O procurador-geral da República, Augusto Aras, ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) 17 ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) contra dispositivos de Constituições estaduais que atribuem foro por prerrogativa de função a autoridades que não são listadas na Constituição Federal, como defensores públicos, delegados, procuradores, auditores militares, presidentes de entidades estaduais e reitores.
Aras argumenta que a Constituição estabelece o foro especial para presidente e o vice-presidente da República, deputados federais e senadores, ministros do STF, dos tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União (TCU), procurador-geral da República, ministros de Estado, advogado-geral da União, comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, chefes de missão diplomática de caráter permanente, governadores, magistrados, conselheiros dos Tribunais de Contas, membros do Ministério Público e prefeitos. Essas autoridades são a referência para que as constituições estaduais indiquem os seus equivalentes.
Segundo o procurador-geral, os estados não podem inovar nessa área, pois a União tem a competência exclusiva para legislar sobre Direito Processual. A seu ver, as constituições estaduais, ao prever o foro por prerrogativa de função a ocupantes de cargos que não constam da Constituição Federal, violam o princípio da isonomia, pois atribuem tratamento desigual, pois todos os servidores públicos, quando não qualificados como agentes políticos, são processados e julgados no primeiro grau de jurisdição.
As ações ajuizadas são as seguintes: ADIs 6501 (Pará), 6502 (Pernambuco); 6504 (Piauí); 6505 (Rio de Janeiro); 6506 (Mato Grosso); 6507 (Mato Grosso do Sul); 6508 (Rondônia); 6509 (Maranhão); 6510 (Minas Gerais); 6511 (Roraima); 6512 (Goiás); 6513 (Bahia); 6514 (Ceará); 6515 (Amazonas); 6516 (Alagoas); 6517 (São Paulo); e 6518 (Acre).
Os ministros Celso de Mello, relator das ADIs 6505, 6506, 6507 e 6509, e Edson Fachin, relator das ADIs 6512 e 6513, adotaram o rito previsto no artigo 12 da Lei 9.868/1999, que autoriza o julgamento da ação diretamente pelo Plenário, sem a necessidade de análise prévia do pedido de liminar.
Empossado nesta segunda-feira (10), Marcelo Lavocat Galvão agora chefia assessoria ligada ao gabinete do governador
AGÊNCIA BRASÍLIA * | EDIÇÃO: RENATO FERRAZ
O advogado Marcelo Lavocat Galvão tomou posse nesta segunda-feira (10) como chefe da Assessoria de Projetos Especiais do gabinete do governador Ibaneis Rocha. Membro decano do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o procurador cedido ao Governo do Distrito Federal trabalhará lado a lado com o chefe do Executivo.
Foto: Renato Alves/Agência Brasília
Marcelo Galvão foi Procurador-Geral do DF entre os anos de 2009 a 2011. É formado em Direito pela Universidade de Brasília (UnB) e possui mestrado e doutorado em Direito Tributário pela Universidade de São Paulo (USP). Ele compôs a equipe jurídica durante o governo de transição e, agora, assume o cargo do advogado Gustavo Rocha, atual chefe da Casa Civil.
“Ficarei à disposição do governador para realizar consultorias. Vou fazer ponte com o Poder Judiciário e Procuradoria-Geral do DF, sem interferir na competência de cada uma delas”, afirma Galvão. Ele usará as experiências jurídica e de governo para assessorar pessoalmente as ações da gestão.
Força-tarefa de servidores conduzida pelo Laboratório Central no fim de semana foi essencial para o desempenho
AGÊNCIA BRASÍLIA * | EDIÇÃO: FÁBIO GÓIS
Com foco e em tempo recorde, 35 profissionais zeraram a fila de pendências | Foto: Agência Saúde
Graças à força-tarefa promovida por servidores durante este fim de semana, o Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) conseguiu zerar a fila de 3,8 mil exames RT-PCR pendentes de resultado para detectar casos suspeitos da Covid-19. Mais do que isso, os esforços levaram o laboratório a atingir a marca de 80 mil testes liberados desde o início da pandemia, em março, até esta segunda-feira (10).
A equipe é formada por aproximadamente 50 servidores, que possibilitam ao Lacen funcionar 24 horas por dia, durante toda a semana. Mas, desde sexta-feira (7), em torno de 35 profissionais se comprometeram exclusivamente a zerar a fila.
“Somente ontem [9] foram quase 2 mil exames liberados. Vários servidores se disponibilizaram a vir no fim de semana, fora de suas escalas e independentemente de carga horária contratual, com esse objetivo de zerar essas amostras represadas”, afirmou o gerente de Biologia Médica do Lacen-DF, Fabiano Costa.
Equipe de Biologia Molecular realizou diagnósticos e desenvolveu técnica que possibilita aumentar média diária de exames RT-PCR | Foto: Agência Saúde
Com os profissionais a postos, todos os equipamentos do Lacen-DF para testes ficaram direcionados no fim de semana para entregar os resultados dos exames de coronavírus pendentes. Assim, ao longo de três dias, quase 5 mil amostras foram liberadas.
“Seria impossível atingir a marca de 80 mil exames se não fosse essa força-tarefa e a dedicação dos servidores”, agradeceu o gerente.
Novo protocolo
Além disso, o Lacen-DF também desenvolveu e aprimorou um novo protocolo de extração interno, para dar respostas mais céleres aos casos suspeitos de Covid-19. Tudo isso graças à equipe de Biologia Molecular, que, além de realizar o diagnóstico, desenvolveu a técnica que possibilitou aumentar a média diária de exames RT-PCR.
Neste protocolo, determinado volume do reagente de extração é pipetado (levado de um recipiente a outro) em placa de PCR, seguido da adição da amostra. Essa placa passa por uma etapa de variação de temperatura em termobloco e gelo, depois submetida à RT-PCR.
Essa técnica permite um resultado mais rápido e com menor custo. Surgiu devido à alta demanda por testes para diagnosticar a Covid-19 e a dificuldade mundial em adquirir os kits para extração automatizada de ácidos nucleicos, que é etapa inicial do processo de detecção molecular do vírus Sars-CoV-2, essencial em exames do tipo RT-PCR.
Manutenção vai melhorar visibilidade para motoristas e pedestres
AGÊNCIA BRASÍLIA* | EDIÇÃO: RENATA LU
A Companhia Energética de Brasília – CEB está executando duas ações de manutenção de luminárias em Samambaia e no Gama, na última semana. Ao todo, foram substituídas 420 luminárias de vapor de sódio antigas e danificadas por outras em melhores condições, com o intuito de aprimorar a visão dos motoristas e pedestres que trafegam nos locais.
No Gama, a manutenção das 285 luminárias se dá nas principais vias e ruas do Setor de Indústria. Em Samambaia, 135 luminárias da Avenida Central terão melhorias. As duas ações foram demandadas pelas equipes da CEB, após inspeções diárias, onde se constatou que a iluminação poderia ser aprimorada.
O presidente da CEB, Edison Garcia, reforça que a Companhia atua para que todo o parque de iluminação pública do Distrito Federal seja modernizado e eficientizado. “Essa ação de manutenção realizada em Samambaia e Gama já permite que a área fique mais iluminada, e, futuramente, nossa intenção é substituir todas essas lâmpadas por modelos de LED”, comentou.
Garcia ressalta que, a pedido do governador Ibaneis Rocha, a CEB vem estruturando um plano de ação em iluminação pública para que até 2022, todas as luminárias sejam substituídas por modelos de LED. “Sabemos da importância dessa demanda para os brasilienses. A luz é um instrumento de cidadania e permite que a população se sinta mais segura”, concluiu Edison Garcia.
Por isso, fornecimento de água será interrompido entre 8h e 22h desta terça-feira (11)
AGÊNCIA BRASÍLIA* | EDIÇÃO: FREDDY CHARLSON
A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) realizará obras do projeto de setorização das redes de abastecimento de água de Ceilândia. O objetivo é contribuir para a redução das perdas de água tratada. O sistema vai beneficiar cerca de 433 mil habitantes.
O projeto de setorização conta com a instalação de trechos de rede de água, macromedidores e válvulas redutoras de pressão. Esses equipamentos permitirão o controle e a distância da operação do sistema, adequando a pressão na rede e identificando possíveis vazamentos de forma virtual. A operação automatizada diminuirá as perdas na rede de água.
Haverá, ainda, a substituição de redes, proporcionando melhoria na qualidade da água que chega aos usuários. A obra contempla 25 setores de medição e controle, além da construção de 39 quilômetros de redes de distribuição de água para setorização. A Caesb fará, também, a substituição de 77 quilômetros de rede.
O investimento é de R$ 21.773.406,46, recursos provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Para que todo este trabalho seja feito, será necessário interromper o fornecimento de água, entre 8h e 22h, em algumas regiões de Ceilândia, nesta terça-feira (11). Serão afetadas as quadras pares das QNM 2 a 26, as EQNM 2/4, 4/6, 6/8, 8/10, 20/22, 22/24 e 24/26, além da CNM 2, das quadras ímpares da QNN 1 a 25 e EQNN 1/3, 3/5, 5/7, 7/9, 21/23 e 23/25.
Também ficarão temporariamente sem água as quadras da QNO 1 a 19, EQNO 1/3, 2/4, 3/5, 4/6, 5/7, 6/8, 7/9, 8/10, 9/11, 10/12, 11/13, 12/14,13/15, 14/16, 15/17, 17/19 e QNP 17. O desligamento ainda afetará a QNN 39, a EQNM 2/4, a 24ª Delegacia de Polícia Civil (EQNO 10/12) e as unidades básicas de Saúde 11 e 7, no Setor O.
Reserva de volume mínimo
A Caesb informa que todo imóvel deve contar com reserva de volume mínimo correspondente ao consumo médio diário, de acordo com o artigo 50 da Resolução nº 14 da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa), de 27 de outubro de 2011.
A medida estabelece as condições da prestação e utilização dos serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário no Distrito Federal. Com essa reserva, os usuários são menos afetados com a interrupção no fornecimento de água.
Em caso de dúvidas, a população poderá entrar em contato pelo telefone 115.
Equipamentos culturais do Núcleo Bandeirante passam por revitalização, com reformas do Museu Vivo da Memória Candanga e do Auditório Garcia Neto
LÚCIO FLÁVIO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: FREDDY CHARLSON
Museu Vivo da Memória Candanga passa por ampla reforma, com pintura, recolhimento de lixo e outras melhorias. Foto: Lúcio Bernardo Jr. | Agência Brasília
Para início de conversa… aquelas casinhas coloridas no sentido Núcleo Bandeirante, localizadas no final da Epia Sul, não são de moradores de uma pacata vila, ao contrário do que muita gente pensa. Terceiro espaço a ser construído pela Novacap no Distrito Federal em meados dos anos 1950, o local abrigou, até em 1974, a primeira área médica do DF.
O conjunto Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira, foi um daqueles estabelecimentos de madeiras criados para dar suporte à construção da nova capital. Atendia tanto os operários acidentados nas obras, e eram muitos, quanto os moradores pioneiros que aqui chegaram. Hoje, até para quem é nascido e mora em Brasília, o bucólico lugar passa despercebido como o Museu Vivo da Memória Candanga.
“Trata-se de um conjunto arquitetônico a céu aberto, talvez o único do DF”, diz, Eliane Falcão, gestora do lugar. “Faz parte do patrimônio cultural tombado da nossa cidade”, reforça, orgulhosa.
O complexo, com exatos 1.265 metros quadrados, abrigava enfermaria, centro cirúrgico e parte administrativa, além de moradas para médicos e funcionários, mais do que nunca, precisa estar, constantemente, passando por manutenções, reparos e conservação. É o que está fazendo a atuação gestão, com o suporte da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) e parceiros. “Foi uma das primeiras coisas que fiz quando assumi”, conta Eliane Falcão. “Tiramos cinco caminhões de lixo”, lembra.
A Novacap fez podas de árvores, roçagem do amplo ambiente e recapeamento de um trecho do asfalto de uma das pistas que dá acesso ao complexo. Foto: Lúcio Bernardo Jr. | Agência Brasília
Mais recentemente, as reformas foram pontuais, porém necessárias. Assim, durante a pandemia, em que as visitas estão interrompidas, a Novacap fez podas de árvores, roçagem do amplo ambiente e recapeamento de um trecho do asfalto de uma das pistas que dá acesso ao complexo.
Demarcações do estacionamento e construção de novo quebra-mola foram realizados com a ajuda do Detran-DF. Numa parceria com as administrações regionais da Candangolândia e Núcleo Bandeirante, janelas quebradas foram trocadas aos montes. Numa das casas coloridas, a amarela, que abriga uma das oficinas do Projeto Saber Fazer, e o pequeno, mas cativante auditório, os problemas de infiltrações que causam goteiras, foram sanados. A novidade foram as instalações de seis postes no estacionamento e na saída do Museu.
“Não tenho palavras para descrever a ajuda dessas parcerias”, comenta Eliane. “O GDF Presente, por exemplo, tem ajudado demais”, agradece.
“Eu vi o Renato Russo”
Era o final dos anos 1970. Enquanto Johnny Rotten, o “Joãozinho Podre”, tocava o terror em toda a Inglaterra, à frente da banda Sex Pistols, do outro lado do Oceano Atlântico, em plena febre do punk rock, bandas de Brasília, que seriam pioneiras de movimento musical para lá de contestatório, incendiavam todo o Distrito Federal com guitarras altas e letras de protestos.
Um dos palcos que recebeu tanto a Plebe Rude, quanto a Aborto Elétrico (futura Legião Urbana), foi o teto do Auditório Garcia Neto. Era no teto do espaço, então transformado em tablado de concreto, que o som corria solto.
“Eu era moleque e vi o Renato Russo tocar aqui, na época do Aborto Elétrico”, lembra, como se fosse hoje, Ricardo Dantas, atual chefe da Administração Regional do Núcleo Bandeirante. “O Auditório Garcia Neto é um lugar muito querido da comunidade porque é o centro de todos os acontecimentos locais. Na minha época, tudo o que você imaginar, quando falava em Núcleo Bandeirante, podia vir para cá, e até hoje é assim”, emenda.
Biblioteca Vó Philomena
Debilitado, o espaço cativo da cidade, localizado próximo à administração regional, passa agora por ampla revitalização em todas as suas estruturas. Tudo graças a uma emenda parlamentar e ajuda sistemática do GDF. E não só o auditório, mas, também, a Biblioteca Vó Philomena, que fica atrás da administração, há muito tempo precisava de reparos. O valor total das duas obras é de R$ 400 mil.
“São lugares muito requisitados pela comunidade e propícios para reuniões de várias naturezas, e que estavam sucateados”, explica o administrador regional Adalberto Carvalho. “Agora tudo vai mudar, graças ao apoio do nosso governador Ibaneis”, destaca o gestor.
Homenageando o pioneiro Garcia Neto, um dos moradores da cidade que lutou bastante para a fixação do Núcleo Bandeirante como região administrativa, o local, de forma arredondada, terá todo o teto impermeabilizado. As paredes internas serão pintadas e passagem de acesso, revitalizada. “O teto tinha muita infiltração, por isso a impermeabilização. E as laterais vão ganhar pastilhamento azul”, detalha Dantas.
Já a reforma da Biblioteca Vó Philomena – assim chamada em homenagem a uma pioneira que tinha uma creche ainda existente na cidade e que gostava de cuidar de crianças – será mais complexa, dada a gravidade da degradação do prédio. A cobertura será toda substituída por telhas termoacústicas.
O local irá ganhar, também, duas saídas de emergências, novas luminárias e renovação das esquadrias que, todas enferrujadas, serão recuperadas e pintadas. No interior, as obras já começaram na última semana, com pedreiros reformando banheiros, parte elétricas e pintando paredes. “É quase uma reconstrução, o local não passava por reforma há muito tempo”, observa o arquiteto responsável pelos trabalhos de revitalização, Cássio Aviani.
Se tudo der certo, as reformas do Auditório Garcia Neto ficaram concluídas no final de setembro. E as obras da Biblioteca Vó Philomena, até o fim do ano. “Foram grandes conquistas para a nossa comunidade”, festeja o administrador regional Adalberto.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal, surtos novos ou em andamento foram registrados em 25 países
Por Estadão Conteúdo
Foto: Canal Rural
A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) informou que 210 novos surtos de peste suína africana foram notificados no mundo entre os dias 24 de julho e 6 de agosto, ante 441 novos casos verificados no levantamento anterior. Já o número total de surtos em andamento subiu de 7.030 para 7.176, sendo 3.589 na Romênia e 1.472 no Vietnã.
De acordo com a OIE, surtos novos ou em andamento foram registrados em 25 países. Na Europa, Bulgária, Hungria, Letônia, Polônia, Moldávia, Romênia, Rússia, Sérvia e Ucrânia ainda apresentam a incidência da doença. Na Ásia, China, Índia, Indonésia, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Laos, Mianmar, Papua Nova Guiné, Filipinas, Rússia, Timor Leste e Vietnã têm casos em andamento.
Já na África, Namíbia, Nigéria, África do Sul e Zâmbia reportam a presença do vírus. No período de cobertura do levantamento, foram notificadas perdas de 2.728 animais, número bem inferior ao reportado no boletim anterior, de 13.071 animais eliminados.
A maior parte desse número foi observada na África, com abate sanitário de 2 336 animais, sobretudo na Zâmbia, onde 2.336 animais foram perdidos. Na Europa, a Romênia registrou perdas de 234 animais, seguida da Rússia, com 107, e Ucrânia, com 14.
No entanto, o estudo feito em parceria com Sebrae e Inpe informa que 84% dos agricultores já utilizam ao menos uma ferramenta digital em apoio à produção agrícola
Foto: José Florentino/Canal Rural
Uma pesquisa realizada em parceria entre a Embrapa, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e revelou que 84% dos agricultores brasileiros já utilizam ao menos uma tecnologia digital como ferramenta de apoio na produção agrícola. O estudo mostrou, no entanto, que 67,1% dos entrevistados ainda se assustam com o valor para a aquisição de equipamentos e aplicativos.
O uso de ferramentas digitais para comercialização, interesse por soluções digitais, gargalos em infraestrutura de conectividade e falta de conhecimento sobre as tecnologias disponíveis são alguns tópicos extraídos da pesquisa realizada com mais de 750 participantes entre produtores rurais, empresas e prestadores de serviço sobre tendências, desafios e oportunidades para a agricultura digital no Brasil.
Os resultados, recém-consolidados, mostram que a facilidade de comunicação e de acesso à informação, proporcionada pela internet, são a porta de entrada para introduzir o agricultor nessas novas tecnologias. Mas aplicações mais especializadas, capazes de ampliar o acesso a mercados, reduzir custos ou ainda agregar valor à produção já estão no radar dos produtores rurais, com potencial de expansão.
Mais de 70% dos produtores rurais que responderam à pesquisa disseram que acessam a internet para interesses gerais sobre agricultura. Já as redes sociais, como o Facebook, e os serviços de mensagem, como o WhatsApp, foram apontados por 57,5% deles como meios utilizados para obter ou divulgar informações relacionadas à propriedade, comprar insumos ou vender sua produção.
Cerca de 40% dos produtores disseram que vêm usando essas novas tecnologias como canal para a compra e venda de insumos e da produção e, ainda, em torno de um terço deles utiliza soluções digitais com o objetivo de mapear a lavoura e a vegetação e para a previsão de riscos climáticos.
“Outras aplicações das tecnologias aparecem em número menor, mas vemos como áreas com tendência de crescimento aquelas voltadas para o bem-estar animal, citada por 21,2% dos respondentes; e para certificação ou rastreabilidade dos alimentos, mencionada por 13,7% deles”, afirma o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária(SP) Édson Bolfe, que coordenou o estudo. Ele ressalta ainda que 95% dos produtores registraram na pesquisa que desejam mais informações sobre agricultura digital.
“Essas ferramentas são utilizadas em atividades gerais com o objetivo de ajudar no planejamento e na gestão da propriedade, mas foi possível observar também que uma boa parte dos produtores rurais já utiliza outras aplicações a partir de sensores remotos e de campo, eletrônica embarcada, aplicativos ou plataformas digitais para fins específicos em uma cultura ou sistema de produção”, afirma Bolfe.
Barreiras
Se os produtores se mostram ávidos pelas tecnologias digitais, algumas barreiras ainda desestimulam sua adoção. Os resultados da pesquisa indicam que o valor do investimento para a aquisição de equipamentos e aplicativos assusta o agricultor. Esse aspecto é apontado por 67,1% deles como uma das dificuldades. A questão aparece à frente de problemas estruturais, como a qualidade de conexão na área rural.
Para o engenheiro-agrônomo e sócio da startup IZagro Murilo Bettarello, a preocupação vem da visão de que essas novas tecnologias foram feitas somente para produtores rurais com alta capacidade de investimento. “Há ainda a percepção de que são tecnologias caras, mas existem muitas aplicações de baixo custo que já fazem a diferença e podem iniciar o agricultor nessa jornada da agricultura digital”, acredita. Segundo ele, falta a informação sobre avanços tecnológicos chegar ao produtor, principalmente médios e pequenos.
Essa demanda por mais informação já era percebida pelo Sebrae e aparece agora na pesquisa. A falta de conhecimento sobre quais são as tecnologias mais apropriadas foi mencionada como uma dificuldade por quase 41% dos produtores rurais. “Existem muitas ferramentas que o agricultor desconhece ou não compreende para que servem”, afirma o analista de Competitividade no Agronegócio do Sebrae Victor Ferreira.
Uma das estratégias que serão desenvolvidas a partir do estudo é a criação de conteúdos para melhorar a informação para o agricultor sobre as soluções digitais disponíveis. As informações ficam no portal e em outros canais de acesso, como a plataforma de apoio à inteligência DataSebrae.
De acordo com a pesquisa, 40,5% dos agricultores utilizam tecnologias digitais para atividades de compra e venda. Segundo o analista do Sebrae, os produtores estão descobrindo novas formas de comunicar o seu produto, por meio de mídias sociais digitais e plataformas de marketplace, e isso tem feito com que se posicionem de maneira diferente, seja no negócio, na própria família ou com os clientes. Essa demanda por ferramentas para comercialização da produção acelerou ainda mais com a pandemia do novo coronavírus e as medidas de distanciamento social.
É o caso de agricultores do norte da Bahia, organizados na Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc). Por meio da parceria com startups de Salvador e São Paulo, eles estão conseguindo levar seus produtos a base de frutas nativas, como umbu e maracujá da caatinga, para novos mercados. “O uso das ferramentas digitais foi intensificado e a resposta tem sido muito interessante durante a pandemia, quando reduziram as vendas para lojas físicas”, explica a presidente da Coopercuc, Denise Cardoso. A queda chegou a quase 70%, mas ela estima que com a comercialização em plataformas digitais já foi possível reverter essa perda em torno de 30%.
Pancadas já aparecem no Rio Grande do Sul nesta terça-feira, com ventos de até 70 km/h; outros estados terão chuva ao longo da semana
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Nesta terça-feira, 11, uma frente fria avança pela região Sul e o tempo muda no decorrer do dia. Chove em forma de pancadas, com algumas trovoadas, em boa parte do Rio Grande do Sul. A chuva é isolada, e acontece à noite na maioria das áreas e tem previsão de rajadas de vento de 70km/h na metade sul gaúcha à noite. Em Criciúma, sul de Santa Catarina, a ventania será semelhante. Até mesmo no sul de São Paulo vai ventar forte com rajadas de até 55 km/h em Registro.
“Não chove no Paraná ainda, tampouco em Santa Catarina; nessas áreas, o calor também segue acima do normal para a época do ano”, afirma Celso Oliveira, meteorologista da Somar.
Em outras áreas do país, o tempo será uma repetição dos últimos dias: a chuva segue concentrada no norte da região Norte, do Amazonas ao Pará, passando por Roraima e Amapá, assim como no litoral do Maranhão e de uma faixa que vai desde o norte do Espírito Santo até o Rio Grande do Norte. Atenção com os acumulados de chuva mais expressivos no leste da Bahia, desde Porto Seguro até o Recôncavo Baiano.
O tempo segue firme nas demais áreas do país, com calor e baixa umidade do ar e poucas mudanças em relação aos últimos dias. No Tocantins, por exemplo, a influência de uma região de alta pressão atmosférica traz ventos de moderados a fortes durante o dia.
Na quarta-feira, 12, um bloqueio atmosférico no oceano Pacífico enfraquece e a chuva volta a boa parte do Sul do Brasil. Retornam as pancadas de chuvas com trovoadas ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina e faixa oeste, sudoeste e sul do Paraná.
Há previsão de rajadas de vento na casa de 50 km/h nessas áreas. A região preferencial para chuva mais volumosa e generalizada fica no norte gaúcho, inclusive em áreas de serra.
O tempo fica instável nos dias seguintes, inclusive com a formação de um novo ciclone extratropical na costa do Rio Grande do Sul, e a chuva consegue avançar para outras áreas do Sul e também em parte de Mato Grosso do Sul a partir da quinta-feira, 13, chegando ao estado de São Paulo mais para o fim da semana.