sábado, 4 de abril de 2020

Pesquisadores da USP lançam plataforma de compartilhamento de insumos




Ferramenta auxilia cientistas que desenvolvem estudos sobre covid-19

Publicado em 04/04/2020 - 08:00 Por Letycia Bond - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) criaram uma plataforma digital, denominada SocialLab, para facilitar o compartilhamento de insumos, como reagentes e linhagens celulares.
Entre os principais obstáculos enfrentados por cientistas estão a burocracia para a aquisição dos materiais, o valor elevado para compra e também a demora na entrega, já que muitos insumos precisam ser importados. 
A falta de insumo pode levar ao cancelamento de pesquisas, cujos resultados acabariam se revertendo em benefício à sociedade. No contexto da pandemia de covid-19, os atrasos tendem a piorar, com a redução da malha aérea.
A proposta da SociaLab é simples: quem estiver precisando de um insumo, ou tiver algum disponível, registra na plataforma. Na mensagem, devem ser informados o item desejado, a quantidade e dados para contato, para facilitar a comunicação. Após cruzar informações, usuários com compatibilidade entre oferta e procura podem combinar os detalhes do envio do produto. 
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Células neuronais pesquisadas pela UNB - Robson Moura/TV Brasil
Como a plataforma é gratuita, o único gasto gerado é relativo à postagem do material, que fica por conta da pessoa que solicitou a doação. No total, até a última quarta-feira (31), já haviam sido cadastrados cerca de 90 laboratórios de todo o país, na base da plataforma.
A plataforma foi idealizada pelo professor Lucio de Freitas Junior, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP. Ele conta que vem aperfeiçoando a ideia há três anos e que "foi feita a muitas mãos", pois acolheu sugestões apresentadas por pessoas da comunidade universitária.

Para ter, compartilhar

O professor diz que a ação tem despertado o interesse de reitores de diversas universidade e instituições de pesquisa de outros países. Para ele, a execução foi agora possível em decorrência de uma nova mentalidade do mundo como um todo, que agora se voluntaria a se organizar de forma diferente, com mais inclinação à partilha.
"A gente tem que se adaptar a condições mais rápidas, mais dinâmicas, não pode ficar perdendo tempo com bobagem. A gente tem que racionalizar o dinheiro de uso público, não por ser altruísta, porque é uma coisa bonita de ser, mas porque é o mais inteligente. Quem ajuda é ajudado", pondera, acrescentando que chegou a perder potenciais parceiros, por se recusar a topar que o acesso à plataforma fosse pago.
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Pesquisadores da Embrapa desenvolvem sensor que avalia grau de maturação de frutas - Divulgação Embrapa
Um relatório da Research in Brazil (Pesquisa no Brasil, em português), elaborado pela Clarivate Analytics, a pedido da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), mostrou que quase a totalidade da pesquisa produzida no país é resultado do esforço das universidades públicas.
E um outro levantamento feito pela equipe do SocialLab revelou que, em média, os pesquisadores utilizam, no máximo, 20% dos reagentes e que o resto não é aproveitado, pois perde a validade. "A gente gasta dinheiro público em algo que não precisaria estar gastando tanto. Você vai perder 80% daquele material que você comprou. Você não pode ficar usando coisa vencida. O que você faz com isso? A universidade é responsável por coletar isso. Tem todo um pessoal que trabalha na universidade com carros especiais, locais especiais, todo um procedimento de segurança para buscar, armazenar, levar, para, eventualmente, isso ser incinerado. É muito dinheiro."
Logo após o lançamento, o grupo de pesquisadores aproveitou o momento em que os usuários da plataforma se cadastravam para solicitar que respondessem uma enquete, que indicou que a maioria deles aguarda meses pela chegada de insumos.
Foram ouvidos 225 cientistas de todos os estados brasileiros. "Sessenta e dois pesquisadores falaram que tinha que esperar até três meses pelo reagente para fazer o experimento; 63, seis meses; 22 esperam mais de nove meses. E olha que interessante: 64 pessoas esperaram tanto que desistiram de fazer o experimento", afirma Freitas Junior, complementando que a plataforma também ajuda os cientistas a organizar seus laboratórios, cujas catalogações ficam frequentemente desatualizadas, pela correria da rotina de trabalho.
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Os cientistas trabalham em um laboratório de nível 2 de bio-segurança no Instituto Rega de Pesquisa Médica da KU Leuven que atualmente está realizando pesquisas para encontrar tratamento contra o coronavírus em Leuven, Bélgica - Reuters/Yves Herman/Direitos Reservados
Conforme explica o docente, foram criadas diversas interfaces de acesso, que variam de acordo com o perfil do usuário da plataforma. Para manter segurança quanto à verdadeira identidade dos usuários, é exigido que todos tenham registro na Plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em que se informa o CPF.

Restrições de acesso

O sistema foi projetado levando em consideração normas aplicadas aos reagentes controlados, que são estabelecidas pelo governo federal. Tais substâncias estão sujeitas a um controle especial e, para adquiri-las, é necessário seguir um protocolo específico. Inclusive, há uma fiscalização mais rigorosa, que tem por finalidade evitar que esses reagentes circulem livremente.
"Na hora em que você coloca a sua lista, o nosso programa separa tudo que a Polícia Federal define como produto controlado. É automático. Tudo na sua lista, que é proibido, segundo a portaria mais atualizada da Polícia Federal, a plataforma já tira da lista e coloca em uma lista separada, e você é avisado", disse Freitas Junior, acrescentando que os parâmetros do Exército e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) serão adicionados em breve.
A política de acesso à plataforma tem também outras particularidades. Um professor responsável por determinado laboratório poderá, por exemplo, listar seus alunos e indicar dentro da plataforma qual deles poderá visualizar conteúdos que exigem restrições.
"Ele convida [com mensagem online] todos os alunos e técnicos. Todo mundo é listado e o professor responsável pelos reagentes delega quem pode ver a lista [de reagentes] do laboratório, quem pode emprestar, mexer e atualizar. Ele controla o privilégio de cada um dentro do laboratório dele. E ele é avisado por email de tudo que acontece no laboratório", descreveu Freitas Junior.
Uma pesquisadora socorrida pelos colegas por meio da plataforma foi Maiara Marques Di Girolamo, mestranda em química pela Universidade Federal do Oeste da Bahia. Seu depoimento está presente na página da SociaLab.
"Ela precisava de um reagente específico e tentou comprar. Não conseguia achar quem tinha, perto dela. Como é química, pensou: 'Eu, pelo menos, consigo fazer esse reagente'. Só que sabe quanto tempo ela levaria para fazer? De seis a nove meses, com uma bolsa de dois anos. Para realizar o primeiro experimento, levaria um quarto do tempo [máximo para conclusão da dissertação] sintetizando um dos reagentes que ela precisava", relembrou Freitas Junior.

Parceria com fornecedores

Freitas Junior ressalta também que a implementação da SociaLab surge em prol de todos, incluindo fornecedores de insumos. As empresas do ramo têm a obrigação de incinerá-los, a exemplo das universidades, o que implica um custo.
"As empresas que vendem reagentes também estão perdendo, porque trazer coisa pro Brasil [por importação] é muito complicado. Então, quando eles conseguem, eventualmente, trazer algo pra cá, os produtos já chegam próximos da validade. Se elas perdem esse produto que querem vender, são obrigadas a incinerar. Então, existe um custo para essas empresas. E olha que irônico: vão pagar imposto por algo que não vão vender", afirmou.
Pensando em uma forma de remediar o desperdício e firmar uma solução que satisfaça tanto acadêmicos como empresariado, a SociaLab criou o Parceiros da Ciência. O programa fomenta empresas do ramo a doarem itens de laboratório que acabam ficando parados no estoque e estão com prazo de validade quase vencendo.
No mês passado, os organizadores da plataforma realizaram dois sorteios de material, entregando 18 itens doados por pelas empresas Sinapse, distribuidora de produtos para genômica e proteômica, e Pensabio, produtora de itens de biotecnologia. Ambas as empresas são patrocinadoras da SociaLab, juntamente com a GE Healthcare, a ThermoFisher Scientific e a Progressa Business Development.

Covid-19

Segundo Freitas Junior, a plataforma também já se provou útil para a pesquisa que vem desenvolvendo sobre o novo coronavírus. O estudo poderia ter ficado parado com a falta de um reagente bastante caro, mas o problema foi contornado porque encontrou o material disponível no site. Quem o possuía e havia divulgado no site era um colega que trabalhava a metros de distância, no andar que fica logo acima do laboratório onde trabalha.
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Um pesquisador do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) trabalha para desenvolver um novo teste para detectar infecções por coronavírus - Reuters/Lucas Landau/ Direitos Reservados
"O meu grupo tem muita vivência com drogas para influenza. Nós achamos droga para zika, chikungunya, febre amarela, durante o surto. Só que agora, com o coronavírus, estamos lidando com algo realmente muito mais complicado, porque parou toda a cadeia produtiva. Então, não dá mais para encomendar nada. Os vendedores sumiram, as entregas não são feitas. A pesquisa de coronavírus, por outro lado, para desenvolver diagnóstico, para fazer droga, não pode parar. O que aconteceu? O sistema entrou em colapso, os reagentes acabaram", relatou.
"Estava aqui, no andar de cima, um dos reagentes superimportantes. Ele [o colega] conseguiu o reagente que eu precisava, que, de outra forma, não conseguiria. É impressionante. Está acontecendo, está funcionando."
Edição: Maria Claudia

 da Agência Brasil


Mega-Sena pode pagar R$ 1,8 milhão hoje



Mega-Sena, loterias, lotéricas

                                       Marcello Casal Jr./Agência Brasil 

Apostas podem ser feitas até as 19h

Publicado em 04/04/2020 - 08:48 Por Agência Brasil - Brasília

O sorteio da Mega-Sena, concurso 2.249, será realizado hoje (4). Quem acertar as seis dezenas receberá R$ 1,8 milhão.
As informações são do site da Caixa Econômica Federal. O valor da aposta mínima é de R$ 4,50. As apostas poderão ser feitas em qualquer lotérica do país ou pela internet até as 19h.
A Caixa informa que continua a realizar normalmente os sorteios da Mega-Sena, Lotofácil, Quina, entre outros. Apenas os sorteios da Loteria Federal e da Loteca foram suspensos, devido a “restrições adotadas em todo o país por conta da pandemia do novo coronavírus”. Outra alteração foi na data do sorteio da Dupla de Páscoa que passou do dia 11 para o dia 25 de abril.
Edição: Valéria Aguiar

DA: 

Agência Brasil 

Países da AL e Caribe se unem para evitar desabastecimento


Disseminação do coronavírus leva Espanha a fechar Parlamento e escolas

                                      Reuters/Sergio Perez/Direitos Reservados 

Medida vai beneficiar 620 milhões de pessoas que vivem na região

Publicado em 04/04/2020 - 10:01 Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Ministros da agricultura, alimentação, desenvolvimento rural, pecuária e pesca de 25 países da América Latina e Caribe, incluindo o Brasil, assinaram uma nota conjunta se comprometendo a adotar medidas para garantir o abastecimento de alimentos para cerca de 620 milhões de pessoas que vivem na região.
No documento divulgado ontem (3), os signatários garantem que, até o momento, não há falta de gêneros alimentícios em seu países, e que, diferentemente de outras crises, a oferta de alimentos segue estável na região e no resto do mundo.
“Os estoques globais dos principais tipo de alimentos estão em bons níveis e as colheitas nos principais países produtores foram boas”, afirmam os ministros, assegurando que trabalhadores do campo e indústrias alimentícias seguem trabalhando.
“Não existem, portanto, razões que justifiquem aumentos significativos nos preços internacionais dos alimentos, razão pela qual fazemos um chamado a todos os que atuam no sistema a fim de impedir a especulação neste momento de emergência”, acrescentam os representantes nacionais.
Os ministros, no entanto, admitem a importância de que o funcionamento de toda a cadeia de suprimento siga funcionando em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Na nota, eles apontam que, se a ameaça de disseminação da doença persistir por um longo tempo, os serviços serão submetidos a pressões que podem sim gerar problemas. Razão pela qual preescrevem que os países da região ajam em conjunto para evitar o desabastecimento.
“Neste sentido, se todos os países nos esforçarmos para manter funcionando as cadeias locais, nacionais, regionais e globais de abastecimiento, poderemos assegurar os alimentos de forma sustentável para toda a população.”
Os ministros se comprometem a atuar conjuntamente, trocando informações e adotando medidas “apropriadas, conforme a realidade de cada país”, entre elas fornecer assistência técnica e financeira aos pequenos e médios produtores agrícolas, pescadores, aquicultores, pecuaristas e pequenas e médias agroindústrias a fim de que possam manter e, em alguns casos, aumentar sua produção.
O grupo também defende a implementação de programas emergenciais para prevenir a perda e o desperdício de alimentos, incluindo os que estimulem e facilitem o funcionamento de bancos de alimentos; o monitoramento constante das cadeias logísticas, especialmente as que envolvam mais de um país, a fim de resolver rapidamente qualquer gargalo, e o fomento do uso de plataformas de comércio eletrônico, buscando envolver o menor número possível de produtores e estabelecimentos de pequeno e médio porte.
Os ministros propõem que os governos promovam políticas fiscais e comerciais em resposta aos efeitos econômicos da crise e estabeleçam mecanismos público-privados que facilitem o constante monitoramento dos níveis de abastecimento alimentar e a situação dos mercados.
A declaração do grupo de 25 ministros conta com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura  e outros organismos multilaterais especializados, como o Programa Mundial de Alimentos; o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura; a Organização Mundial de Saúde Animal, entre outras entidades.
Edição: Valéria Aguiar

da Agência Brasil 


Morrem no Peru pessoas que beberam licor para prevenir coronavírus

MUNDO
Pelo menos 16 pessoas de oito localidades de Huancavelica, região com maior taxa de pobreza do país, consumiram bebida adulterada. Segundo jornal, familiares das vítimas também foram internados em estado crítico.

Ao menos 16 pessoas morreram em uma região andina do Peru após beberem um licor, aparentemente adulterado, com o propósito de evitar o contágio pelo novo coronavírus, noticiou nesta sexta-feira (3) a agência estatal Andina.
"Estes pacientes deram entrada no hospital Lircay em 28 de março por consumir álcool para evitar a propagação e o contágio pelo coronavírus, uma ideia errônea que custou a vida a 16 pessoas", informou a Andina, citando funcionários de saúde da região de Huancavelica, 400 km a sudeste de Lima.
A Andina reportou que agentes da polícia "apreenderam bebidas alcoólicas de procedência duvidosa" que intoxicaram pessoas de oito localidades de Huancavelica, a região com maior taxa de pobreza do Peru.
"A bebida foi vendida em um estabelecimento de reputação duvidosa, o local sofreu intervenção e os sintomas apresentados pelos falecidos eram de intoxicação", acrescentou a agência, citando o governo regional.
Segundo um veículo de imprensa de Lima, os intoxicados eram de diferentes povoados e beberam "álcool adulterado" quando assistiram a um velório dias atrás.
"Todos deram entrada em centros de saúde apresentando os mesmos sintomas: vômitos, convulsões, respiração lenta, pele azulada. Outros familiares se encontram internados em estado crítico", informou o jornal "El Comercio" em sua edição digital.
No Peru vigora desde 16 de março um isolamento domiciliar em nível nacional e toque de recolher noturno para tentar frear o avanço da pandemia, que contaminou até agora 1.595 pessoas no país, com 61 mortes, segundo balanço oficial.
A Andina reportou que as autoridades de Huancavelica decidiram "redobrar as ações para o cumprimento do isolamento obrigatório. Também será sancionada a venda de álcool a vendedores e compradores". G1

DF teve proporcionalmente menos mortes que Wuhan e Roma em 1 mês



DF

Levantamento feito pelo Metrópoles compara a situação do Distrito Federal com as cidades que já estiveram no epicentro da pandemia

DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES
Trinta dias após ter o primeiro caso de coronavírus confirmado, o Distrito Federal apresenta taxa de mortalidade menor que a de Wuhan, onde a Covid-19 surgiu, e de Roma. A China foi o primeiro país a ser epicentro da pandemia. Depois, foi a vez da Itália, que perdeu o posto para os Estados Unidos.
Levantamento feito pelo Metrópoles levando em conta o primeiro mês de contaminação nas três localidades mostra que 3,34% dos moradores contaminados de Wuhan morreram nos primeiros 30 dias da doença. Em Roma, embora os números tenham subido em curva alarmante após o primeiro mês, no início, 2% dos infectados morriam. No DF, o percentual dos casos que chegou a óbito até a manhã deste sábado era de 1,43%.
Em contrapartida, mesmo com todas as medidas de isolamento tomadas pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) para conter a disseminação do coronavírus na capital federal, o número de infectados em Brasília cresce em ritmo mais rápido do que em Wuhan, se considerada a densidade populacional.
A análise dos dados, comparando período médio de 30 dias do comportamento do vírus em Wuhan, província de Hubei, onde a Covid-19 se manifestou a primeira vez, e em Roma, a primeira cidade da Itália a identificar doentes, os dados são preocupantes, tendo em vista a rápida proliferação do vírus, mesmo em menor densidade demográfica e com medidas austeras do governo local.
Para fazer os cálculos, o Metrópoles considerou o período médio dos primeiros 30 dias de infecção das cidades, segundo dados da Secretaria de Saúde local até as 21h de sexta-feira (03/04) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados usados para calcular a densidade do DF são de 3 milhões de habitantes, para 422 casos confirmados e seis mortos. O DF tem uma área territorial de 5.760 km².
Para Wuhan, os dados usados são os de uma população de 11,08 milhões de pessoas, em um território de 8.494 km². No primeiro mês de infecção, considerando o primeiro caso em 31 de dezembro de 2019 e a soma final em 31 de janeiro de 2020, foram contabilizados 1.347 infectados.
Em Roma, com o primeiro caso identificado em 30 de janeiro, até 1º de março, a capital italiana tinha 1.694 ocorrências da Covid-19. Roma tem 2,8 milhões de habitantes e tinha, à época, 34 mortes.
Velocidade do vírus
Ao levarmos em em conta os casos a cada 100 mil habitantes, se comparados os resultados do primeiro mês da doença em Brasília e o mesmo período em Wuhan, a capital brasileira tem 14,1% a mais de ocorrências confirmadas de Covid-19 do que a província de Hubei.
Isso considerando que Wuhan tem densidade populacional 2,5 vezes maior que a do DF. Ou seja, mesmo tendo menor aglomeração de pessoas por metro quadrado, no DF, a infecção se espalhou mais rápido no período de 30 dias, embora com menos letalidade.
Medidas acertadas
Urbaez lembra que é preciso manter a vigilância e o isolamento para que as mortes não se tornem “rastros de pólvora”. “O DF agiu rápido, mas ainda precisa reforçar o alerta de isolamento. A situação do Distrito Federal preocupa, sim, e teremos que acompanhar as próximas semanas para ver a evolução dos casos”, afirma.
“Hoje, estamos confirmando a velha frase de que o DF é uma espécie de ilha da fantasia quando comparada ao resto do país. Temos uma estrutura na saúde que é mais robusta para a população em geral. Com todos os problemas, o governador foi atrás de leitos, respiradores e temos condições mais favoráveis”, ressaltou.
A infectologista da Quality Life, Joana D’arc Gonçalves, acredita que a intervenção do governo local, ao promover o isolamento social e a quarentena, pode ter contribuído de forma significativa para a redução de casos de mortes. Porém, ela ressalva que ainda há subnotificações no número de contaminados e mortos pela doença.
“A dificuldade de diagnóstico é um fator de confusão e pode gerar viés na interpretação de alguns dados. Nós sabemos que os testes são caros, há dificuldade na coleta de amostras, há possibilidade de falsos negativos e não são de fácil acesso. Sem falar que não há como testar toda a população. Inúmeras pessoas sintomáticas e assintomáticas não são diagnosticadas”, ressaltou.
Ela ainda pondera que o Brasil está diante de um vírus novo, com possíveis mutações. “Ainda não sabemos exatamente como será o comportamento no Brasil e se as variações genéticas contribuirão para o aumento ou a diminuição de letalidade. Espero que a causa do número menor de mortes no DF seja devido às ações do governo”, completou.
Chegada do vírus à capital
Há um mês, o Distrito Federal registrou o primeiro caso de coronavírus. Uma mulher de 52 anos, recém-chegada de viagem à Europa, era confirmada com o vírus, responsável, até então, pela morte de milhares de pessoas principalmente na China, na Itália e na Espanha.
A advogada contaminada segue internada em estado gravíssimo no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), respirando por aparelhos. O marido dela, que chegou a ser intimado pela Justiça para fazer o teste da doença, ficou de quarentena domiciliar e, recentemente realizou novo teste, que deu negativo.
Mas fora do núcleo familiar, a escalada do coronavírus no Distrito Federal segue sem dar trégua neste primeiro mês: tinha alcançado 422 casos confirmados até a noite de sexta-feira (03/04).
EDITORIA DE ARTE/METRÓPOLESgrafico
Casos crescentes no DF
A doença se espalhou na capital mesmo com o fechamento de comércios e parques, suspensão das aulas em escolas, teletrabalho para servidores públicos e alertas constantes do GDF para que as pessoas fiquem em casa.
A maior incidência do coronavírus se dá nas regiões mais ricas da capital. Os destaques na contaminação estão na área central de Brasília, com 227 infectados, sendo 118 no Plano Piloto e 57 no Lago Sul, área com maior número de casos proporcionais.
Desde 5 de março, quando o primeiro caso foi confirmado na capital, só não houve registro de coronavírus entre moradores de Brazlândia, Candangolândia, Itapoã, Planaltina, Fercal, Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN), Setor de Indústria Complementar e Abastecimento (SCIA), Riacho Fundo 2 e Varjão. 
“A proporção de vetores de infecção em Brasília foi muito alta. Temos a comitiva presidencial, as chegadas no aeroporto internacional, mas um número de mortes menor é um dado muito positivo, pois demonstra que o sistema não colapsou”, afirma José Davi Urbaez, médico infectologista e diretor científico da Sociedade de Infectologia do DF.
O especialista ressalta que esse é o recorte de um primeiro mês e que o cenário ainda é imprevisível, mas que os dados deste momento demonstram medidas acertadas e rápidas tomadas na capital da República.
“O que nos preocupa são as mortes. Se começa a morrer uma pessoa atrás da outra, os hospitais passam a não ter como atender, as amostras de exames para detectar o vírus ficam paradas, como está acontecendo em São Paulo. Em Brasília, a situação ainda é um pouco melhor”, analisou.

Coronavírus impulsiona dólar e preço soja sobe mais de 11% em março



Em um mês o porto de Rio Grande (RS) viu o valor da saca de soja saltar de R$ 92, para pouco mais de R$ 102. Confira!

Por Agência Safras


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Foto: Pixabay/montagem


O ritmo dos embarques de soja ao exterior em março trouxe recordes ao Brasil. Isso porque, em meio à pandemia do coronavírus e todas as consequências para a economia com o isolamento social e as restrições determinadas por uma série de países o dólar se valorizou e os preços da oleaginosa subiram. Consequentemente a comercialização ganhou força no período.
Nos portos brasileiros, a saca de 60 quilos da soja acumulou valorização de mais de 11% no mês passado. Em Rio Grande, o preço bateu em patamar histórico, subindo 11,4% e pulando de R$ 92 para R$ 102,50. Comportamento semelhante ocorreu em Paranaguá, onde a cotação subiu 11,6%, saltando de R$ 90,50 para R$ 101.
O impulso aos preços foi dado pelo câmbio. No período, o dólar subiu 15,95% em março e 29,5% no trimestre, encerrando o mês na casa de R$ 5,20 e dando competitividade à soja brasileira. “Nem mesmo o comportamento negativo dos contratos futuros conteve os preços domésticos.”
Já na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em maio tiveram queda de 1,17% em março e de 8,93% no trimestre. No encerramento de abril, a posição era cotada a US$ 8,82 por bushel.
Na avaliação do analista, o governo vai fazer de tudo para que nenhum porto paralise suas operações.
“O que está acontecendo é um pouco de atraso nos embarques. Uma parte dessas operações previstas para março foi deslocada para abril. Alguns de abril podem ser adiados para maio, mas nada que comprometa o volume que o Brasil vai exportar na temporada. Foram poucos cancelamentos”, diz Gutierrez.
Segundo Gutierrez os registros de exportação estão bem fortes. “Claro que é importante continuar monitorando e vendo o que vai acontecer daqui para frente, mas a princípio está tudo dentro do normal”, reitera.
Ele destaca que a China está voltando com força para o mercado e há notícias de que o esmagamento chinês está voltando a aumentar. “A demanda chinesa deve ficar forte nas próximas semanas.’
Canal rural .com .br


Eape retoma formação continuada pela TV Justiça



Objetivo é orientar, trocar experiências e esclarecer, a distância, dúvidas dos professores sobre ensino mediado

O professor de matemática e supervisor pedagógico Leonardo Henrique de Jesus da Silva grava vídeos em casa, num trabalho que ajuda a complementar o aprendizado dos alunos  | Fotos: Divulgação / SEE
Para retomar a interlocução com professores, coordenadores e gestores escolares durante a quarentena prescrita para conter a Covid-19, a Secretaria de Educação (SEE) está produzindo oito programas que serão veiculados na TV Justiça a partir da próxima segunda-feira (6). Voltada aos docentes, a produção, que faz parte do programa Escola em Casa DF, pretende proporcionar o compartilhamento das rotinas adotadas por pais e estudantes durante o isolamento, promovendo as aprendizagens necessárias ao contexto atual e entrevistando especialistas que possam subsidiar o trabalho pedagógico nas escolas.
Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape) terá 30 minutos das três horas diárias da programação. Nesse período, serão transmitidos dois programas com duração de 15 minutos cada. A transmissão ocorrerá enquanto perdurarem as medidas de isolamento determinadas pelo governo. Os programas não valerão como formação certificada, mas proporcionarão orientações, troca de experiências e, sobretudo, esclarecimento de dúvidas dos docentes.
“Todo mundo está reaprendendo. Essa é a primeira experiência de todo mundo a distância”, reconhece o subsecretário da Eape, André Lúcio Bento, que formou oito equipes, cada uma responsável por um programa, com cerca de 80 servidores envolvidos, além voluntários de outros setores da SEE, todos trabalhando atentos aos protocolos de isolamento para evitar a disseminação do coronavírus.
Toda a equipe recebeu capacitação para usar a câmera do celular, bem como para identificar as melhores locações para gravar vídeos, os melhores ângulos e a iluminação adequada.
“Vamos oferecer formação continuada pelo mais poderoso veículo de comunicação de massa do Brasil”, acrescenta o subsecretário, para quem a Eape manterá sua interlocução com o corpo docente em relação ao Currículo em Movimento, diretrizes pedagógicas e temas da atualidade que impactam as ações docentes.
Programa aberto 
A produção do conteúdo da Eape vem sendo feita com a colaboração do corpo docente. Para ter material e produzir os programas, a Eape apresentou a proposta para chefes de Unidades Regionais da Educação Básica (Uniebs) via aplicativo de mensagens, e solicitou a divulgação à comunidade escolar, professores, coordenadores e gestores para que contribuam com a produção do conteúdo por meio de vídeos. Todos poderão enviar o audiovisual com dúvidas que estejam relacionadas ao ensino e a esse período de confinamento, sugestões de temas para os programas e relatos de suas experiências, entre outras contribuições.
“O que tem chegado mais são relatos de experiências de pessoas que estão em teletrabalho, como estão organizando o trabalho em casa e que dificuldades estão tendo. Além disso, têm chegado relatos de como as escolas estão se preparando para atuar a distância e, também, sugestões de atividades pedagógicas que as escolas vão desenvolver nesse período”, arremata André Bento.
Quem quiser colaborar com o conteúdo dos programas pode enviar o material para o e-mail da Eape: eape.programastv@edu.se.df.gov.br

Processo contínuo

Para o professor de matemática e supervisor pedagógico Leonardo Henrique de Jesus da Silva, é  fundamental que o desenvolvimento do processo escolar continue, diante da atual crise sanitária no mundo. “A interlocução que a Eape vai propor e veicular aos professores por meio da TV aberta, trazendo à discussão temáticas relacionadas às demandas pedagógicas, tecnológicas e oferecendo a oportunidade de trocar experiências, é muito importante”, avalia.
“Nesse momento de crise, precisamos nos unir, enquanto rede de educação pública, e mostrar com empenho e criatividade ações que favoreçam ou minimizem os impactos gerados no enfrentamento causado por essa pandemia, que acometeu a todos de surpresa”, conclui o professor. De casa, ele grava vídeos que ajudam a complementar o aprendizado dos alunos.  
Dicas para melhorar a gravação do seu vídeo
1 – Grave sempre com a câmera na horizontal
2 – Busque um local iluminado e não fique contra a luz
3 – Se possível, deixe a câmera em alguma superfície para que a imagem fique estabilizada
4 – Sempre observe o fundo da imagem e verifique se está organizado
5 – Preste atenção no som. Após gravar, verifique se o áudio ficou limpo e se é possível entender o que está dizendo
A professora Helen Lima é formadora da Eape e vai apresentar o programa A inclusão escolar chega em casa

Os programas
→ Jornal Pedagógico
Apresentará notícias sobre temas relacionados à educação atual no DF e no Brasil. A ideia é mostrar quais escolas e práticas pedagógicas estão tendo êxito diante dos novos desafios, no período de quarentena.
→ Direto de casa
Buscará socializar experiências sobre o teletrabalho, mostrando como as famílias estão conseguindo organizar a rotina dos filhos em casa e como os próprios estudantes constroem a sua rotina durante a quarentena.
→ De escola para escola
Buscará socializar experiências pedagógicas, durante o teletrabalho, entre as escolas da rede.

→ PlenaMENTE XXI
Tratará de temas voltados a competências socioemocionais,  autocuidado e inteligência emocional.
→ Na Sala de Coordenação
Buscará a reflexão conjunta por parte dos professores sobre a organização do trabalho pedagógico para que tracem estratégias com vistas às aprendizagens significativas dos estudantes para uma educação pública de qualidade.
→ Diálogos com gestores(as)
Buscará refletir sobre a gestão pública e democrática das escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal. Serão abordadas temáticas como governança educacional, estratégias de gestão e desafios da gestão escolar democrática no contexto atual.
→ A inclusão escolar chega em casa
Apresentará o trabalho desenvolvido no contexto escolar de modo a garantir espaços para a aprendizagem, pensando no público da Educação Especial a partir da perspectiva inclusiva.
→ Fala sério!
Entrevistará especialistas sobre assuntos da atualidade que podem subsidiar o trabalho pedagógico nas escolas.
* Com informações da Secretaria de Educação
DA : AGÊNCIA BRASÍLIA

UnB e Iges-DF estudam reprodução de peças em 3D




Aparelhos são usados para tratamento para auxiliar no tratamento de casos graves da Covid-19

Peças de ventiladores pulmonares que são utilizadas para tratar pacientes com Covid-19 poderão ser fabricadas em impressora 3D, em breve, pela Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Instituto de Gestão Estratégica de de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). A meta é garantir a disponibilidade dessas peças, que precisam ser substituídas periodicamente.
Nesta sexta-feira (3), foi entregue a primeira prova dos materiais fabricados em impressora 3D. Inicialmente, foram reproduzidos em estudo os conectores e as válvulas, fundamentais para o funcionamento dos ventiladores mecânicos.
“Eles receberam um modelo de peças já utilizadas no Hospital de Base. Agora, vamos realizar testes pré-clínicos para verificar se o padrão está de acordo com o modelo utilizado usualmente. A ideia é que essa seja uma segunda alternativa para garantir esses insumos”, disse o diretor de Inovação, Pesquisa e Ensino do Iges-DF, Everton Macêdo.
O professor Olexiy Shynkarenko, da Faculdade de Engenharia do Gama, explicou que a UnB dispõe de várias impressoras 3D, mas também poderão ser usadas outras, particulares, de pessoas que têm interesse nessa fabricação.
Foram avaliados dois tipos de matéria para reprodução das peças, mas também poderão ser trabalhados outros materiais biocompatíveis com os equipamentos médicos.
“Temos muitas pessoas envolvidas nesse projeto, metade de 50% dos alunos e a outra de professores. Trabalhamos numa equipe que desenvolve vários materiais”, ressaltou o professor.  
A  Três Eixos, que já atua com impressões 3D, também contribuirá voluntariamente com a expertise nessa área. “Nós vamos auxiliar com o conhecimento na produção das peças, em como viabilizar essa produção de forma mais eficiente”, contou o sócio-fundador da empresa, Rodrigo Franco.
Com informações do Iges-DF
DA : AGÊNCIA BRASÍLIA