terça-feira, 30 de junho de 2020

Barroso convoca audiência pública sobre situação ambiental do Brasil



Para o ministro, relator da ação em que partidos apontam omissão do governo federal, “proteção é dever, e não opção política”.
29/06/2020 15h33 - Atualizado há
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), convocou audiência pública para os dias 21 e 22/9, a fim de que integrantes do governo, entidades de proteção ambiental, especialistas e outros interessados contribuam para um “relato oficial objetivo” sobre o quadro ambiental no Brasil. Ele afirmou, em decisão assinada neste domingo (28), que a proteção ambiental é um dever constitucional do governo federal, e não uma opção política.
Omissão
A decisão foi tomada na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 60, apresentada ao STF por quatro partidos de oposição – Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Rede Sustentabilidade. Eles apontam omissão do governo federal por não adotar providências para o funcionamento do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima), que teria sido indevidamente paralisado em 2019 e 2020, bem como diversas outras ações e omissões na área ambiental.
Conforme os partidos, a União não tem observado a Constituição em suas ações. Eles relataram ao STF, por exemplo, que dos R$ 8 milhões previstos no Orçamento para fomento de projetos de mitigação a emergências climáticas, foram utilizados apenas R$ 718 mil. E R$ 543 milhões deixaram de ser repassados ao BNDES para projetos ambientais. O pedido é, entre outros, para que o Supremo reconheça a omissão e obrigue a União a tomar providências para retomada do Fundo Clima.
Compromissos internacionais
“São graves as consequências econômicas e sociais advindas de políticas ambientais que descumprem compromissos internacionais assumidos pelo Brasil”, ressaltou o ministro. Segundo ele, o quadro descrito na petição inicial da ação, se confirmado, “revela a existência de um estado de coisas inconstitucional em matéria ambiental, a exigir providências de natureza estrutural”.
Ao analisar a ação dos partidos, o ministro Barroso citou levantamentos negativos sobre a situação da Amazônia e destacou que, a partir de 2004, o governo federal começou a adotar ações para reduzir o desmatamento. Mas, segundo os dados, em 2013 a política ambiental “começou a dar sinais de arrefecimento e o desmatamento voltou a subir.”
Conforme o ministro, a situação agravou-se em 2019, com o avanço das queimadas e das invasões de terras indígenas e de unidades de conversação “em proporções alarmantes”. “Os danos causados ao meio ambiente comprometem a biodiversidade, a fauna e a flora, que representam enorme potencial econômico e um diferencial para o país. Minam a credibilidade do Brasil internacionalmente, prejudicando a sua capacidade de captação de recursos para o combate ao desmatamento e para a redução de gases de efeitos estufa”, ressaltou o ministro na decisão.
Barroso classificou ainda como “graves” notícias de perseguição a agentes de fiscalização ambiental no cumprimento de suas funções. Segundo essas notícias, agentes que reprimiram mineração e desmatamento ilegais foram afastados de seus cargos.
Escolhido por sorteio como relator do pedido dos partidos de oposição, Barroso estudou a Amazônia no fim de 2019 e apresentaria um amplo estudo sobre o tema em abril deste ano em Kyoto, no Japão. O evento, porém, foi cancelado por conta da pandemia do Covid-19. O artigo foi recentemente publicado em revista acadêmica.
GMB//CF
  • Processo relacionado: ADO 60

  • STF

STF vai discutir necessidade de lei complementar para cobrança da diferença de alíquotas do ICMS



29/06/2020 16h46 - Atualizado há
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu analisar o Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 1237351, em que se discute se a instituição de Diferencial de Alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (Difal/ICMS) nas operações interestaduais envolvendo consumidores finais exige edição de lei complementar para disciplinar o tema. Por unanimidade, os ministros consideraram que a matéria constitucional tem repercussão geral (Tema 1093). 
O Difal foi acrescentado à Constituição Federal (artigo 155, parágrafo 2º, incisos VII e VIII) pela Emenda Constitucional 87/2015. Entre outros pontos, os dispositivos estabelecem a adoção da alíquota interestadual nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro estado. A regra prevê que caberá ao estado do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual do ICMS.
Exigência de lei complementar
O recurso foi interposto pela empresa MadeiraMadeira Comércio Eletrônico S/A e outras contra decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) que entendeu que a cobrança do diferencial não está condicionada à regulamentação por de lei complementar. As empresas alegam que a cobrança cria nova possibilidade de incidência do tributo, o que exigiria a edição de lei complementar, sob pena de desrespeito à Constituição Federal (artigos 146, incisos I e III, alínea “a”, e 155, inciso XII, parágrafo 2º, alíneas “a”, “c”, “d” e “i”).
Ainda de acordo com as empresas, devem ser observadas as regras tributárias constitucionais e a disciplina sobre conflitos de competência entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios em matéria tributária. No recurso, elas citam a decisão do STF no RE 439796 sobre a inviabilidade da cobrança do ICMS na importação por contribuinte não habitual, autorizada pela Emenda Constitucional 33/2001, antes da edição da lei complementar.
Ausência de nova regra de incidência
O Distrito Federal, ao se manifestar nos autos, sustenta que o diferencial de alíquota não representa nova regra de incidência do imposto e que a questão trata de critério de repartição da receita, a fim de impedir distorção na arrecadação.
Repercussão geral reconhecida
O relator do ARE, ministro Marco Aurélio, considerou que a discussão apresenta matéria constitucional e, por isso, deve ser julgada pelo Supremo. Ele se pronunciou pela presença de repercussão geral do tema, determinando a inserção do processo no Plenário Virtual e também a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR). O voto do relator foi acompanhado por unanimidade.
EC/AS//CF

PSB questiona norma que desobriga adaptação de prova física em concurso a candidatos com deficiência


29/06/2020 18h19 - Atualizado há

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) questiona, no Supremo Tribunal Federal, a validade do Decreto 9.546/2018, que desobriga os editais de concursos públicos federais a estipularem adaptações necessárias aos candidatos com deficiência durante a realização de provas física, e estabelece critérios iguais de aprovação para todos os candidatos. O tema é objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6476, distribuída ao ministro Luís Roberto Barroso.
A antiga da norma (Decreto 9.508/2018) reservava às pessoas com deficiência percentual dos cargos e dos empregos públicos oferecidos em concursos públicos e processos seletivos da administração pública federal. Segundo o PSB, a redação originária tinha caráter inclusivo e garantidor dos direitos fundamentais, mas a alteração trazida pelo decreto posterior disciplinou de forma inconstitucional a avaliação de pessoas com deficiência, dificultando e até mesmo impossibilitando seu ingresso no serviço público federal.
O partido sustenta que a alteração esvazia uma das garantias mais relevantes conquistadas pelos cidadãos com deficiência nos últimos anos, que é a reserva mínima de 5% das vagas para provimento dos cargos federais, prevista no próprio Decreto 9. 508/2018. A medida, segundo o PSB, afronta ao princípio da igualdade de oportunidades nos concursos públicos e caracteriza um retrocesso em relação à Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu protocolo facultativo incorporado à Constituição Federal. “É manifestamente ilógico exigir de um candidato com deficiência física um desempenho físico equiparável ao de candidato sem deficiência”, argumenta.
EC/AS//CF

Rede questiona entendimento do TJ-RJ sobre foro da investigação sobre Flávio Bolsonaro


STF

29/06/2020 18h42 - Atualizado há
O partido Rede Sustentatibilidade ingressou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6477 no Supremo Tribunal Federal (STF) visando à interpretação de dispositivo da Constituição do Estado do Rio de Janeiro que trata do foro por prerrogativa de função dos deputados estaduais. Segundo o partido, a decisão da 3ª Câmara Criminal do TJ-RJ, que, com fundamento nesse dispositivo, retirou da primeira instância o processo em que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) é investigado pela suposta prática de “rachadinha” (captação ilícita de recursos de funcionários do próprio gabinete) quando era deputado estadual, contraria a jurisprudência do STF sobre o tema. O relator é o ministro Celso de Mello.
“Foro privilegiado retroativo”

O parágrafo 1º do artigo 102 da Constituição do RJ prevê que os deputados estaduais devem ser processados e julgados perante o Tribunal de Justiça (TJ-RJ) desde a expedição do diploma. No caso de Flávio Bolsonaro, a Rede argumenta que a interpretação desse dispositivo pelo TJ-RJ está em dissonância com o entendimento firmado pelo STF no julgamento de questão de ordem na Ação Penal (AP) 937, em maio de 2018, de que o foro por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. O objetivo da ADI é obter do STF uma interpretação a respeito do alcance do foro privilegiado, fixando entendimento vinculante a ser seguido por todos os Tribunais do país.
Com base na jurisprudência do Supremo, a Rede sustenta que a prática da “rachadinha” não está entre as atribuições dos deputados estaduais fluminenses. Com isso, as investigações criminais e o posterior julgamento não são de atribuição do TJ-RJ, mas da primeira instância, mesmo quando Flávio Bolsonaro exerceu o cargo de deputado estadual.
Segundo a Rede, ainda que esse entendimento não seja aceito, é inviável que se ratifique a espécie de “foro privilegiado retroativo” criado pelo TJ-RJ. O partido cita decisões em que o Supremo enviou à primeira instância ações penais de parlamentares investigados por irregularidades na época em que eram deputados estaduais.

Liminar

A Rede pede liminar para que o TJ-RJ seja obrigado a aplicar o entendimento firmado pelo STF na questão de ordem na AP 937, mantendo as investigações sobre Flávio Bolsonaro na 27ª Vara Criminal da capital, para que não haja suspensão ou atraso nas investigações. Pede ainda que a cautelar impeça o TJ-RJ de aplicar sua interpretação ampliativa do foro por prerrogativa de função em futuras decisões. No mérito, pede que o Plenário do STF dê interpretação conforme ao parágrafo 1º do artigo 102 da Constituição fluminense, para excluir qualquer interpretação que leve à prorrogação ou à extensão do foro por prerrogativa de função ao término do mandato de deputado estadual.

VP/CR//CF

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Confira a programação da Rádio Justiça para esta terça-feira (30)



29/06/2020 18h43 - Atualizado há
Revista Justiça
Entre os temas abordados nesta edição estão as mudanças do perfil do consumidor brasileiro com a pandemia, as fraudes no auxílio emergencial e um golpe aplicado em pessoas que têm direito a indenizações por planos econômicos por falsários que se passam como agentes do Poder Judiciário. O programa falará ainda da integração dos sistemas de jurisprudência consolidada dos tribunais superiores ao Portal da Legislação, sistema de consulta de leis e normas da Presidência da República, por meio de acordo de cooperação técnica. Segunda-feira, às 8h.
A Hora do Maestro
O maestro Cláudio Cohen faz um passeio pelas grandes obras musicais escritas em todos os tempos e traz o melhor da música clássica dos grandes compositores em interpretações especiais. No programa desta terça-feira, obras de Gabriel Fauré. Terça-feira, às 13h e às 20h.
Justiça na Tarde
Os temas principais desta segunda-feira é o contrato de trabalho do profissional que exerce atividade considerada essencial durante a pandemia e os prazos para que o INSS cumpra determinação judicial em relação a benefícios previdenciários. O programa também falará sobre Criminologia Feminina, ramo de estudo sobre os crimes cometidos contra mulheres. Terça-feira, às 14h05.
Rádio Justiça
A Rádio Justiça é sintonizada em 104,7 FM no Distrito Federal e pode ser ouvida pelo site radiojustica.jus.br. Acompanhe a programação e siga a Rádio Justiça pelo Twitter no endereço twitter.com/radiojustica.
 STF

Ministro Marco Aurélio reflete sobre os 30 anos de STF no programa História e Justiça



O programa vai ao ar na noite desta segunda-feira na TV Justiça, com reprises durante a semana.
29/06/2020 18h45 - Atualizado há
Três décadas de atuação no Supremo Tribunal Federal completados em junho deste ano. O ministro Marco Aurélio Mello é o entrevistado do História e Justiça desta semana. Em conversa com o jornalista Márcio Aith, ele relembrou o início da carreira, além de falar sobre momentos históricos, como quando ocupou interinamente a Presidência da República, época em que sancionou a lei que criou a TV Justiça.
“Sem dúvida alguma, nós avançamos, dando uma ênfase maior à publicidade”, afirma. Segundo o ministro, trata-se de um princípio básico da administração pública, “que implica a transparência, que permite aos cidadãos, aos contribuintes, acompanhar o que é feito na administração pública e cobrar da administração pública o melhor.”
O História e Justiça vai ao ar na segunda-feira às 20h, com reprises na terça-feira, às 5h, na sexta-feira, às 13h, e no sábado, às 20h.
Veja a íntegra do programa:
STF

Lei de Cascavel (PR) que vedava ensino sobre gênero e orientação sexual é inconstitucional



29/06/2020 20h21 - Atualizado há
Por decisão unânime, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), na sessão virtual encerrada em 26/6, julgou procedente a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 460 para declarar a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei 6.496/2015 do Município de Cascavel (PR) que vedavam a adoção de políticas de ensino que se referissem a “ideologia de gênero”, “gênero” ou “orientação de gênero”. A ação foi ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O colegiado acompanhou integralmente o voto do relator, ministro Luiz Fux, para quem o dispositivo da lei municipal, por estabelecer normas gerais que exorbitam o limite da adaptação às necessidades locais, viola o artigo 22, inciso XXIV, da Constituição Federal, que atribui a competência para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional exclusivamente à União.
Pluralismo de ideias
Segundo o relator, além de impor aos docentes obrigação não prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996), a norma municipal estabeleceu diretriz que também não coincide com os princípios previstos na norma geral, como a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; o respeito à liberdade e o apreço à tolerância; a gestão democrática do ensino público; e a vinculação entre a educação escolar e as práticas sociais.
No entendimento do ministro, a suposta neutralidade ideológica ou política pretendida pelo legislador municipal, ao vedar a abordagem dos temas, “esteriliza” a participação social decorrente dos ensinamentos plurais adquiridos em âmbito escolar. “O mito da neutralidade traveste uma opção valorativa”, disse. Para o relator, os estudantes devem poder aprender acerca desses valores, de modo a viabilizar o convívio em sociedades plurais, com vasta diversidade, sem que os pais e responsáveis possam obstar esse processo de aprendizagem. “Assim como as fake news se combatem com mais acesso à informação, a doutrinação ideológica se combate com o pluralismo de ideias e perspectivas – jamais com a censura”, destacou.
Liberdades
Fux apontou também que a proibição representa violação aos valores constitucionais da educação, à liberdade de ensinar e aprender e à gestão democrática do ensino. Ao permitir que as entidades religiosas e familiares livremente disponham sobre o conteúdo do ensino, o Estado não estaria sendo neutro, mas legitimando que as perspectivas hegemônicas se sobreponham às demais.
SP/AS//CF
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Seminário aponta que novo acordo verde é caminho para superar a crise



Rodrigo Baptista | 29/06/2020, 13h34
A saída da crise econômica provocada pela pandemia passa por um novo modelo sustentável de produção e consumo, baseado no tripé desenvolvimento econômico, ambiental e social. Batizado de Green New Deal, o novo acordo verde é o caminho para guiar o mundo inteiro rumo ao desenvolvimento sustentável. Foi o que apontaram participantes do seminário Propostas Globais para uma Recuperação Sustentável (Webinar), realizado nesta segunda-feira (29) por meio de videoconferência. 
O encontro foi organizado pelo Senado em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e reuniu especialistas de diversas partes do mundo. O Webinar marca o primeiro encontro de 2020 da Subcomissão do Grande Impulso para a Sustentabilidade, ligada à Comissão de Meio Ambiente (CMA).
Neutralizar as emissões de carbono, promover o desenvolvimento sustentável, combater a desigualdade regional, criar uma renda básica universal, garantir o acesso à natureza e a água potável, ar limpo, saúde e comida de qualidade são alguns dos desafios apontados pelos participantes. A discussão de um Green New Deal, que articula a agenda ambiental à social, engrenou nos Estados Unidos e na Europa no passado depois que um relatório sobre o clima da ONU demonstrou que o mundo já superou a barreira de 1 ºC de aquecimento em relação aos níveis pré-industriais.
O presidente da Subcomissão do Grande Impulso para a Sustentabilidade no Brasil , senador Jaques Wagner (PT-BA), defendeu a adoção de um plano nesses moldes no país.
Acho fundamental esse encontro hoje, pois estamos numa esquina civilizatória. Eu creio que ou o mundo adota um novo modelo de desenvolvimento ou vamos ter crises, não só a da pandemia e de saúde, mas também a de exclusão. Há uma estimativa de mais de 700 milhões de humanos no planeta vivendo abaixo da linha da pobreza. Já temos crise no abastecimento de água e de alimentos e, portanto, é preciso uma mudança. Felizmente, a ideia do big push ou do grande impulso para a sustentabilidade trata de sustentabilidade no tripé desenvolvimento econômico, ambiental e social — apontou.
Os senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) falou sobre a necessidade de observar as realidades locais. Já Confúcio Moura (MDB-RO) enfatizou que é preciso investir em conscientização.
Precisamos, em primeiro lugar, colocar em prática o que já existe em termos de legislação, que é muito boa na Constituição Federal e no Código Florestal brasileiro. Em segundo lugar, investir na preparação das gerações futuras por meio das escolas. É preciso colocar o tema ambiental como importantíssimo para a formação das gerações futuras — defendeu Confúcio.
A deputada estadunidense Debra Haaland falou sobre as discussões do Green New Deal em seu país, que são encabeçadas pelo partido Democrata, mas sofrem rejeição por parte do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ela disse que este é o momento de avançar na transição para uma economia livre de carbono.
— O novo acordo verde enfrenta as desigualdades com crescimento sustentável. Temos que avançar em um ponto de virada em direção a uma economia limpa —defendeu.
Secretária-Executiva da Cepal, Alicia Bárcena também afirmou que a crise do coronavírus abre a oportunidade para “encontrar soluções menos poluentes de desenvolvimento”. Para o presidente da Comissão de Meio Ambiente do Parlamento Europeu, Pascal Canfin, a Europa hoje está mais madura em termos ambientais.
— A maturidade cultural na Europa para ações climáticas dez anos atrás não era muito forte. Agora, na Europa inteira, incluída a parte oriental, essa preocupação está crescendo. Para as gerações mais novas as ações climáticas são prioridade número 1 — disse Canfin.
O presidente comissão de Meio Ambiente (CMA), senador Fabiano Contarato (Rede-ES), lamentou que o governo brasileiro vá na contramão da tendência internacional e promova um desmonte da área ambiental.
— O governo acabou com políticas públicas de combate ao desmatamento, fragilizou órgãos de fiscalização e nega a ciência. Defendemos o meio ambiente ecologicamente equilibrado, como determina nossa Constituição. É um direito de todos — defendeu Contarato.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Líderes buscam acordo para votação de projeto sobre fake news



Da Redação | 29/06/2020, 13h41
A votação do projeto de lei que visa combater notícias falsas disseminadas pelas redes sociais (PL 2.630/2020) ainda está na pauta da sessão desta terça-feira (30) no Plenário, mas sem confirmação, segundo a agenda legislativa publicada no site do Senado. O impasse levou ao adiamento da reunião de líderes prevista para esta segunda, e sua remarcação para as 10h30 da terça-feira (30). A líder do Cidadania, senadora Eliziane Gama (MA), informou, no entanto, por meio da assessoria, que há entendimento para votação da matéria.
O projeto esteve na pauta da sessão da quinta-feira (25), mas a votação foi adiada por falta de consenso. O líder do MDB, senador Eduardo Braga (AM), explicou que a oposição de vários colegas se devia ao fato de terem pouco tempo para estudar o relatório ao projeto, apresentado na semana passada pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA). Assim, Braga propôs que a votação fosse transferida para permitir a adesão de mais senadores.

Discordâncias

Alguns parlamentares entendem que já é possível analisar o texto, mesmo sem discussão nas comissões, que estão com suas reuniões suspensas por conta da pandemia de coronavírus. Outra parcela de senadores, contudo, defende que o projeto seja votado somente na volta das reuniões presenciais, a fim de ampliar o debate. Paralelamente, um terceiro grupo já se manifestou contrário à medida.
Para o líder do PT, senador Rogério Carvalho (SE), as fake news "são armas de covardes, pessoas que precisam da mentira para viver na política”. Em sua conta no Twitter nesta segunda-feira, Carvalho completou: “Todo cidadão honesto precisa se empenhar em combater essa prática criminosa”.
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) defendeu que o assunto seja discutido presencialmente. Ele se manifestou nas redes sociais e disse que reforçou o apelo ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para retirada do projeto de pauta. No Twitter, Valério escreveu: “Que o bom senso prevaleça: se for votado, que seja derrubado. Não se pode votar mudança tão importante com o fígado”.
Já o líder do PSL, senador Major Olímpio (SP), tem um posicionamento contrário ao projeto. Para ele, apesar de as notícias falsas precisarem ser combatidas, o PL 2.630/2020 deve ser rejeitado. Em sua conta no Twitter, nesta segunda-feira (29), o senador afirmou que o texto significa a volta da censura. “Não ao PL 2.630. As fake news devem ser, sim, combatidas, mas não podemos aprovar nenhuma lei que censure as redes sociais e inviabilize a liberdade de expressão”.
O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) marcou para as 15h desta segunda-feira um debate ao vivo por meio de sua conta no Instagram, para tirar dúvidas dos internautas sobre o assunto.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Ministro Paulo Guedes fala à comissão mista da Covid-19 nesta terça-feira



Da Redação | 29/06/2020, 13h48
O ministro da Economia, Paulo Guedes, participará de uma audiência da comissão mista que analisa as medidas do governo durante a pandemia do novo coronavírus. A partir das 10h desta terça-feira (30), Guedes dará a senadores e deputados mais detalhes das últimas medidas governamentais para mitigar os efeitos das crises sanitária e econômica.
Será a segunda vez que Guedes falará aos parlamentares. Segundo o plano de trabalho do colegiado, o ministro deve comparecer a cada dois meses para prestar contas ao Congresso Nacional.
Na primeira participação, em 30 de abril, o ministro destacou as ações emergenciais do governo principalmente para evitar o desemprego em massa.
A comissão também já ouviu outros integrantes do primeiro escalão da área econômica do governo, como o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior; o presidente do BNDES, Gustavo Montezano; e o presidente do Banco do Brasil, Rubem de Freitas Novaes.
Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas Relacionadas ao Coronavírus é composta de seis senadores e seis deputados, com igual número de suplentes. Traduzir dados, números e informações técnicas para que a população possa conhecer o impacto da crise provocada pela pandemia na economia e na sociedade é também uma das tarefas da comissão.
O colegiado é presidido pelo senador Confúcio Moura (MDB-RO) e tem como relator o deputado Francisco Júnior (PSD-GO). O grupo parlamentar funcionará até o fim da decretação do estado de calamidade pública decorrente do coronavírus, previsto para 31 de dezembro de 2020.

COMO ACOMPANHAR E PARTICIPAR

Participe:
http://bit.ly/audienciainterativa
Portal e-Cidadania:
senado.leg.br/ecidadania
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Prorrogada MP que regulamenta benefícios e adia Lei de Proteção de Dados



Bárbara Gonçalves | 29/06/2020, 14h25
O presidente da Mesa do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, prorrogou por mais 60 dias a medida provisória que regulamenta o pagamento dos benefícios emergenciais criados para preservar a renda de trabalhadores que tiveram salário reduzido ou contrato de trabalho suspenso devido à pandemia do coronavírus. A MP 959/2020 também adia a entrada em vigor da Lei Geral da Proteção dos Dados Pessoais (LGPD — Lei 13.709, de 2018), de agosto deste ano para maio de 2021. O ato que oficializa a prorrogação foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (29).
De acordo com a MP, os benefícios (criados por uma medida provisória anterior, a MP 936/2020, que instituiu o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e Renda) serão custeados com recursos do Orçamento da União. Pelo texto, caberá ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal transferir os pagamentos para os bancos onde os trabalhadores beneficiados tenham conta bancária.
Isso valerá tanto no caso do benefício emergencial de R$ 600 mensais para empregados com contrato de trabalho intermitente quanto nos pagamentos de parte da remuneração para trabalhadores que tiveram salário e jornada de trabalho reduzidos ou os contratos suspensos temporariamente, para que não fossem demitidos. Nos casos de perda de salário, as parcelas referentes ao benefício não têm valor definido, podendo variar de R$ 261,25 a R$ 1.813,03, segundo o percentual de redução acordado. Já os contratos suspensos preveem o pagamento de 100% do valor do seguro-desemprego.
Ainda conforme a MP, cada empresa deverá informar ao governo os dados das contas bancárias de seus empregados, desde que tenham a concordância deles.  No caso dos beneficiados que não tenham conta bancária, caberá ao Banco do Brasil ou à Caixa abrir uma conta digital automática específica em nome de cada um, onde os pagamentos serão feitos. Para a abertura dessas contas, será dispensada a apresentação de documentos por parte dos trabalhadores e não será cobrada tarifa de manutenção. Mas nesses casos os beneficiados deverão estar atentos, pois se os recursos não forem movimentados em 90 dias voltarão para o governo.
A MP aguarda análise nos Plenários da Câmara e do Senado, que devem seguir o rito sumário de tramitação das medidas provisórias definido pelo Congresso Nacional em virtude da situação de calamidade pública.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senadores comemoram acordo de Brasil e Reino Unido para vacina contra a covid-19



Da Redação | 29/06/2020, 16h56
O governo federal anunciou que fechou um acordo com a Universidade de Oxford e um laboratório, ambos do Reino Unido, para a produção futura de uma vacina contra a covid-19. A notícia foi recebida com esperança e comemoração por vários senadores, que se manifestaram em redes sociais nos últimos dias. A vacina ainda está em desenvolvimento, mas já está sendo testada em voluntários brasileiros.
Para o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), a parceria é uma “ótima notícia”. Ele explica que o acordo prevê transferência de tecnologia para o Brasil.
O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) informou que o acordo envolve a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade de Oxford e a empresa biofarmacêutica AztraZeneca, e prevê a produção de 100 milhões de doses no Brasil assim que possível.
Na opinião do senador Eduardo Braga (MDB-AM), a notícia é boa, mas ele ressalta que a vacina ainda está em testes e que a população não pode relaxar o isolamento social e outras medidas de prevenção.
“É tudo com que mais sonhamos agora: uma vacina contra a covid-19! Mas não dá para comemorar por antecipação nem para afrouxar o isolamento e os cuidados para evitar o contágio. Ainda não está de fato comprovada a eficácia da vacina”, escreveu Eduardo Braga no Twitter.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) elogiou o governo pela iniciativa. Ela disse que essa vacina é, no momento, a mais promissora contra a covid-19: “Pandemia se combate com ciência e não com fake news”.
Os senadores Jorge Kajuru (Cidadania-GO), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Plínio Valério (PSDB-AM) também divulgaram a notícia em suas redes sociais.
Na semana passada, em audiência pública na comissão mista que acompanha as medidas do governo federal para o enfrentamento da pandemia de coronavírus, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, já havia adiantado aos parlamentares a assinatura do acordo.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado