quinta-feira, 9 de julho de 2020

GDF endurece regras de isolamento em Ceilândia e região

DF

Parques, academias, shoppings, feiras, cultos/missas, lojas de conveniências e salões de beleza têm atividades suspensas  

  • HÉDIO FERREIRA JÚNIOR, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: RENATO FERRAZ
O Governo do Distrito Federal (GDF) determinou na noite desta quarta-feira (8) a suspensão das atividades econômicas e comerciais nas regiões administrativas de Ceilândia e Sol Nascente/Pôr do Sol. As medidas foram publicadas em edição extra do Diário Oficial do DF e passa a vale a partir do primeiro minuto desta quinta-feira (9) por tempo indeterminado.
O decreto nº 40.961 suspende permissões de funcionamento anteriormente liberadas pelo Decreto nº 40.939, de 2 de julho de 2020. Com isso, ficam impedidos de funcionar eventos de qualquer natureza que exijam licença do poder público, além de shoppings centers, feiras populares, clubes recreativos, cultos, missas, academias de esportes, salões de beleza e parques (tanto ecológicos quanto vivenciais).
Supermercados, padarias, hortifrutigranjeiros, mercearias, açougues, lojas de materiais de construção, postos de combustíveis, pet shops, clínicas e consultórios médicos estão entre os estabelecimentos que não se incluem no fechamento determinado pelo novo decreto.
Ficam permitidas operações de entrega em domicílio, pronta entrega em veículos e retirada do produto no local, sem abertura do estabelecimento para atendimento ao público em suas dependências.
A disponibilização de mesas e cadeiras aos consumidores está vetada. Em todos os estabelecimentos que se mantiverem abertos, impõe-se a observância de todos os protocolos e medidas de segurança já recomendados pelas autoridades sanitárias, como garantia de distância mínima de dois metros entre as pessoas, utilização de equipamentos de proteção individual e disponibilização de álcool 70%.

O que fica suspenso➪ eventos, de qualquer natureza, que exijam licença do poder público;➪ atividades coletivas de cinema e teatro;➪ academias de esporte de todas as modalidades;➪ parques ecológicos, recreativos, urbanos, vivenciais e afins;➪ boates e casas noturnas;➪ atendimento ao público em shoppings centers, feiras populares e clubes recreativos;➪ nos shoppings centers, fica autorizado apenas o funcionamento de laboratórios, clínicas de saúde, farmácias e delivery.➪ cultos e missas de qualquer credo ou religião;➪ estabelecimentos comerciais, de qualquer natureza, inclusive bares, restaurantes, lojas de conveniências e afins; salões de beleza e centros estéticos

O que pode abrir/funcionar clínicas e consultórios médicos e odontológicos, laboratórios e farmácias; 
➪ clínicas veterinárias, somente para atendimento de urgências;➪ supermercados, hortifrutigranjeiros, minimercados, mercearias, açougues, peixarias, comércio estabelecido de produtos naturais, bem como de suplementos e fórmulas alimentares, sendo vedado, em todos os casos, a venda de refeições e de produtos para consumo no local;➪ padarias e lojas de panificados, apenas para a venda de produtos, sendo vedado o fornecimento de refeições de qualquer tipo para consumo no local;➪ lojas de materiais de construção e produtos para casa, incluídos os home centers; VI – postos de combustíveis;➪ lojas de conveniência e minimercados em postos de combustíveis, sendo vedados o consumo de produtos no local e a disponibilização de mesas e cadeiras;➪ petshops e lojas de medicamentos veterinários ou produtos saneantes domissanitários; ➪ relativas a toda a cadeia do segmento de veículos automotores; 
➪ empresas que firmarem instrumentos de cooperação com o Distrito Federal no enfrentamento da emergência de saúde pública relativas ao coronavírus ou à dengue nas áreas de atendimento à saúde básica, atendimento odontológico, assistência social, e nutrição, tanto para o fornecimento de alimentação preparada com embalagem para retirada individual, quanto para recolhimento e distribuição de alimentos em programas para garantir a segurança alimentar;➪ funerárias e serviços relacionados;➪ lotéricas e correspondentes bancários;➪ lavanderias, exclusivamente no sistema de entrega em domicílio;➪ floriculturas, exclusivamente no sistema de entrega em domicílio;➪ empresas do segmento de controle de vetores e pragas urbanas;➪ o atendimento ao público em todas as agências bancárias e cooperativas de crédito no Distrito Federal, públicas e privadas;➪ o Sistema S: óticas;

Parágrafo único
Ficam permitidas operações de entrega em domicílio, pronta entrega em veículos e retirada do produto no local, sem abertura do estabelecimento para atendimento ao público em suas dependências, sendo vedada a disponibilização de mesas e cadeiras aos consumidores

Fique atento
Em todos os estabelecimentos que se mantiverem abertos, impõe-se a observância de todos os protocolos e medidas de segurança recomendados pelas autoridades sanitárias
Fonte: Agência Brasília 


quarta-feira, 8 de julho de 2020

Coleta seletiva é retomada em 13 regiões do DF; confira dias e horários

DF
Segundo SLU, nesta quarta-feira (8), dez das 11 cooperativas estarão de volta ao trabalho. Atividades foram suspensas em março, por causa da pandemia do novo coronavírus.
Coleta seletiva em Samambaia, no Distrito Federal, em arquivo — Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília
A coleta seletiva no Distrito Federal, interrompida desde o dia 21 de março, por causa da pandemia do novo coronavírus, está retomada. Nesta quarta-feira (8), a Cooperativa Recicla Brasília volta a recolher o lixo seco no Lago Sul e, com isso, das 11 cooperativas responsáveis pelo trabalho, dez estarão de novo nas ruas de Brasília.
Ao todo, elas atendem 13 regiões. Para saber o dia e horário em que o caminhão passa onde você mora, basta clicar nos links abaixo, com a localidade:

Suspensão da coleta seletiva

A suspensão da coleta seletiva afetou 15 regiões do DF e 18 organizações que trabalham na separação dos materiais, nos galpões de triagem. Para voltar ao trabalho, as cooperativas apresentaram planos de segurança e prevenção de riscos para a Subsecretaria de Vigilância em Saúde do DF.
Confira algumas exigências feitas às cooperativas
  • Manter o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os trabalhadores;
  • Instalar pia com sabão e água corrente nos galpões;
  • Ter alcool em gel 70% na área administrativa;
  • Higienizar os caminhões;
  • Afastar todos os funcionários classificados como grupo de risco;
  • Deixar os resíduos coletados "em quarentena" por 48 horas.

Como separar o lixo em casa e a importância de fazer isso

Posto de coleta seletiva em Ceilândia, no DF — Foto: Dênio Simões/Agência Brasília
Posto de coleta seletiva em Ceilândia, no DF — Foto: Dênio Simões/Agência Brasília
Para separar o lixo em casa, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) recomenda usar dois sacos: um verde ou azul, para materiais recicláveis, e outro preto ou cinza, para orgânicos e rejeitos.
De acordo com o SLU, o mais importante é entregar os recicláveis para a coleta no dia certo (veja acima os locais e datas de coleta). O engajamento dos moradores de Brasília traz benefícios para quem trabalha nas cooperativas e para o meio ambiente. Confira alguns:
  1. Permite o aumento da vida útil dos aterros sanitários, a partir da diminuição de resíduos que que vão para estes locais;
  2. Aumenta o ciclo de vida das matérias-primas de cada resíduo coletado e reaproveitado;
  3. Gera trabalho e renda aos catadores de materiais recicláveis;
  4. Diminui gastos com a limpeza pública.
Para um dos criadores do portal eCycle, Onofre de Araújo Neto, todas as pessoas são responsáveis pelos produtos que consomem – desde a sua escolha até o descarte final de seus resíduos. Segundo ele, devemos buscar consumir menos produtos com excesso de embalagens e evitar aquelas de difícil reprocessamento.
"Também precisamos planejar as quantidades a serem compradas e consumidas, evitando perdas de validade e desperdício", assegura.

O que é reciclável?

  • Plásticos: garrafas pet, embalagens de shampoo, embalagens de produtos de limpeza e baldes tendem a ser mais reciclados. Por isso, é importante separá-los e entregar para a coleta seletiva ou em pontos de recolhimento e evitar que fiquem no meio ambiente, prejudicando, principalmente, a fauna.
  • Metais: são bem reciclados e valorizados no mercado. No caso das latinhas de alumínio, por exemplo, quase 100% delas retornam à cadeia produtiva por meio da reciclagem. As latinhas de achocolatados, leite condensado, ervilha e milho, por exemplo, também são bem recicladas, e devem ser mandadas para coleta seletiva.
  • Vidro: o DF não tem reciclagem de vidro. No caso de copos quebrados, eles devem ser envolvidos com jornal ou acondicionados em garrafas de plástico transparente, para que coletores ou o pessoal das cooperativas vejam e manuseiem com o cuidado necessário, sem se machucar.
    Pratos, xícaras e pires de cerâmica ou porcelana quebrados podem preferencialmente ser consertados, ou devem ser destinados como resíduo do tipo materiais de construção, junto à ecopontos.
  • Papeis: também devem ir para a reciclagem. Jornal velho, caixas de papelão, folhas de sulfite usadas, e embalagens longa vida se encaixam nesse item.
  • Remédios vencidos: não devem ser jogados na lixeira comum ou no vaso sanitário, pois determinam alto risco de contaminação ambiental. Existem farmácias e postos de saúde que recebem esse material.
  • Óleo usado: também não pode ser descartado no ralo, pois uma pequena quantidade é capaz de contaminar grandes quantidades de água. Deve ser guardado em recipientes e levado a pontos de coleta especializados.
  • Pilhas e objetos eletrônicos: devem ser entregues em locais específicos de coleta deste tipo de resíduo, pois também determinam riscos de contaminação ambiental e à saúde caso manuseados de maneira indevida.
  • Lâmpadas: também precisam de descarte específico, pois caso quebradas, sobretudo as fluorescentes, liberam componentes químicos altamente contaminantes e prejudiciais à saúde humana. As de LED são mais facilmente recicláveis. Devem ser manuseadas com cuidado e descartadas apenas em postos específicos para esse tipo de resíduo.

O que não é reciclável?

  • Lixo orgânico produzido na cozinha, como cascas, folhas, talos, alimentos crus não são recicláveis. No entanto, podem virar adubo orgânico de alta qualidade, através da compostagem doméstica.
    Já o lixo do banheiro vai pros aterros sanitários.

Quando lavar as embalagens?

Segundo Onofre de Araújo Neto, não é não seria necessário lavar as embalagens. "Para a reciclagem, basta que esejam vazias, livres de seus produtos", diz ele.
No entanto, como elas são manipuladas por pessoas, nas cooperativas, os restos em decomposição podem ser desagradáveis. "Restos de leite, por exemplo, azedam, cheiram mal, e podem atrair insetos ou outros animais indesejáveis", explica.
Por outro lado, usar água potável para a lavagem pode ser desperdício de um bem valioso. A sugestão é reaproveitar a água usada para outros fins – como a água residual da lavagem de louça ou de roupas – para limpar as embalagens antes de descartá-las.
 G1 DF.

Dia da ciência: Iges-DF festeja aumento de publicações



Volume eleva patamar do Instituto na área de ensino e pesquisa. Data também é consagrada aos cientistas

Na celebração do Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, o Instituto de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) tem muito a comemorar: cada vez mais aumenta o número de pesquisas realizadas pelos profissionais da instituição. 
Dados da Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa mostram: de 2018 para 2019 houve um aumento de 28% no número de trabalho científicos realizados na instituição. Em 2020, já foram 17 publicações de grande impacto nacional e internacional.
A gerente de pesquisa do Iges-DF, Maria Aparecida Leite Alves dos Santos, conta que as publicações científicas são oportunidades para que a comunidade acadêmica conheça os diferentes temas abordados nas pesquisas do instituto. “Assim, o Iges-DF recebe reconhecimento técnico externo, e, consequentemente possa estabelecer mais parcerias e atraindo mais investimentos”, explica.
Segundo a gerente, com o aumento crescente de pesquisas de qualidade na instituição, o Centro de Pesquisa da instituição tem sido procurado para parcerias com diversas instituições de renome.
“Atualmente, temos pesquisas em andamento com o Hospital Albert Einstein, a Universidade de São Paulo (USP), a Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e o Hospital Moinho de Vento, de Porto Alegre”, conta ela. 
Com informações do Iges-DF
AGÊNCIA BRASÍLIA 

Agências do trabalhador estão com 166 vagas de emprego abertas



Consultor de vendas tem maior número de oportunidades

Pessoas com alguma deficiência podem concorrer a uma das 16 vagas oferecidas, exclusivamente a elas, nas agências do trabalhador do Distrito Federal para esta quinta-feira (9). São três para ajudante de obras, cinco para auxiliar de manutenção de edificações, três para auxiliar de manutenção predial e uma para cada uma das profissões a seguir: auxiliar mecânico de refrigeração, eletricista, empacotador, oficial de manutenção e técnico de edificações.
Outras 150 vagas  também estão abertas nas agências do trabalhador. O maior número de oportunidades é para consultor de vendas, um total de 30. A remuneração oferecida é de R$ 1.100, mais benefícios. Não precisa ter experiência na área, mas o candidato deve ter ensino médio completo.
Ajudante de serralheiro, serralheiro e soldador também estão com número expressivo de vagas, sendo 20 para cada uma delas. Os salários oferecidos são, respectivamente, R$ 1.500, R$ 2.500 e R$ 2 mil, mais benefícios. Todas elas pedem experiência na área e ensino fundamental completo.
Quem quiser concorrer a alguma das vagas deverá acessar o aplicativo Sine Fácil ou ir em uma das agências do trabalhador, de segunda a sexta, entre 8h e 17h.
Para baixar o Sine Fácil gratuitamente, basta acessar a loja de aplicativos do seu celular. No momento, só há disponibilidade para aparelhos com sistema operacional Android. Acesse a Play Store e pesquise pelo aplicativo. Após concluir a instalação, clique no ícone do programa para iniciar o Sine Fácil.
AGÊNCIA BRASÍLIA 

Beneficiários que tiveram o auxílio emergencial negado podem recorrer



Mais de 24 mil pessoas no DF tiveram o benefício, no valor de R$ 600, negado por não atender critérios do programa

Os beneficiários do Programa Bolsa Família do Distrito Federal, que tiveram negada a concessão do Auxílio Emergencial, do governo federal, já podem fazer a contestação para recebimento da ajuda financeira. O recurso pode ser feito direto no aplicativo da Caixa Econômica Federal ou pelo site https://auxilio.caixa.gov.br/ até 17 de agosto de 2020. Essa opção só foi liberada pelo Ministério da Cidadania nesta semana.
No DF, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) é a responsável pela gestão do Cadastro Único. Pela base de dados, de maio/2020, das 84.019 cadastradas no Bolsa Família no DF, 24.426 foram consideradas inelegíveis, ou seja, não foram autorizadas a receber o benefício no valor de R$ 600. De acordo com o Ministério da Cidadania, essas famílias apresentavam alguma inconsistência nos dados informados no cadastro ou não atendiam aos critérios do programa de transferência de renda do governo federal criado para amenizar o impacto econômico em razão da pandemia da Covid-19.
As famílias podem apresentar recurso por não concordarem com o motivo da negativa para o recebimento do benefício ou, ainda, enviar documentos para atualização cadastral, solicitando uma nova avaliação.
Após a reanálise dos dados, caso a contestação seja aprovada, o Auxílio Emergencial será pago ao beneficiário já na folha de pagamento do Bolsa Família de agosto. De acordo com o calendário programa, o repasse inicia no dia 18 de agosto, seguindo como critério o número final do NIS do beneficiário, que está no cartão do programa.
O Ministério da Cidadania destaca que o trabalhador não precisa ir pessoalmente à agência bancária ou lotérica, já que todo o processo e resultado da contestação pode ser acompanhado pelo aplicativo ou site da Caixa.
Motivos para a não concessão do Auxílio Emergencial
Segundo o Ministério da Cidadania, os motivos que podem ser contestados referem-se a trabalhadores identificados com as seguintes restrições:
1. Pagamento de benefício pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS);
2. Renda mensal per capita superior a meio salário mínimo ou renda total superior a três salários mínimos;
3. Servidor público federal, estadual ou municipal;
4. Beneficiário do seguro-desemprego ou seguro defeso;
5. Existência de emprego formal.
Possibilidade de recurso extrajudicialPara ampliar o acesso ao recurso contra a não aprovação do Auxílio Emergencial, o Ministério da Cidadania fez um Acordo de Cooperação Técnica com a Defensoria Pública da União (DPU) para auxiliar as pessoas que não conseguem acessar as plataformas da Caixa ou que tiveram o indeferimento definitivo do benefício, ou seja, sem possibilidade de contestação por meio do aplicativo da Caixa.
Os usuários devem procurar as Defensorias Públicas da União em suas localidades e apresentar os documentos para contestar a informação contida na base de dados usada pela Dataprev para a aprovação do requerente ao Auxílio Emergencial. Essa é mais possibilidade para as famílias consideradas inelegíveis tentarem receber o benefício temporário durante a pandemia da Covid-19.
Auxílio EmergencialO Auxílio Emergencial é um benefício financeiro temporário de R$ 600 concedido para trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados com o objetivo de amenizar os impactos da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Quem já estava inscrito no Cadastro Único e atende às regras do programa do governo federal têm direito ao benefício sem precisar se cadastrar no site da Caixa, incluindo as famílias beneficiárias do Bolsa Família, que devem escolher um dos benefícios para receber.
No DF, mais de 65 mil famílias inscritas no Bolsa Família recebem o Auxílio Emergencial do governo federal, de acordo com dados da Sedes de junho/2020 (SIGPBF). O recurso federal ainda foi pago para 333.265 moradores do Distrito Federal, que não estão inscritos no Cadastro Único, mas que solicitaram a ajuda financeira federal.
O Auxílio Emergencial é pago para até duas pessoas da mesma família. Nos casos em que a mulher seja a única responsável pelas despesas da casa, o valor pago mensalmente será de R$1.200.
*Com informações Sedes
AGÊNCIA BRASÍLIA 

Câmara ratifica Protocolo de Nagoya e texto segue para o Senado


DEPOIS DE ANOS


Acordo foi criado para repartir benefícios conquistados a partir da utilização dos recursos genéticos de cada país, bem como as aplicações e comercialização

floresta amazônica

Foto: Ministério do Meio Ambiente
A Câmara dos Deputados ratificou nesta quarta-feira, 8, o Protocolo de Nagoya. Agora, o texto segue para apreciação do Senado. Se aprovada pelos senadores, a proposta confirmará a adesão do Brasil ao acordo, sendo necessária posterior apresentação de decreto presidencial para sua regulamentação.
Concluído durante a 10ª reunião da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP), em outubro de 2010, o protocolo foi criado com o objetivo de repartir benefícios conquistados a partir da utilização dos recursos genéticos de cada país, bem como as aplicações e comercialização.
Pauta prioritária da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o documento é a porta de entrada para negociações importantes do país sobre o tema, com discussão programada para o segundo semestre de 2021, na COP 20, adiada devido a pandemia de Covid-19.
O presidente da bancada, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), informou que a ratificação garante ao Brasil participação efetiva para negociar dispositivos do Protocolo Nagoya, o que influência nas decisões estratégicas do país no âmbito internacional. “Não confirmar o Protocolo de Nagoya significa não ter voz nas decisões tomadas na COP. A participação do Brasil será a segurança de que nós teremos poder de concordância ou veto para as próximas decisões”, explica.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, usou sua conta no Twitter para parabenizar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e demais deputados pela aprovação, que, segundo ele, “ajudará o Brasil a cuidar da sua biodiversidade através da valorização e monetização desse importante patrimônio”.
Em vídeo, o deputado Arnaldo Jardim comemorou a aprovação por unanimidade. “Significa oportunidade do Brasil, respeitando este acordo, dialogar com esta questão de forma propositiva. Reafirmo a nossa disposição de apresentar harmonia entre o agro e o meio ambiente, entre produção e preservação. O Brasil é capaz de fazer isso”, diz.

Bancada do agro vem destacando importância da adesão

Em ação inédita no fim do mês de junho deste ano, a FPA soltou nota pública junto com a Frente Parlamentar Ambientalista em apoio a ratificação do acordo pelo Congresso Nacional. “Mesmo com tamanha complexidade, a FPA e a Frente Parlamentar Ambientalista estão de acordo com o tema. Esse talvez seja o primeiro ato concreto onde o Brasil mostra que as políticas ambientais e de agricultura são complementares e não antagônicas”, destaca Moreira.
Críticos contrários à ratificação do protocolo entendem que a adesão traria obrigatoriedade de o Brasil se submeter às leis relacionadas a biodiversidade de outros países, sendo necessário pagar por recursos já adquiridos anteriormente pelo país. No entanto, o próprio protocolo de Nagoya resguarda leis de biodiversidade existentes em cada país signatário.
Diante da falta de uma lei que resguardasse esses direitos, a FPA se posicionava contrária a ratificação. Mas, em 2015, foi sancionada a Lei de Biodiversidade brasileira (Lei 13.123 de 2015) que resguarda o direito de propriedade brasileiro sobre os recursos genéticos internalizados antes da aprovação da lei, o que mudou a posição da bancada do agro.
“O Brasil é um país que tem vocação para produção agropecuária e a maioria de nossos produtos tanto de proteína animal quanto de vegetal são exóticos (importados) e eles foram ao longo do tempo adaptados ao nosso clima, nosso tipo de solo, nosso manejo e, portanto, não temos possibilidade e nem obrigação de pagar qualquer coisa em relação a esses produtos. Na lei brasileira, fica claro que esses produtos adaptados e modificados passam a pertencer como patrimônio genético do país de onde estão sendo produzidos, no caso, o Brasil”, diz o presidente da FPA.
canal rural