dias, por meio de mensagens enviadas pelo Meu INSS, pela Central 135 e por e-mail.

É importante destacar que o beneficiário que participar do projeto-piloto e realizar a prova de vida por biometria terá o procedimento efetivado, ou seja, não é um teste. A fé de vida valerá e o segurado não precisará se deslocar até uma agência bancária para o processo.

Acordo de cooperação

A integração entre o TSE e o Governo Federal faz parte de um Acordo de Cooperação firmado com a União em 2016 e que busca auxiliar na melhoria dos serviços prestados ao cidadão e em atenção à estratégia de Governo Digital.

Mais de 4 mil segurados do INSS já realizaram, nesta etapa, a prova de vida por intermédio da nova solução, evitando o deslocamento a um ponto de atendimento.

CM/LG, LC

Podcast Clica e Confirma destaca Teste de Confirmação do TPS 2019

 

Nova edição também traz detalhes do acordo firmado entre o TSE e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para consultas sobre condenações criminais de candidatos

Banner Clica e Confirma

Já está no ar mais uma edição do podcast Clica e Confirma, produzido pela Assessoria de Comunicação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesta semana, o programa destaca a etapa de confirmação do Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS), que será realizada de 26 a 28 de agosto. Durante três dias, os investigadores vão verificar se as vulnerabilidades detectadas no sistema no ano passado foram devidamente corrigidas.

Na 19ª edição do podcast, o ouvinte também vai saber como e quem pode ser mesário voluntário, bem como conhecer todas as vantagens de ajudar a Justiça Eleitoral e o país durante o processo eleitoral deste ano.

podcast traz ainda o resultado do julgamento envolvendo um suposto abuso de poder religioso nas Eleições Municipais de 2016.

No quadro “Perto de Você”, o destaque é a transparência do Poder Judiciário. Os Tribunais Regionais Eleitorais de Sergipe (TRE-SE) e da Bahia (TRE-BA) foram premiados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesse quesito e lideram o ranking nacional.

Fechando a edição, o Clica e Confirma traz detalhes do acordo firmado entre o TSE e o CNJ para possibilitar a realização de consultas sobre condenações criminais de candidatos a partir das Eleições de 2020, por meio do Sistema de Informações de Óbitos e Direitos Políticos (Infodip).

Clica e Confirma

podcast Clica e Confirma é apresentado pelo jornalista Rimack Souto. Você pode ouvir o Clica e Confirma nas seguintes plataformas de áudio: SpotifyGoogle Podcasts e Apple Podcasts e no Portal do TSE.

MC/LC, com informações do Núcleo de Rádio e TV do TSE

TSE suspende julgamento que discute distribuição de recursos e tempo de TV a candidatos negros

 

TSE suspende julgamento que discute distribuição de recursos e tempo de TV a candidatos negros

Três ministros já votaram a favor da distribuição proporcional ao total de candidatos negros que o partido apresentar

Sessão administrativa por videoconferência

Um pedido de vista do ministro Og Fernandes suspendeu, nesta quinta-feira (20), o julgamento que discute a distribuição de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e o tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão para candidatas e candidatos negros.

Até o momento, três ministros - Luís Roberto Barroso, Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes - já responderam afirmativamente a uma das questões da consulta feita pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ). Eles entenderam que a distribuição de recursos do FEFC e de tempo de TV deve ser proporcional ao total de candidatos negros que o partido apresentar.

Benedita perguntou ao Tribunal se uma parcela dos incentivos às candidaturas femininas que estão previstos na legislação poderia ser reservada especificamente para candidatas negras. Também indagou se 50% das vagas e da parcela do FEFC – no mínimo 30% dos recursos – destinadas às candidaturas femininas poderiam ser direcionadas para candidatas negras.

A deputada questionou, ainda, sobre a possibilidade de reservar vagas - uma espécie de cotas - para candidatos negros, destinando 30% do FEFC e do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV para atender a essa finalidade.

julgamento teve início na sessão de 30 de junho, quando o relator, ministro Barroso, e o ministro Fachin foram a favor da distribuição proporcional ao total de candidatos negros que o partido apresentar.

Alexandre de Moraes havia pedido vista e votou nesta quinta (20). Moraes também acompanhou o relator e apresentou diversos argumentos com base na discriminação racial existente em nosso país.

Ao fazer um panorama histórico sobre a luta por igualdade racial, Moraes destacou que permitir a paridade do voto entre brancos e negros não se mostrou suficiente, sendo necessário garantir que os candidatos negros também alcancem igualdade de oportunidades para serem eleitos.

Para o magistrado, se o TSE não se posicionar nesse sentido, corre o risco de manter uma “acomodação discriminatória” para novamente favorecer as candidaturas de brancos. “Esse histórico funcionamento do nosso tradicional sistema político eleitoral perpetua a desigualdade social estruturada numa sociedade lamentavelmente racista”, afirmou, ao destacar que a neutralidade do ordenamento jurídico produz resultados prejudiciais a determinados grupos e indivíduos, reduzindo as oportunidades de realização pessoal

Diante disso, Alexandre de Moares defendeu a necessidade de gerar igualdade de condições na disputa eleitoral. Segundo o ministro, a sub-representação e o racismo estrutural são os principais instrumentos de perpetuação de desigualdade racial.

Regra de transição

A novidade que o ministro Alexandre de Moraes acrescentou ao voto do relator é uma regra de transição a ser estabelecida pelo TSE para impedir que o partido reduza o número de candidatos negros com o objetivo de repassar menos dinheiro.

Segundo ele, cada legenda deve destinar em 2020 recursos e tempo de TV no percentual mínimo correspondente à quantidade de candidatos negros que apresentou nas Eleições Municipais de 2016. Ou seja, se o partido teve 20% de candidatos negros em 2016, obrigatoriamente deve repassar 20% do Fundo e do tempo de rádio e TV a candidatos negros, independentemente do número de candidaturas que apresente neste ano.

Moraes argumentou que não seria um percentual mínimo fixado subjetivamente pelo Tribunal, nem tampouco de forma genérica a todos os partidos políticos, mas sim corresponderia aos idênticos percentuais dessas candidaturas concretizadas pelas próprias agremiações nas últimas eleições municipais.

Para o ministro, essa regra de transição evitará o surgimento de qualquer mecanismo de “acomodação compensatória”.

Confira a íntegra do voto do ministro Alexandre de Moraes.

CM/MO, LC