terça-feira, 18 de agosto de 2020

Senadores elogiam suspensão de ações contra Deltan Dallagnol no CNMP

 


Da Redação | 18/08/2020, 16h00

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello suspendendo dois processos no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que pediam o afastamento do procurador Deltan Dallagnol da coordenação da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, repercutiu entre os senadores nesta terça-feira (18).

A decisão do ministro foi proferida na segunda-feira (17) e favoreceu o procurador que seria julgado pelo CNMP em sessão marcada para esta terça. Pelas redes sociais, senadores elogiaram a decisão do magistrado ao considerá-la um avanço para preservação da autonomia da operação e do Ministério Público.

“Vitória da Operação Lava Jato de grande significação com a decisão do ministro Celso de Melo que suspendeu as ações contra Deltan Dallagnol. O Ministério Público, que é o guardião independente da integridade da Constituição e das leis, não serve a governos”, comemorou o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) no Twitter.

Para o líder do PSL, senador Major Olimpio (SP), a suspensão dos dois procedimentos reforça a independência do Ministério Público e indica que o país segue com medidas de combate à corrupção.  

“É uma esperança da continuidade do combate à corrupção, da independência do Ministério Público, da imobilidade para o procurador e um arremedo de esperança de que a lei é para todos nesse país”, avaliou.

O registro também foi feito pelo senador Lasier Martins (Podemos-RS).

“O ministro Celso de Mello concedeu tutela provisória de urgência em favor do procurador da República Deltan Dallagnol, determinando a imediata suspensão cautelar dos procedimentos instaurados contra esse membro do Ministério Público Federal”, disse.

Para o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), a decisão fortalece a Operação Lava Jato, enquanto o senador Marcos do Val (Podemos-ES) considera a iniciativa uma vitória para a democracia.

“O ministro Celso de Mello determinou a imediata suspensão dos procedimentos instaurados no CNMP contra o procurador Deltan Dallagnol. O Brasil precisa da Lava Jato! Essa foi só mais uma batalha! Sabemos que outras virão pela frente”, afirmou Styvenson.

Já o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) ressaltou que o procurador recebeu manifestações de apoio até mesmo dos membros do CNMP e que as ações apresentadas indicam perseguição a Dallagnol por sua atuação na Lava Jato.

“A maioria das representações movidas contra o procurador no CNMP foi movida por investigados na Lava Jato. Em menos de 24 horas 2,5 mil membros do MP assinaram um manifesto em apoio a Deltan Dellagnol, o que dá a entender que as acusações são oportunistas. Manifestamos o nosso repúdio público, pois tudo indica estar havendo uma perseguição ao procurador Dallagnol. Precisamos ser fortes, pelo bem da nação e pelo combate a corrupção no Brasil!”, enfatizou.

Os dois processos suspensos pedem o afastamento de Dallagnol da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba por quebra de decoro, interferência política no Congresso, entre outras supostas infrações, com base em declarações públicas do procurador em perfis de rede social na internet e também nas 17 reclamações disciplinares contra ele no CNMP.

O pedido de suspensão foi apresentado pela defesa do procurador, que também solicitou que o CNMP fique impedido de analisar os dois processos até que o STF emita decisão final sobre o pedido de trancamento das ações.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Paim pede que Congresso paute projetos de combate ao racismo

 


Da Rádio Senado | 18/08/2020, 16h09

O senador Paulo Paim (PT-RS) criticou, em pronunciamento nesta terça-feira (18), o aumento do número de casos de racismo no Brasil. Para ele é fundamental que o Congresso paute projetos de combate ao racismo e à discriminação. 

— O PLS 787/2015, de minha autoria, prevê o agravamento da pena quando o crime for motivado por discriminação ou preconceito de raça. Estou apresentando também o projeto de lei que equipara a pena de injúria racial à pena de crime de racismo, conforme a Lei 7.716, de 1989. É preciso dar um basta em tudo isso. Os Poderes e a sociedade não podem mais fechar os olhos diante de tamanha crueldade. Todos tem as suas responsabilidades. 

O senador afirmou ainda que seu projeto de combate às subnotificações da população negra já está em pauta para ser votado. O PL 2.179/2020 obriga órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) a registrar dados relativos a marcadores étnico-raciais, idade, gênero, condição de deficiência e localização dos pacientes por eles atendidos em decorrência de infecção pela covid-19.

Para Paim, é preciso que o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288, de 2010) seja efetivamente implantado. 

— É a maior norma orientadora para a proteção da igualdade racial, para combater o racismo. O desenvolvimento social e político e o crescimento de uma economia sustentável terão que passar pelo combate ao racismo no nosso país — ressaltou o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Jean Paul Prates critica ação da PM em protestos de estudantes no IFRN em Natal

 


Da Rádio Senado | 18/08/2020, 16h26

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) criticou, em pronunciamento nesta terça-feira (18), a invasão pela Polícia Militar do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), ocorrida na semana passada. Os estudantes protestavam contra a intervenção na instituição, que já dura mais de 100 dias, e contra a "provocação" do governo que desrespeitou o processo democrático de escolha do dirigente da instituição. De acordo com o senador, a ação da polícia foi comandada pelo interventor escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro.

 — É bom lembrar que ele sequer participou da eleição. As provocações aos nossos estudantes têm sido uma tônica do governo Bolsonaro. Como explicar ao mundo a difamação movida por um governo contra suas próprias instituições de ensino? Como explicar à história a dilapidação desse patrimônio por meio de cortes draconianos severíssimos nos recursos destinados à pesquisa, à ciência, à tecnologia, ao ensino que nos deveriam fortalecer como nação? 

O parlamentar afirmou que os cortes em recursos da educação podem passar de R$ 4 bilhões em 2021. De acordo com Jean Paul, o valor representa 18,2% do orçamento da pasta em 2020. Para ele, resultará em uma perda de mais de R$1 bilhão.

 — Onde vamos parar? E bom apenas que Bolsonaro não se esqueça que as primeiras manifestações de peso contra seu governo foram feitas exatamente pelo setor da educação, contra os cortes de recursos para as universidades e institutos federais — afirmou. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Elmano elogia apoio do governo às micro e pequenas empresas durante a pandemia

 


Da Rádio Senado | 18/08/2020, 16h58

Em pronunciamento nesta terça-feira (18) o senador Elmano Férrer (Podemos-PI) elogiou as medidas adotadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, com o apoio do Congresso, para combater a pandemia da covid-19 e suas consequências sociais e econômicas. Ele destacou em particular as iniciativas para ajudar as empresas a enfrentar as dificuldades atuais, contribuindo para a manutenção dos empregos.

O parlamentar afirmou que o auxílio emergencial de R$ 600, que até o momento já liberou R$ 170 bilhões, foi não apenas fundamental para o sustento da população mais humilde do País, mas também importantíssimo para movimentar a economia nacional, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

Elmano Férrer enumerou as medidas adotadas pelo governo federal para ajudar as micro e pequenas empresas, assim como os empreendedores individuais. Lembrou que em abril foi lançado o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese), oferecendo crédito para manter as folhas de pagamento.

Igualmente, se referiu à criação, pelo Congresso Nacional, do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronamp), que em maio recebeu um aporte substancial de recursos federais. Também mencionou o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), lançado em junho pelo governo Bolsonaro, assim como o Programa de Capital de Giro para Preservação de Empresas (CGPE).

— De outra parte, os bancos regionais, como o Banco do Nordeste do Brasil, também estão tendo um papel importante no auxílio às micro, pequenas e médias empresas do nosso país durante esta crise — reforçou.  

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Museu da Fotografia Fortaleza leva arte e cultura à população, diz Girão

 


Da Rádio Senado | 18/08/2020, 17h01

Em pronunciamento nesta terça-feira (18), o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) parabenizou a administração do Museu da Fotografia Fortaleza (MFF) pela iniciativa “exemplar” de fomentar a arte e a cultura na cidade de Fortaleza, através de exposições fotográficas, exibição de filmes, além de oficinas e outras atividades artísticas oferecidas à população local. O museu é gerenciado pelo Instituto Paula e Silvio Frota, do grupo Edson Queiroz.

— O Museu da Fotografia foi fundado em 2017. Tem uma estrutura muito bem montada no bairro Aldeota, em Fortaleza: um prédio de cinco andares, que fica no polo gastronômico da cidade, em local de fácil acesso. O espaço propicia a troca de ideias e o contato com o belo, pois, o ambiente possui mais de duas mil obras renomadas de artistas do Brasil e do exterior e é considerado um dos maiores acervos à disposição dos cearenses — declarou.

De acordo com o senador, o projeto é “ousado” e funciona em parceria entre a iniciativa pública e a iniciativa privada, entidades representadas pelo Instituto Paula e Silvio Frota e a Secretaria Municipal de Educação. Para ele, é um trabalho “digno”, que está dando muito certo, pois, proporciona “discernimento, luz, arte e cultura às pessoas”, principalmente aos jovens, que são convidados a participar das atividades no local, lá chegando de ônibus fretados pelo instituto, e de onde são acompanhados por guias sem qualquer custo financeiro.

Segundo Girão, no início, o projeto atendia a aproximadamente 300 jovens; atualmente, são quase 1.000 adolescentes envolvidos nesse trabalho, que também é itinerante pelos bairros da capital.

— É um projeto ímpar e de bom exemplo. Embora não seja muito divulgado no Ceará, pela discrição dos seus fundadores, é um projeto de referência nacional. Então, minha gratidão a esses idealizadores, por levar arte, cultura e conhecimento às nossas crianças e aos adolescentes — afirmou. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Fávaro defende projeto que visa ampliar acesso à internet com recursos do Fust

 


Da Rádio Senado | 18/08/2020, 17h28

O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) defendeu, em pronunciamento nesta terça-feira (18), a aprovação do PL 172/2020, projeto de lei que trata do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). Ele afirmou que a aprovação é importante para a ampliação do acesso à internet no meio rural, especialmente no estado de Mato Grosso.

O senador ressaltou que a internet deixou de ser um artigo de luxo e tem extrema relevância para o desenvolvimento social e para as atividades econômicas.

Carlos Fávaro também disse que se reuniu com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, para reivindicar avanços no projeto da conectividade rural em Mato Grosso e em todo o país.

— A economia brasileira é vocacionada para o agro e nós temos a tecnologia das máquinas e dos equipamentos para que possamos desenvolver ainda mais o setor e sermos mais eficientes. Nós temos, claro, os nossos colaboradores: as famílias que trabalham no campo, que também precisam de energia para um filho poder estudar, para fazer suas compras, enfim. A internet é fundamental — declarou ele.

O PL 172/2020 tem como relatora a Daniella Ribeiro (PP-PB). Um dos principais objetivos do projeto é utilizar os recursos do Fust para ampliar a banda larga em escolas públicas.

Em fevereiro, durante debate sobre os programas do governo para a expansão regional dos serviços de telecomunicações na Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado (CDR), o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) defendeu a aprovação desse projeto de lei.  

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado


Senado adia votação de novo alívio para hospitais filantrópicos durante pandemia

 


Da Redação | 18/08/2020, 18h25

O Plenário do Senado decidiu nesta terça-feira (18) adiar a votação do projeto de lei que prorrogaria até 30 de setembro a dispensa de cumprimento de metas para hospitais filantrópicos (PL 3.058/2020). Os senadores não conseguiram chegar a um acordo sobre um novo prazo para a medida.

O projeto deverá voltar à pauta na próxima quinta-feira (20).

Até 28 de junho, hospitais filantrópicos e outros prestadores de serviços de saúde (como as Santas Casas de Misericórdia) estavam desobrigados de cumprirem metas qualitativas e quantitativas referentes aos atendimentos que prestam no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Essas metas são requisitos para que as entidades recebam pelos atendimentos ou preservem isenção de tributos.

A divergência entre os senadores se deveu a uma emenda da senadora Simone Tebet (MDB-MS) que propõe estender a suspensão das obrigações por ainda mais tempo: até o final do ano. Para o vice-líder do governo, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), a data original deve ser mantida porque isso havia sido o acordo firmado entre o Ministério da Saúde e o setor filantrópico. Simone questionou esse argumento.

— É óbvio que as entidades filantrópicas fazem qualquer acordo quando estão com a corda no pescoço. Nós estamos às vésperas do dia 30 de setembro. Dizer que o normal vai imperar no Brasil a partir dessa data é não entender a realidade do país — disse ela.

A senadora explicou que os hospitais estão com dificuldade para cumprir as metas, entre as quais está um número mínimo de cirurgias eletivas, porque a procura por esses procedimentos está reduzida, devido ao receio dos cidadãos com a pandemia. Sendo assim, as entidades precisam de mais segurança.

A relatora do projeto, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), afirmou ser a favor do prazo mais longo. No entanto, ela não acatou a emenda, citando o risco de veto ao projeto por parte do Executivo se uma nova data for estabelecida.

A sugestão de Eliziane foi a adoção de outra emenda, do senador Lasier Martins (Podemos-RS), que inclui no texto a autorização para que o próprio Executivo renove a prorrogação para além de setembro, se achar necessário. Para isso, bastaria um ato da Presidência da República.

Com a nova proposta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, retirou o projeto da pauta para que os senadores possam negociar a nova redação até o final da semana.

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O PL 3.058/2020 também altera o mecanismo de repasses financeiros às entidades filantrópicas. A legislação atual, que suspendeu a obrigação do cumprimento de metas (Lei 13.992, de 2020), determina o pagamento segundo a média de produtividade dos últimos 12 meses. O relator do texto na Câmara, deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), observa que, com essa fórmula, alguns prestadores tiveram redução dos valores repassados, embora tenham aumentado sua produção.

Dessa forma, o projeto restabelece o modelo anterior, atribuindo aos gestores estaduais, distrital e municipais de saúde a aprovação da produção para o pagamento pelo Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (Faec). Já os recursos represados do fundo referentes aos meses de março, abril, maio e junho deste ano deverão ser pagos em parcela única pelo Ministério da Saúde, também após aprovação desses gestores.

A senadora Eliziane Gama acolheu uma emenda das senadoras Leila Barros (PSB-DF) e Mara Gabrilli (PSDB-SP) que estende os benefícios do projeto às organizações sociais de saúde (OSS) responsáveis pela gestão de unidades de saúde. Assim, essas organizações ficam autorizadas a renegociar as metas e os prazos do contrato de gestão, sem prejuízo do recebimento dos créditos orçamentários e das liberações financeiras programadas no cronograma de desembolso contratado.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado


Veto de reajuste a servidores que trabalham contra a pandemia está em pauta nesta quarta

 


Da Redação | 18/08/2020, 19h29

Os vetos presidenciais à medida que estabelece o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, por acordo de líderes, deverão ser votados em separado na sessão deliberativa do Congresso agendada para esta quarta-feira (18). O PLP 39/2020 foi sancionado em 27 de maio como Lei Complementar 173/2020, com quatro pontos vetados. A norma prevê a negociação de empréstimos, a suspensão do pagamentos de dívidas contratadas com a União (estimadas em R$ 65 bilhões) e o repasse de R$ 60 bilhões para os governos locais aplicarem em ações de enfrentamento à pandemia.

Entre os vetos apostos pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, ao texto original, alegando “contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade” está o do trecho que admitia a possibilidade de reajuste salarial para servidores públicos civis e militares diretamente envolvidos no combate à pandemia, incluindo carreiras como peritos, agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, serviços funerários e assistência social, trabalhadores da educação pública e profissionais de saúde.

Para o Palácio do Planalto, o dispositivo “viola o interesse público por acarretar em alteração da economia potencial estimada” ao estimar que a manutenção do dispositivo reduziria em quase dois terços o impacto esperado com a redução de despesa com pessoal.

O VET 17/2020 foi comentado pelo senador Major Olímpio (PSL-SP), que alertou para o prejuízo aos profissionais de segurança pública e da saúde. Em vídeo nas redes sociais, o parlamentar informou sobre o acordo celebrado entre os líderes no Congresso para manter os outros vetos e votar este em separado.

- O governo, na negociação de líderes, não abria mão de manter o veto. Pois nós fincamos pé nisso e dissemos “então, não vota mais nada”. Os outros partidos acabaram aquiescendo e nós conseguimos destacar essa matéria.

Também está prevista para esta quarta-feira a análise de vetos em matérias como a ampliação de categorias beneficiárias do auxílio emergencial (VET 13/2020), o Pacote Anticrime (VET 56/2019) e a obrigatoriedade do uso de máscaras pela população (VET 25/2020).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Votação do projeto que aumenta validade da carteira de motorista é adiada

 


Da Redação | 18/08/2020, 19h29

Foi retirado de pauta o projeto que amplia para 10 anos a validade da carteira de motorista (PL 3.267/2019). A votação estava prevista para a sessão remota desta terça-feira (18). Por 39 votos a 31, porém, os senadores decidiram adiar a votação da matéria . Houve também uma abstenção.

Os senadores não entraram em consenso sobre a votação remota do projeto, que faz uma série de alterações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB – Lei 9.503, de 1997). Vários senadores afirmaram que não houve tempo para o debate da matéria no Senado, além de o projeto não ser urgente e não ter consenso entre as lideranças partidárias. Outros senadores cobraram a votação, como parte de um acordo, e apontaram que o projeto ajuda a modernizar a legislação de trânsito.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, admitiu o impasse e decidiu colocar a retirada da matéria para a decisão do Plenário. Davi disse que sempre tenta organizar a pauta com base na conciliação entre as lideranças partidárias. Segundo Davi, a pauta foi comunicada aos partidos há cerca de três semanas. Ele ainda afirmou entender as divergências como naturais, disse confiar no entendimento entre os senadores e destacou que busca atender a todos os partidos.

— Mesmo buscando acordo e entendimento, a unanimidade às vezes é impossível. Sempre tentei e continuarei tentando buscar a harmonia na priorização das agendas — declarou Davi.

Mortes no trânsito

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que o projeto não tem urgência, ainda mais no meio de uma pandemia, e não conta com o consenso entre as lideranças. Para o senador, algumas das alterações propostas no projeto poderão representar um agravamento da violência e da falta de segurança no trânsito, sem contar “a institucionalização da impunidade e o enfraquecimento dos órgãos de trânsito”.

Randolfe citou como exemplo o artigo que diminui a punição a quem for flagrado a mais de 50% do limite de velocidade da via. Para o senador, trata-se de um indevido estímulo à impunidade. Outro ponto que merece atenção, acrescentou Randolfe, é o fato de o projeto “expor as nossas crianças e adolescentes a um risco elevadíssimo, ao diminuir as balizas para autorização de condutores de veículos escolares”. Conforme Randolfe, cerca de 60% das infrações são cometidas por apenas 5% dos motoristas, demonstrando que as alterações propostas beneficiariam apenas uma pequena parcela dos cidadãos.

— Esse projeto é uma violência contra todos os brasileiros. Só no ano passado, 40 mil brasileiros perderam a vida no trânsito — registrou o senador, que chegou a apresentar um requerimento para a retirada da matéria.

Hospitais

Os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA) e Styvenson Valentin (Podemos-RN) também pediram que a votação fosse adiada. Styvenson afirmou ver com apreensão as mudanças propostas pelo projeto. O senador Major Olimpio (PSL-SP) declarou não ver urgência na proposta e lamentou o fato de mais uma vez o Senado atuar como “casa carimbadora” — já que não foi aceita nenhuma emenda. Ele disse que a retirada do projeto poderia permitir um debate mais profundo sobre o tema.

— É um projeto que vai fazer média com a população, por causa da pontuação na carteira. Vai ter mais sangue nas ruas e nas estradas — lamentou o senador, que teve uma emenda rejeitada pelo relator.

Para o senador Alvaro Dias (Podemos-PR), a flexibilização do projeto é exagerada e justificaria o pedido de retirada de pauta. Ele apontou que os especialistas no assunto não foram ouvidos. Segundo o senador, o Senado é “a casa da maturidade” e precisa levar em conta a vida de milhões de brasileiros — entre mortos, feridos, familiares de vítimas do trânsito e pessoas prejudicadas diante do alto número de leitos hospitalares ocupados pelas vítimas e dos gastos públicos e prejuízos econômicos provocados por esses acidentes.  

— O ideal é que esse assunto seja discutido presencialmente. Ao discutir dessa forma, com essas limitações, não estaremos produzindo uma boa legislação — argumentou Alvaro Dias.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) observou que é preciso evitar a lotação dos hospitais, especialmente em tempos de pandemia. Boa parte do atendimento nas emergências é voltado para as vítimas de acidentes de trânsito, ressaltou. Com uma legislação de trânsito mais branda, como a proposta, a tendência é o aumento no número de acidentados, tornando ainda mais difícil o combate à covid-19, disse o senador.

Burocracia

Já o senador Telmário Mota (Pros-RR) afirmou que o projeto é "meritório e oportuno". A seu ver, as punições mais rigorosas dos últimos anos terminaram por "engessar demais" a legislação de trânsito. Ele pediu mais medidas contra a burocratização, para deixar “o Brasil mais Brasil para os brasileiros”.

Pela liderança do governo, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) pediu que o projeto fosse votado. Segundo Rodrigues, a matéria atende aos anseios do povo brasileiro, ao flexibilizar regras para o motorista profissional. Os senadores Eduardo Gomes (MDB-TO), Daniella Ribeiro (PP-PB) e Marcelo Castro (MDB-PI) também manifestaram apoio à votação da matéria. De acordo com Castro, as alterações feitas na Câmara foram positivas para o texto.

Na mesma linha, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) disse que o projeto ajuda a modernizar a legislação e colabora com o motorista profissional. Em sua opinião, a matéria “dialoga com o interesse dos brasileiros”, já que torna mais acessível a carteira de motorista.

— A matéria vai desburocratizar e tornar mais barato para o motorista ter a sua carteira de habilitação — declarou.

Modernização

O relator, senador Ciro Nogueira (PP-PI), disponibilizou seu relatório no site do Senado. Segundo Ciro Nogueira,  modernização da legislação de trânsito é muito importante. Ele destacou a ampliação da validade da habilitação para 10 anos, como regra geral. Para o senador, quanto mais for reduzida a burocracia “que sobrecarrega os ombros dos cidadãos comuns, mais reduziremos o custo Brasil, com reflexos positivos no crescimento e no emprego”.

— Após quase 23 anos da aprovação do CTB, são necessárias adequações a esse diploma, em função das rápidas mudanças que acontecem no trânsito — argumentou o relator.

Segundo Ciro Nogueira, outro ponto de grande importância é o uso obrigatório das cadeirinhas infantis, que passa a fazer parte do texto do CTB e não mais apenas de normas infralegais, como é atualmente. O relator fez apenas ajustes redacionais no texto. Ele informou que foram apresentadas 101 emendas, mas apenas uma foi acatada — considerada emenda de redação. Do senador Otto Alencar (PSD-BA), a emenda deixa claro que a cadeirinha deve ser usada por crianças de até 10 anos com base em sua altura e seu peso. A redação aprovada na Câmara citava apenas a idade e a altura.

Alterações

Entre outras mudanças promovidas pelo projeto, a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) passa a ter validade de dez anos para condutores com até 50 anos de idade. Hoje, a regra geral é de cinco anos de validade. A proposta também estabelece cinco anos para condutores com idade igual ou superior a 50 anos e inferior a 70 anos de idade; e três anos para condutores com 70 anos de idade ou mais.

O texto determina ainda que os exames de aptidão física e mental sejam realizados por médicos e psicólogos peritos examinadores, com a titulação de especialista em medicina do tráfego ou em psicologia de trânsito, respectivamente. Há, ainda, regras mais brandas para a retenção da carteira e para exames toxicológicos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Adiada votação de projeto que cria transição para recebimento do ISS

 


Da Redação | 18/08/2020, 19h54

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, retirou de pauta o Projeto de Lei Complementar (PLP) 170/2020, que cria uma transição para a transferência do recebimento do Imposto sobre Serviços (ISS) da cidade sede do prestador do serviço para a cidade onde ele é efetivamente prestado.

A senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) é a relatora do projeto, que seria votado no Plenário do Senado nesta terça-feira (18) na forma de substitutivo aprovado na Câmara ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 445, de 2017, de autoria do ex-senador Cidinho Santos.

Davi Alcolumbre informou aos senadores que o relatório sobre a matéria não foi concluído a tempo pela relatora, o que impediria a análise do substitutivo encaminhado ao Senado.

A mudança nas regras proposta atinge casos com pulverização dos usuários dos serviços, como planos de saúde e administradoras de cartão de crédito, entre outros. De acordo com o texto, todas as decisões sobre a forma como o imposto será remetido a cada município ficarão a cargo do Comitê Gestor das Obrigações Acessórias do ISS (CGOA), cuja criação está prevista no projeto.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado