quinta-feira, 25 de junho de 2020

Para a maioria dos senadores, o novo marco legal vai melhorar o saneamento básico no país



Augusto Castro | 24/06/2020, 21h34
Durante a sessão deliberativa remota desta quarta-feira (24), a maioria dos senadores disse acreditar que a aprovação do novo marco legal do saneamento básico vai melhorar a realidade do país. Entretanto, vários senadores também se mostraram céticos com a efetividade da medida, principalmente em relação ao alcance das melhorias e à situação futura das empresas públicas de saneamento com a entrada da iniciativa privada. O PL 4.162/2019 foi aprovado com 65 votos favoráveis e 13 contrários e segue para sanção presidencial.
O relator do projeto, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), afirmou que a modernização do sistema de saneamento básico brasileiro “é absolutamente necessária e urgente”. Ele ressaltou que, atualmente, cerca de 35 milhões de cidadãos não têm acesso a água tratada e mais de 100 milhões não são atendidos por coleta de esgoto.
— Metade da população brasileira! Essa precariedade de saneamento básico prejudica, fundamentalmente, os índices de desenvolvimento humano e resulta em imensos prejuízos, sociais — principalmente sociais – e econômicos. A Organização Mundial da Saúde estima que 15 mil pessoas morrem e 350 mil são internadas no Brasil todos os anos devido a doenças ligadas à precariedade do saneamento básico, situação agravada pela pandemia da covid-19 — disse Tasso.
O líder do Podemos, senador Alvaro Dias (PR), afirmou que o sistema de saneamento básico do Brasil “é medieval”, o que faz com que milhões de brasileiros não tenham direito à saúde. O líder do PSDB, senador Roberto Rocha (MA), acrescentou que saneamento básico é um tema que tem ligação direta com a questão da saúde pública.

Sem dogmatismo

Já o líder do PT, senador Rogério Carvalho (SE), não queria votar o projeto por entender que o novo marco legal precisava ser mais bem debatido pelos senadores. Entretanto, ele disse ser a favor de um novo marco regulatório para o saneamento, com participação da iniciativa privada.
— Não me oponho ao investimento privado na área de saneamento. Acho que o investimento público e o investimento privado precisam acontecer simultaneamente, não há dogmatismo da nossa bancada em relação a esse tema. Mas a nossa avaliação é de que este debate deveria ocorrer um pouco mais para frente, no sistema normal de deliberação, tempo em que estaríamos no pós-pandemia, quando se apresentaria o cenário claro de que marco regulatório nós vamos precisar para garantir que vamos ter a universalização do saneamento básico — ponderou Rogério Carvalho.
Em sua avaliação, as mudanças previstas pelo projeto poderão gerar desvalorização das empresas públicas de saneamento, o que pode prejudicar o patrimônio dessas estatais.
Também contrário à aprovação do PL, o líder do PDT, senador Weverton (MA), entretanto, disse reconhecer que o tema é urgente, mas deveria ser discutido com mais profundidade nas comissões permanentes do Senado.
— Sabemos que, infelizmente quanto às cidades pequenas, principalmente do Norte e do Nordeste, esses investimentos não vão chegar, como foi aqui falado. É um projeto que vai beneficiar os grandes centros, claro, onde as grandes empresas têm interesse de investir, mas no entorno nós vamos continuar ainda à margem, ainda na dificuldade e, quem sabe, não sabemos ainda nem mensurar o prejuízo que vamos ter quanto à questão da tentativa de levar a política de saneamento de água para essas cidades menores e menos assistidas no país — afirmou Weverton.

Empresas públicas

O senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) disse ter as mesmas preocupações de Rogério Carvalho e Weverton sobre a situação em que ficarão as empresas públicas de saneamento e sobre se a universalização do serviço vai mesmo chegar “aos rincões, aos grotões” do país.
Por sua vez, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), disse que o PL do novo marco regulatório do saneamento é um dos projetos mais importantes que já passou pelo Senado. Presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), Contarato disse ser óbvio que o atual sistema de saneamento do país está falhando, já que mais de 100 milhões de cidadãos não têm coleta de esgoto e 35 milhões não têm acesso a água tratada.
— No meio ambiental, o equivalente a seis mil piscinas olímpicas de esgoto são jogados na natureza diuturnamente — disse Contarato.
O senador Telmário Mota (RR), líder do Pros, também registrou os grandes números de brasileiros que não têm água tratada e esgotamento sanitário em suas residências. Também líder partidário no Senado, o senador Major Olimpio (PSL-SP) disse que o Brasil está muitos anos atrasado na regulação do saneamento, medida esperada por mais de 100 milhões de pessoas.
O líder do MDB, senador Eduardo Braga (AM), afirmou que o saneamento básico é a área mais carente da infraestrutura brasileira e, por isso, um novo marco regulatório é necessário. Entretanto, ele advertiu que o Brasil tem enorme território, com estados que têm realidades completamente diferentes. Os estados do Amazonas e Pará, exemplificou, são muito grandes e têm população dispersa, o que mostra a necessidade de encarar o saneamento de forma regionalizada.
— Nós vamos, em medidas provisórias ou em projetos de lei autônomos, buscar as garantias que precisamos dar para que as pequenas cidades, mais pobres, com IDHs mais baixos, e que não terão atratividade econômico-financeira para o investimento privado, estas cidades possam receber, ou através da prefeitura, ou através do estado, de alguma maneira, pela política pública, investimentos para garantir a esses brasileiros acesso à água e ao esgotamento sanitário — acrescentou Eduardo Braga.

"Sessão histórica"

Conduzindo a votação remota direto de sala no Prodasen, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, a votação do novo marco regulatório do saneamento mostra que a Casa “deseja diminuir as desigualdades em um momento de pandemia, de crise na saúde pública”.
— Saneamento é saúde; água tratada é vida; combater a covid é votar essa matéria, sancionar essa matéria e construir um Brasil mais promissor e mais justo — disse Davi ao pedir aos demais senadores que o projeto fosse aprovado sem modificações, para que pudesse seguir direto para sanção presidencial sem precisar voltar para a Câmara.
Para Davi Alcolumbre, a sessão foi histórica.
— Todos nós teremos guardada na memória, no coração e nos Anais desta Casa, esta sessão histórica remota, votando uma matéria aguardada há décadas por milhões de brasileiros. Água é vida; saúde é vida. E a matéria deliberada na sessão de hoje protege a vida dos brasileiros no momento histórico de pandemia, quando já mais de 53 mil brasileiros perderam as suas vidas — afirmou o presidente do Senado.

Desmatamento e destruição dos biomas

Líder do PSD, o senador Otto Alencar (BA) advertiu para a importância de o Brasil não permitir a destruição dos biomas Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Floresta Amazônica.
— Porque, no momento em que se desmata, deixa-se de produzir água para alimentar os rios que nutrem as bacias e também as barragens para a distribuição de água. Isso é muito importante e o Congresso Nacional vai ter que fazer uma legislação para não permitir esse desmatamento desenfreado que está acontecendo no nosso país — alertou Otto Alencar.
Ele também ressaltou a necessidade de os parlamentares aprovarem projetos futuramente para dar garantias de subsistência e competitividade às empresas estatais de saneamento, para que elas não percam a capacidade de ofertar água nas regiões mais necessitadas.
O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) disse ter esperança de que o novo marco do saneamento poderá fazer com que o país consiga universalizar o serviço até 2033. O líder o DEM, senador Rodrigo Pacheco (MG), comemorou a votação.
— O marco legal do saneamento, agora, que permite a entrada da iniciativa privada para que haja o saneamento básico no Brasil, com universalização e acesso a todos os municípios e a todas as pessoas do Brasil, é algo realmente muito importante para a saúde pública, para a profilaxia, para a dignidade de pessoas que não têm acesso a esse saneamento — disse Rodrigo Pacheco.

Metas obrigatórias

A senadora Kátia Abreu (PP-TO) registrou que o projeto prevê metas obrigatórias para as empresas de saneamento, públicas ou privadas, que serão fiscalizadas todos os anos pela Agência Nacional de Águas (ANA). A senadora citou dados segundo os quais a cada R$ 1 bilhão investidos na área, 60 mil postos de trabalho são gerados.
— Com essa situação, o poder público vai ficar dispensado desses investimentos, mas, ao mesmo tempo, vai ter recursos para poder investir na tarifa social, a exemplo da energia elétrica. Então, vai o dinheiro direto na veia de quem precisa. Em vez de o poder público fazer gratuitamente para todo mundo, e todo mundo ser beneficiado, até mesmo os mais ricos, nós vamos agora poder, com a tarifa social, fazer com que as pessoas mais humildes, com renda menor, possam ter essa tarifa, a exemplo da energia — disse Kátia Abreu.

Aumento de tarifas

Já o senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) manifestou ceticismo quanto ao projeto. Em sua opinião, a privatização da empresa de energia elétrica de Roraima não deu bons resultados. Para ele, a privatização sanitária vai aumentar os valores da conta de água e da tarifa de esgotamento.
— A privatização resultou na demissão de centenas de servidores e na entrega de um patrimônio avaliado em mais de R$ 1 bilhão por míseros R$ 50 mil! Hoje, o roraimense paga a tarifa de energia mais cara do Brasil pelo pior serviço prestado pela empresa dos amigos do ex-senador Romero Jucá. O pior serviço de energia e o mais caro do Brasil são prestados no estado de Roraima. Não é difícil imaginar qual o destino que terá o setor de água e saneamento em nosso estado. A privatização vai entregar o filé para as empresas privadas, que é a capital, Boa Vista, mas o interior do estado ficará à mercê, sem água, sem saneamento básico e dependendo de investimentos públicos federais ou do estado, e sabemos que neste momento não há recursos disponíveis — afirmou Mecias de Jesus.

Retomada do crescimento

Por sua vez, o líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou que a modernização do sistema de saneamento básico é urgente e necessário, mas os recursos públicos são insuficientes para garantir a universalização do serviço.
— O país atravessará uma dura crise em decorrência da pandemia, e a retomada do crescimento econômico passa por um forte programa de investimentos públicos e privados. Esse marco legal é bom para as empresas estaduais, é bom para o investimento privado, só não é bom para a empresa pública ineficiente. O objetivo desse projeto é ampliar os mecanismos que levem à expansão da rede, inclusive por meio da prestação regionalizada dos serviços. Esse é o caminho para recuperar o tempo perdido e modernizar um setor estratégico para alavancar a economia brasileira — disse Bezerra.
O senador Cid Gomes (PDT-CE) observou que, mesmo com um novo marco legal, o saneamento básico só vai ser universalizado se contar com maciços investimentos públicos, principalmente para garantir uma tarifa social para os menos favorecidos.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senado confirma para esta quinta-feira votação de projeto sobre fake news



Da Redação | 24/06/2020, 21h41
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, confirmou para esta quinta-feira (25) a votação do projeto que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet (também conhecida como Lei das Fake News). Esse projeto visa combater a disseminação de notícias falsas pela internet e desestimular a manipulação de informações que possa provocar danos individuais ou coletivos.
É a quarta vez que o PL 2.630/2020, de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) entra em pauta. O texto foi sucessivamente adiado para que o relator da matéria, senador Angelo Coronel (PSD-BA), pudesse fazer ajustes em seu relatório.
Também está na pauta da sessão deliberativa remota desta quinta-feira, que começa às 16h, a votação da Medida Provisória 923/2020, que autoriza o sorteio de prêmios pelas redes nacionais de televisão aberta. Conhecidos como telejogos, esses sorteios eram comuns na década de 1990, mas foram proibidos por decisão judicial em 1998. O senador Omar Aziz (PSD-AM) é o relator dessa medida provisória.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Davi Alcolumbre comemora aprovação de marco do saneamento



Da Redação | 24/06/2020, 21h53
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, comemorou a aprovação do novo marco legal do saneamento básico. O Projeto de Lei (PL) 4.162/2019, que cria esse marco legal, foi aprovado pelo Senado nesta quarta-feira (24) e seguirá para a sanção presidencial. Além de prorrogar o prazo para o fim dos lixões, o texto facilita a privatização de estatais do setor, o que, segundo o presidente do Senado, vai melhorar a qualidade de vida de milhões de brasileiros.
— Dar condições de acesso a água e esgoto, tão importantes para preservar a vida dos brasileiros, virá da iniciativa privada, com uma legislação que dá segurança jurídica e tranquilidade para investidores, que concilia essa necessidade e essa carência com mais recursos, mais investimentos, mais empregos e melhor qualidade de vida para os brasileiros — afirmou o presidente após a votação.
Para Davi, a aprovação do projeto é um marco na história do país e traz uma solução aguardada há décadas por milhões de brasileiros que não têm saneamento e água tratada em casa. O acesso ao saneamento básico, na visão do presidente do Senado, é ainda mais importante em tempos de pandemia.
O presidente do Senado declarou que a conquista é dividida com os 513 deputados federais e 81 senadores, que não fugiram à responsabilidade, em um debate republicano que rendeu a aprovação da matéria pela grande maioria. Ele agradeceu ao relator do texto, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), e disse que conversará com o presidente Jair Bolsonaro para que a sanção seja feita em um ato que marque a importância do texto.
— É preciso mostrar para a sociedade brasileira tudo o que a gente debateu no Parlamento de forma clara, franca e honesta. Não é só uma sanção, uma assinatura em um documento ou uma publicação. É uma virada de página na história do Brasil.

Fake News

Ele também confirmou para esta quinta-feira (25) a votação do projeto de lei de combate às notícias falsas (PL 2.630/2020). De acordo com o presidente do Senado, a liberdade de expressão não pode se confundir com a violência e as ameaças que milhares de pessoas sofrem todos os dias nas redes sociais. Para ele, o Senado precisa zelar pela proteção da liberdade da expressão, mas com um olhar atento às agressões.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senado aprova novo marco legal do saneamento básico



Da Redação | 24/06/2020, 22h06
Em sessão remota nesta quarta-feira (24), o Senado aprovou o novo marco legal do saneamento básico (PL 4.162/2019). O projeto é de iniciativa do governo, foi aprovado em dezembro do ano passado na Câmara dos Deputados e agora segue para a sanção presidencial. A matéria baseia-se na Medida Provisória (MP) 868/2018, que perdeu a validade sem ter sua apreciação completada no Congresso Nacional em 2019. Assim, o governo enviou ao Legislativo um projeto com o mesmo tema.
O texto prorroga o prazo para o fim dos lixões, facilita a privatização de estatais do setor e extingue o modelo atual de contrato entre municípios e empresas estaduais de água e esgoto. Pelas regras em vigor, as companhias precisam obedecer a critérios de prestação e tarifação, mas podem atuar sem concorrência. O novo marco transforma os contratos em vigor em concessões com a empresa privada que vier a assumir a estatal. O texto também torna obrigatória a abertura de licitação, envolvendo empresas públicas e privadas.
acesso_saneamento.jpgForam apresentadas 86 emendas ao projeto. Mas o relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), acatou apenas uma, de autoria do Senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que torna mais precisa uma referência legal, sem alteração de mérito. Pelo projeto, os contratos deverão se comprometer com metas de universalização a serem cumpridas até o fim de 2033: cobertura de 99% para o fornecimento de água potável e de 90% para coleta e tratamento de esgoto.
— Universalizar os serviços de água e esgoto até 2033 tem múltiplas dimensões. Saneamento tem efeito multiplicador na geração de empregos, saúde, educação e melhoria da qualidade de vida das pessoas — argumentou o relator.
De acordo com Tasso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que, para cada R$ 1 investido em saneamento, gera-se uma economia de R$ 4 em gastos com saúde. A OMS também estima que, anualmente, 15 mil pessoas morram e 350 mil sejam internadas no Brasil devido a doenças ligadas à precariedade do saneamento básico. O relator ainda destacou que a situação foi agravada pela pandemia do coronavírus. Segundo o senador, a atual crise torna ainda mais urgentes as mudanças propostas. Ele lembrou que cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada e metade da população não tem serviços de coleta de esgoto.
— Essa modernização é absolutamente necessária e urgente. O modelo institucional do setor precisa ser otimizado de modo a superar os graves índices hoje observados no Brasil — declarou.

Vetos

O líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), anunciou o compromisso do governo com três vetos. Um deles (art. 14, § 1º) é sobre o item que trata da alienação de controle de empresa estatal prestadora, que determina que a conversão de contrato de programa em contrato de concessão não necessariamente precisa do consentimento do titular. O senador Tasso Jereisatti havia pedido o veto desse ponto, por entender que a dispensa da anuência dos municípios não contribui para a evolução do marco regulatório.
O outro veto será colocado na previsão de que os loteadores possam ser reembolsados das despesas com infraestruturas que não se destinem exclusivamente a atender o próprio empreendimento, mas representem antecipação de investimentos de responsabilidade da prestadora dos serviços de saneamento (art. 7º). Nesse ponto, Tasso disse entender que o dispositivo é um desincentivo ao adensamento das cidades e poderia ser interpretado como enriquecimento sem causa dos loteadores.
Bezerra ainda confirmou que atendeu uma demanda do senador Major Olímpio (PSL-SP) para o veto do item que trata de delegação, convênios e instituição de fundos (art. 20). Ele ainda elogiou o trabalho de Tasso Jereissati e o entendimento entre as lideranças para a aprovação do texto final. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também exaltou o trabalho do relator e disse que o Senado viveu um momento histórico com a aprovação da matéria.
— É um importante projeto, que pode reduzir as desigualdades. Saneamento é saúde. Esse assunto está represado há pelo menos três décadas em nosso país — declarou Davi.
Antes do início da votação, houve uma questão de ordem, apresentada pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE), para suspender a apreciação da matéria. O presidente Davi não acatou o questionamento e teve sua posição confirmada pelo Plenário. Por acordo, os destaques apresentados foram retirados e o projeto aprovado, com 65 votos a favor e 13 contrários.

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Contratos

Hoje, as cidades firmam acordos direto com empresas estaduais de água e esgoto, sob o chamado contrato de programa. Os contratos contêm regras de prestação e tarifação, mas permitem que as estatais assumam os serviços sem concorrência. O novo marco extingue esse modelo, transformando-o em contratos de concessão com a empresa privada que vier a assumir a estatal, e torna obrigatória a abertura de licitação, envolvendo empresas públicas e privadas.
Pelo projeto, os contratos de programa que já estão em vigor serão mantidos e, até março de 2022, poderão ser prorrogados por 30 anos. No entanto, esses contratos deverão comprovar viabilidade econômico-financeira, ou seja, as empresas devem demonstrar que conseguem se manter por conta própria — via cobrança de tarifas e contratação de dívida.
Os contratos também deverão se comprometer com metas de universalização a serem cumpridas até o fim de 2033: cobertura de 99% para o fornecimento de água potável e de 90% para coleta e tratamento de esgoto. Essas porcentagens são calculadas sobre a população da área atendida.
Outros critérios também deverão ser atendidos, como não interrupção dos serviços, redução de perdas e melhoria nos processos de tratamento. O cumprimento das metas será verificado periodicamente e as empresas que estiverem fora do padrão poderão sofrer sanções do órgão regulador federal, a Agência Nacional de Águas (ANA). Como sanção, essas empresas não poderão mais distribuir lucros e dividendos, se for o caso.

Blocos de municípios

Outra mudança se dará no atendimento aos pequenos municípios do interior, com poucos recursos e sem cobertura de saneamento. Hoje, o modelo funciona por meio de subsídio cruzado: as grandes cidades atendidas por uma mesma empresa ajudam a financiar a expansão do serviço nos municípios menores e mais afastados e nas periferias.
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Já o projeto aprovado determina, para esse atendimento, que os estados componham grupos ou blocos de municípios, que contratarão os serviços de forma coletiva. Municípios de um mesmo bloco não precisam ser vizinhos. O bloco, uma autarquia intermunicipal, não poderá fazer contrato de programa com estatais nem subdelegar o serviço sem licitação. A adesão é voluntária: uma cidade pode optar por não ingressar no bloco estabelecido e licitar sozinha.

Subsídios e lixões

Famílias de baixa renda poderão receber auxílios, como descontos na tarifa, para cobrir os custos do fornecimento dos serviços, e também poderão ter gratuidade na conexão à rede de esgoto. O projeto estende os prazos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305, de 2010) para que as cidades encerrem os lixões a céu aberto. O prazo agora vai do ano​ de 2021 (era até 2018), para capitais e suas regiões metropolitanas, até o ano de 2024 (era até 2021), para municípios com menos de 50 mil habitantes.

Papel federal

A regulação do saneamento básico vai ficar a cargo da ANA, mas o texto não elimina as agências reguladoras de água locais. O projeto exige que os municípios e os blocos de municípios implementem planos de saneamento básico e a União poderá oferecer apoio técnico e ajuda financeira para a tarefa. O apoio, no entanto, estará condicionado a uma série de regras, entre as quais, a adesão ao sistema de prestação regionalizada e à concessão ou licitação da prestação dos serviços, com a substituição dos contratos vigentes.
O projeto ainda torna ilimitada a participação da União em fundos de apoio à estruturação de parcerias público-privadas (PPPs), para facilitar a modalidade para os estados e municípios. Atualmente, o limite de participação do dinheiro federal nesses fundos é de R$ 180 milhões.
Para melhorar a articulação institucional entre os órgãos federais que atuam no setor, será criado o Comitê Interministerial de Saneamento Básico (Cisab), colegiado que, sob a presidência do Ministério do Desenvolvimento Regional, terá a finalidade de assegurar a implementação da política federal de saneamento básico e de coordenar a alocação de recursos financeiros.

 Tarifas

Os municípios e ​o Distrito Federal deverão passar a cobrar tarifas sobre outros serviços de asseio urbano, como poda de árvores, varrição de ruas e limpeza de estruturas de drenagem de água da chuva. Se não houver essa cobrança depois de um ano da aprovação da lei, isso será considerado renúncia de receita e o impacto orçamentário deverá ser demonstrado. Esses serviços também poderão integrar as concessões.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Ibaneis nomeia ex-diretor do Hran para Subsecretaria de Atenção à Saúde

SAÚDE DF
Gustavo Bernardes assume o cargo de Luciano Moresco Agrizzi em pasta estratégica para o combate à pandemia


Tiraram meus poderes', diz Ibaneis sobre decisão judicial que ...
REPRODUÇÃO G1 DF


O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), decidiu exonerar o subsecretário de Atenção à Saúde, Luciano Moresco Agrizzi, nesta terça-feira (23/6). Para o cargo, o chefe do Executivo nomeou o médico Gustavo Bernardes, ex-diretor do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) em 2019. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial (DODF).
Gustavo Bernardes foi exonerado do cargo da diretoria do Hran em março de 2019. À época, Ibaneis expôs decisão em uma rede social. “Lamento ter de exonerar pessoas que deveriam estar cumprindo com suas obrigações”, disse, em publicação. A Secretaria da Saúde também explicou que "as exonerações ocorreram por quebra de confiança dos ocupantes dos cargos, que são de livre provimento". 

Agora, o novo subsecretário assume uma das linhas de frente da Secretaria de Saúde, que tem como objetivo promover o primeiro nível de atenção em saúde ao cidadão e é um dos cargos estratégicos durante a ação de combate à pandemia do novo coronavírus. 


FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

Governador faz blitz em quatro cidades nesta quarta-feira (24)

DF

Ibaneis Rocha sentiu clima e necessidades das regiões administrativas do Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Recanto das Emas e Santa Maria

Além da vistoria em obras, ideia da visita é levantar problemas e necessidades das regiões administrativas | Foto: Renato Alves / Agência Brasília
O governador Ibaneis Rocha voltou às ruas do Distrito Federal nesta quarta-feira (24) para visitar cidades e ficar ainda mais perto da população. Depois de visitar São Sebastião e Paranoá na terça (23), desta vez ele passou por Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Recanto das Emas e Santa Maria a fim de fiscalizar obras e levantar problemas e necessidades desses locais.
O passeio teve início no Riacho Fundo. Na região administrativa, o chefe do Executivo percorreu quadras da cidade e se dirigiu ao Centro de Saúde nº 3. Lá, conversou com profissionais de saúde e ouviu sobre demandas. Ele prometeu estender o contrato dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de vigilância ambiental após um pedido de duas funcionárias. Na cidade, também sinalizou a ampliação da Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade, que é de pequeno porte.
“Estamos aqui olhando os equipamentos públicos e verificando as necessidades juntos dos secretários para trabalharmos juntos”, destacou o chefe do Executivo, acompanhado dos titulares da Saúde, Francisco Araújo; da Economia, André Clemente; e de Esporte e Lazer, Celina Leão.
No Riacho Fundo II, equipe do GDF visitou posto de Saúde da Família abandonado | Foto: Renato Alves / Agência Brasília
No Riacho Fundo II, um olhar aguçado para a saúde. Ibaneis visitou as obras da Unidade Básica de Saúde (UBS) e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), ambas com previsão de entrega em 2021.
Ele também ouviu dos moradores a necessidade de uma agência bancária na cidade. O pedido foi prontamente aceito e uma agência do Banco de Brasília (BRB) será viabilizada na região administrativa. Enquanto conversava com moradores, o chefe do Executivo distribuiu máscaras. “Em tempos de Covid-19 trabalhamos juntos para a comunidade crescer unida”, disse o governador.
Ainda no Riacho Fundo II, Ibaneis verificou as condições do posto de Saúde da Família, que está abandonado. Localizado na QN 8D, o espaço será demolido e reconstruído do zero.
Palavra de ordem no governo é retomar obras interrompidas em outras gestões e reaproveitar material inutilizado em depósitos | Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília
No Recanto das Emas e em Santa Maria, o chefe do Executivo guiou o carro por quadras para ver as condições e limpeza das ruas. Ibaneis também passou por equipamentos públicos para verificar as condições de uso.
Na terça-feira (23), Ibaneis esteve em São Sebastião e no Paranoá vistoriando obras. Nesta visita, ele verificou a necessidade de reparos em pistas, meios-fios, podas e outras necessidades.
O chefe do Executivo tem feito essas visitas-surpresa em várias cidades do DF. Há pouco mais de um mês, por exemplo, ele esteve em Ceilândia e Brazlândia para conferir o andamento das obras das UPAs destas regiões administrativas.No Paranoá Parque, viu de perto o andamento das obras da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e da Unidade Básica de Saúde (UBS), que vão reforçar o atendimento à população da chamada Região Leste de Saúde. Em frente à obra da UBS, ao lado do administrador do Paranoá, Sérgio Damasceno, o governador anunciou a assinatura de decreto que regulariza moradias na cidade. Esta medida vai beneficiar 65 mil famílias.

FONTE: AGÊNCIA BRASÍLIA

Preços no mercado de suínos ficam praticamente estáveis

AGRO
Suíno - tudo o que você precisa saber sobre suinocultura
FOTO: REPRODUÇÃO
O mercado de suínos apresentou cotações, na maioria, estáveis nesta quarta-feira (24). De acordo com análise do Cepea/Esalq, a primeira quinzena do mês trouxe recuperações para os preços, aliado ao fato da flexibilização da economia em alguns Estados, o que ajudou ans vendas.
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF permaneceu com preço estável em R$ 86,50/R$ 89,50, assim como a carcaça especial, cotada em R$ 7/R$ 7,20. 
Segundo informações do Cepea/Esalq, referente a terça-feira (23), houve aumento no preço do animal vivo no Paraná, na ordem de 0,24%, chegando em R$ 4,21/kg, e em Santa Catarina, de 0,72%, fechando em R$ 4,19/kg. 
Ficaram estáveis os preços do quilo do animal vivo em Minas Gerais (R$ 5,28/kg), Rio Grande do Sul (R$ 4,15/kg), e em São Paulo (R$ 4,78/kg).

Fonte:
 Notícias Agrícolas

Dia do Leite: veja a rotina de quem se orgulha de produzir o alimento

AGRO
O trabalho para levar o alimento para a mesa do brasileiro começa já na madrugada, com a primeira ordenha do dia, e envolve muito planejamento e cuidado com os animais
ALERGIA AO LEITE DE VACA PODE PROVOCAR PROBLEMAS NA PELE ...
FOTO: REPRODUÇÃO

O dia 24 de junho foi a data escolhida pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação para comemorar o Dia Internacional do Leite, instituído com o objetivo de informar a importância do consumo de leite e seus derivados para a saúde. E para refletir sobre essa importante cadeia produtiva, vamos mostrar a realidade de uma propriedade na cidade de Araruna, no interior do Paraná, onde o pecuarista Josemar Bassani produz cerca de 75 mil litros de leite por mês e é um exemplo de gestão e planejamento no setor.
“Nós estamos com 82 animais em lactação, tendo cada um a média de 30 litros de leite por dia, onde é retirado o leite, posto no resfriador e, a cada dois dias, o caminhão passa recolhendo esse leite e levando para o laticínio”, disse o produtor.
Para garantir a produtividade, os trabalhos por lá começam bem cedo. A ordenha das vacas é feita duas vezes ao dia e a atividade dura aproximadamente duas horas. “Enquanto muitos ainda estão em seus lares, nós já estamos trabalhando aqui no sítio. Começamos às 5h, tocando as vacas para sala de ordenha para começar o retiro da parte da manhã. Lá fazemos a limpeza dos fenos, dos animais, para depois retirar o leite”, completou.
Em Santa Rita de Caldas (MG), Minas Gerais, o produtor Eilton Ferreira Silva possui 40 animais e produz 400 litros de leite por dia. Mas pretende aumentar a produção no futuro. “No final do ano estou querendo aumentar minha produção para 700 litros de leite. As novas instalações ficaram prontas há um mês e estou animado”, disse.
O trabalho na propriedade de Eilton também começa bem cedo, e às 5h ele já se prepara para ordenhar as vacas. O produtor afirma que mesmo com o serviço trabalhoso, gosta muito do que faz./ e ainda deixa um pedido aos brasileiros. “Queria que todos valorizassem mais o que a gente faz, porque é muita dedicação e, apesar das dificuldades, a gente acredita que dias melhores vão acontecer.”

FONTE: CANAL RURAL




Gurgacz defende rejeição de cinco vetos à lei que libera crédito a produtores rurais



Da Rádio Senado | 24/06/2020, 17h55
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO)  defendeu nesta quarta-feira (24) a rejeição de cinco vetos feitos pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, na Lei 13.986, de 2020, que trata do crédito e financiamento de dívidas de produtores rurais. É o resultado da aprovação do projeto de lei de conversão da Medida Provisória (MP) 897/2019, conhecida como MP do Agro. Para Gurgacz, o Congresso precisa analisar esses vetos em regime de urgência.
O parlamentar lembrou que o primeiro veto se refere a um dispositivo que exclui determinadas dívidas do empregador rural, pessoa física ou cooperativa. Já o segundo trata de um trecho que limita taxas cobradas por cartórios nos registros necessários para a contratação de crédito rural.
— O que se verifica na prática vigente é uma diferença absurda entre valores praticados em cada estado por um mesmo registro, que variam de R$ 82,00 a R$ 10 mil, dependendo do estado que for. Não há razão alguma que justifique o mesmo serviço ter custos tão diferentes entre unidades da Federação — afirmou.
Acir Gurgacz lamentou o veto integral do artigo 57 do projeto de lei de conversão. Ele estende a redução de alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins a arranjos de comercialização de produtos no âmbito do Pronaf, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.
O quarto veto incide sobre dispositivos que facilitam a renegociação e a quitação de dívidas, prorrogando os prazos para o pagamento do crédito rural. Por último, o artigo 60 foi integralmente vetado. Ele pretende reduzir a base de cálculo do tributo incidente sobre receitas de crédito de descarbonização dos produtores ou importadores de biocombustível. 
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senadores pedem adiamento de votação do PL das fake news, mas Davi o mantém na pauta



Da Redação | 23/06/2020, 19h55 - ATUALIZADO EM 23/06/2020, 20h40
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, confirmou que o projeto de lei de combate às notícias falsas (PL 2.630/2020) será votado nesta quinta-feira (25). O projeto ainda não tem um texto final, que deverá ser apresentado na véspera pelo relator, senador Angelo Coronel (PSD-BA).
Davi afirmou que a votação fará da quinta-feira “um dia histórico” para o Congresso Nacional e para a sociedade brasileira.
— Votaremos este projeto que vai nortear as mídias sociais, colocando um freio de arrumação nas agressões, ameaças, violências e ofensas que milhões de brasileiros sofrem nas redes. Estamos construindo uma proposta que possa conciliar a liberdade de expressão mas, acima de tudo, preservar a integridade dos brasileiros — disse Davi.
A votação do PL 2.630 enfrenta resistência de parte dos parlamentares. Nesta terça-feira (23), o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) apresentou requerimento pedindo o adiamento da votação do projeto. Nas redes sociais, outros senadores apoiaram a ideia, argumentando que o tema precisa de mais discussão.
“Um projeto tão polêmico como esse, que interfere na vida de mais de 170 milhões de brasileiros, não pode deixar de ser amplamente discutido na Comissão de Constituição e Justiça [CCJ]”, defendeu o senador em uma postagem.
Tanto a versão original quanto as modificações já antecipadas pelo relator têm sido criticadas por especialistas em direitos na internet, por criarem riscos à liberdade de expressão, à privacidade dos usuários e à inclusão digital.
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) defendeu que o projeto só seja votado após o fim da pandemia de covid-19, para que os senadores concentrem as suas votações em medidas de enfrentamento à doença. Ele também alertou contra uma abordagem “passional” do tema.
“Especialistas reforçam risco de perseguição política, entre outras brechas e falhas. Defendo amplo e desapaixonado debate antes da votação. Reafirmo que se for obrigado a votar o projeto nesta quinta, voto contra”, ressaltou.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) enfatizou que a ideia não é abandonar o projeto, mas eliminar os pontos controversos e produzir um texto melhor.
“Vamos trabalhar para que se construa uma proposta de maior consenso, focada no respeito à liberdade de expressão. É um tema sensível que merece muito cuidado”, assinalou.

Apoio

Durante a sessão remota desta terça-feira, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que espera ver o projeto aprovado ainda nesta semana. Para ele, não existe conflito entre o policiamento das redes sociais contra atividades manipuladoras e a garantia da liberdade dos usuários.
— É perfeitamente possível garantirmos a liberdade de expressão e termos mecanismos para responsabilizar aqueles que utilizam robôs, realizam disparos em massa e impulsionamento. Na eventualidade de cometimento de crime, que se possa estabelecer um rastreamento e identificar os responsáveis.
O apoio ao PL 2.630 é evidenciado pelas emendas apresentadas a ele. Até a tarde desta terça-feira foram 85. Muitas propõem o endurecimento das medidas contidas no texto original.
Os senadores Rose de Freitas (Podemos-ES), Nelsinho Trad (PSD-MS), Dário Berger (MDB-SC) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO), por exemplo, sugerem a exigência de que as contas em plataformas virtuais sejam lastreadas em documentação e foto dos seus titulares. Já Rogério Carvalho (PT-SE), Paulo Paim (PT-RS) e Jader Barbalho (MDB-PA) defendem a criação de canais de denúncias para a identificação e exclusão de conteúdos considerados fraudulentos. Jader, além disso, quer a inclusão do crime de “disseminação de desinformação” no Código Penal.
Nelsinho Trad propõe que os conteúdos removidos das redes sejam removidos também dos mecanismos de busca da internet. Por sua vez, Styvenson Valentim (Podemos-RN) defende a remoção não apenas do material considerado falso mas também da conta ou perfil responsável pela sua publicação.
Fabiano Contarato (Rede-ES) quer estender as regras do projeto a todas as redes sociais, e não apenas àquelas com mais de dois milhões de usuários (como prevê o texto atualmente). Contarato também propõe medidas de restrição à publicidade digital em portais identificados como distribuidores de fake news.
Conteúdo
O PL 2.630 estabelece regras para o uso e a operação de redes sociais e serviços de mensagem privada via internet, com o objetivo de combater a disseminação de conteúdos falsos e manipulados. Na sua versão original, ele determina que as plataformas excluam conteúdos a partir da intervenção de verificadores independentes (fact-checkers), que classificarão material como falso, manipulado ou desinformativo.
Esse é o ponto mais polêmico do projeto até agora. A regra é vista como uma forma de censura. O senador Reguffe (Podemos-DF), por exemplo, declara ser contra a medida.
“Uma coisa é punir quem comprovadamente calunia alguém, a legislação atual já prevê indenização. Outra coisa é criar um comitê para analisar conteúdo. Não concordo de jeito nenhum. Isso abre uma brecha perigosa para cerceamento da liberdade de expressão”, publicou ele nas suas redes sociais.
O autor da iniciativa, senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), já pediu a retirada desses pontos. Numa emenda ao projeto, ele afirmou que não vê risco às liberdades na sua redação original, mas solicita mudanças para eliminar os receios. A nova versão proposta por ele proíbe expressamente que as plataformas removam conteúdo sob a alegação de fake news. As intervenções ficariam restritas a contas e perfis considerados inautênticos e à distribuição de conteúdo em massa ou mediante pagamento.
O senador Angelo Coronel sinalizou que vai aceitar a solicitação. Por outro lado, entre os pontos do projeto que ele deve recrudescer está o cadastramento de usuários nas redes sociais e serviços de mensagens, que deverá trazer a exigência de identificação por documentação. Coronel também quer incluir regras para o rastreamento da origem de mensagens consideradas danosas, exigindo o registro de todo o seu trajeto de compartilhamentos até a fonte original.

“Solidariedade”

Durante a sessão deliberativa desta terça-feira, o presidente Davi Alcolumbre e o Plenário manifestaram solidariedade ao senador Nelsinho Trad, que relatou ter sido vítima de uma notícia falsa no início desta semana. O ex-deputado federal Roberto Jefferson afirmou em rede social que parentes do senador teriam recebido o auxílio emergencial do governo federal, destinado a cidadãos de baixa renda. Trad afirmou que a acusação é falsa e que prestaria queixa à Polícia Federal.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado